... e decidimos eleger para enfeites de árvore alguns Ideogramas (*)
Os mesmos a que Leonardo chamou "lunulae" .
Os mesmos que vieram desde a Antiguidade Tardia, e que dos mais variados modos - por vezes em imparáveis mutações formais - estão na arte cristã mais antiga, na da Idade Média, na dos períodos artísticos seguintes, assim tendo continuado, pelo tempo fora...
E pelo tempo fora - também nós - continuaremos a usar e a experimentar. Imagens que eram anicónicas, e tentaram resumir as verdades do cristianismo... **
Em suma, são os mesmos Ideogramas a que G. K. Chesterton, chamando-lhes diagramas no seu livro sobre S. Tomás de Aquino (de que já se publicou uma longa citação), acusou de serem abstracções. Deles escreveu:
"...uma espécie de platonismo seco, uma coisa de diagramas e de abstracções,...
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* Alguns apresentados em post recente
**Já depois de haver Presépio e Menino Jesus, mas bem antes de haver um Pai Natal, ou S. Nicolau vestido de encarnado vivo, a viajar num trenó puxado por renas
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SOBRE DANIEL ARASSE E A ARTE DA MEMÓRIA JÁ ESCREVEMOS:
SERÁ que Leonardo nos seus inúmeros rabiscos procurava elementos (desenhados) que - como o IHS de S. Bernardino de Siena (e depois de outros)... - e que,apesar de a maioria não saberem ler, essas formas e diagramas cumprissem a função para que tinham sido criados? Ou seja, avivassem a memória, lembrando ao mesmo tempo, as verdades tidas como essenciais do catolisismo... (que eram/foram criadas no seio do cristianismo, e com esse propósito?)
Seria já Leonardo um mnemotécnico, precusor de Frances Yates?
É a pergunta que se deixa...