... que é bem mais do que uma mera ocupação:
Por isso respondemos desta forma (em 7 de Janeiro 2018), a um comentário feito ao nosso post anterior:
"Há sempre uma esperança... O que é curioso - demais! - é que a agora «comissária», ela própria que me fez ver a degradação do ensino e do conhecimento que (actualmente) está instalado nas universidades. Comparado com o que ainda existia em 1920, para estas áreas científicas e para estes conhecimentos; que ela tenha decidido calar o assunto, apesar das suas responsabilidades! É que está na Universidade de Lisboa, capital de um país que por acaso poderia ser menos irrelevante, caso os responsáveis que ocupam lugares de relevo na Ciência e na Cultura (a UL não se trata de uma Universidade privada!) se portassem à altura das suas responsabilidades**. Até os ingleses que se chamaram a si mesmos 'dilletanti', foram bastante mais responsáveis. O mundo é global, há fronteiras que se devem esbater, há/houve xenofobias que se devem anular, mas há conhecimento subjacente que não se deve desprezar. E sou a arquitecta a dizê-lo, não a professora da Universidade estatal de Lisboa..."
Porque se tem a noção que a Ciência é/deve ser como o dinheiro: para usar quando é preciso!
Tal como um arquitecto recorre à Física ou à Química para que as suas construções tenham Estabilidade, ou perdurem no tempo, quando por exemplo na edificação devem ser empregues materiais para resistirem a ambientes quimicamente agressivos...
Assim, na actualidade, e para que haja avanços: A transdisciplinaridade tem que ser a Ciência e o Saber da(s) Universidade(s) contemporânea(s)
.
E o que se passou ao longo da História, que por vezes a Arquitectura informa - muito melhor do que alguns pergaminhos, ou outros documentos escritos, e descritos, com recurso ao alfabeto (e não aos ideogramas) -, esses são dados que os Historiadores não podem ignorar.
Principalmente os que estão nas Universidades do Estado, de um país Europeu, com os valores culturais e civilizacionais que se sabe estão consignados em acordos (internacionais).
E os referidos Historiadores, se o são (de uma maneira séria???, e também professores), têm a obrigação de não descurar, menos ainda de calar, ou esconder, depois desses valores e conhecimentos terem vindo ao de cima, e se terem tornado claros. Ao terem sido descobertos nas investigações que os ditos historiadores (eles próprios) impulsionaram/acompanharam/orientaram.
Qual é a coerência científica de alguém que estudou e sabe da importância, por exemplo, dos Movimentos Ecclesiologistas ocorridos na Inglaterra do século XIX? Assunto que percorreu com razoável detalhe, e abordou pelo prisma da respectiva influência, que exerceram, quer sobre a Arquitectura civil quer sobre a Arte em geral (na Europa, e num período que foi o da emergência de vários nacionalismos)?
Ou não conhece o exemplo de Jacques Le Goff, e como a História pode/deve ser consultada, e útil, para a toma de decisões (políticas, essenciais) dos Governos?
Será que não conhece alguns dos propósitos que estiveram na origem do Musée des Arts Premiers, para o qual trabalhou a filósofa/escritora Catherine Clément?
Maria João B. Neto esqueceu os temas do seu doutoramento? Re: Sim? Então estamos a lembrá-lo aqui, já que foi publicado:
E esqueceu o título que tanto a preocupou? Para ser abrangente e aludir às questões, mais ou menos distantes, que não foram (lá atrás, há séculos) completamente alheias entre si? E nunca estiveram desligadas, como a Arquitectura, a Memorialização, o Património e o Poder? Então, já a seguir, recorda-se o que nos fez ler; as ideias que nos fez absorver e agora está/continua a querer esconder:
Para já pergunta-se: Porque será que as pessoas depois de fazerem coisas bem feitas, se deslumbram e perdem o leme? O que antes parecia ter sido a origem de um rumo coerente e lógico?
Será que lhe ocorreu, que a questão das Origens do Gótico - que teve que ser o mote do meu trabalho, como Maria João Baptista Neto me impôs, agora que passou a estar descoberta, deixou de (lhe) interessar? Então cheira muito mal, a despeito (ou a raríssimas?).
Como ficou no nosso post anterior, a arquitectura victorian é um repositório extraordinário que não se deve desconhecer. Tanto mais que «ao mudar-se para Monserrate», é toda essa problemática (a dos registos que não se perderam) que vem ao de cima!?
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*Sim uma preocupação com o país... Já que nos movem razões e possibilidades muito reais e úteis, e não apenas fantasias para darem algum «gozo pessoal». A História é, ou pode ser, uma disciplina da maior utilidade: ferramenta, com a Filosofia, para ajudar a entender o mundo.
E também o formulário visual de génese antiga (como vários países tão bem mostram), a solução para problemas contemporâneos da arquitectura e da engenharia.
**Ou a Sra. Profª Maria João B. Neto nada sabe de Economia? Que Portugal importa muitos mais livros científicos do que aqueles que exporta? Não sabe que no mundo de hoje, tal como os EUA vendem diversão, tempos livres (Cinema), também a CULTURA (Amazon, Google) tem um lugar de enorme relevo na ECONOMIA dos países? Não sabe que uma exposição de interesse internacional em Monserrate, não deve ser só relembrar o lado do diletantismo de Francis Cook, mas devolver uma boa parte da Cultura que por aqui ele «cultivou» e deixou? Obra que, como o Turismo hoje demonstra, pode dar muitíssimos mais frutos...?
Que é essa a maior riqueza e o privilégio que os Cook deixaram em Monserrate, a Sintra, e a um Portugal que seja conhecedor dos seus valores?
Sendo esta a questão mais relevante - a que verdadeiramente nos importa -, e que agora surge, tão notória, por «sorte», mesmo em frente do Mosteiro da Batalha!
Caso em que Maria João B Neto deveria, quiçá (?), ter algo a sugerir. Dadas as informações que detém sobre o assunto, recursos do antigo e para a Arquitectura Contemporânea. Mas isto só se..., se..., e se..., não os estivesse a esconder!
Se, honestamente, a investigação (mesmo a que se faz em História) fosse mais para a sociedade e para o mundo contemporâneo, do que para um passeio de vaidades?