...(e) já preconcebidos:
Não admitindo (eles) que possa haver uma muito maior complexidade atrás/subjacente àquilo que vêem (e do que aquilo que todos têm repetido). Incapazes de romperem o ciclo (circular) de boutades, umas sobre as outras, que todos eles vão produzindo sem a menor originalidade, ou, sobretudo verosimilhança científica.
Assim, associadas à imagem publicada hoje estão várias hipóteses, mais visível nas fotos de maior dimensão:
Vejam as juntas; elas ressaltam, mostrando como houve a intenção - propositada - de alterar o desenho do Portal do Outeiro. I. e., será muito difícil não questionar/admitir que «uma outra verga», com um desenho diferente, esteve antes no portal que a fotografia regista? Esteve por engano, durante quanto tempo, ou porque houve mudanças teológicas?*
Para completar as nossas ideias, vejam como a Iconografia Monserratina nos dá ainda outras informações nada despicientes:
Elas correspondem ao mesmo que está na igreja do Outeiro, onde para além da verga «em vão bífore», também assinalámos as várias juntas de um arco que foi, de certeza, modificado.
Porém, como se não bastasse, com a máxima leveza e um espírito totalmente diferente, também no Palácio da Ajuda (ver imagem seguinte), nos aposentos que foram da rainha se encontra o mesmo Ideograma.
Aliás, a dita leveza permite uma sobreposição, ou a visão em simultâneo de dois vãos. O que é, em nossa opinião, e para quem entende «as habilidades da Arte», de uma beleza extraordinária: o conseguir afirmar, como num «programa-extra», aquilo que se espera, e ainda também o totalmente inesperado: ou seja, o que surpreende, o que é impossível não levar a um sorriso, e a uma certa cumplicidade com o autor da ideia... Lindo!**
Por fim: se não nos falha a memória e ainda não tínhamos escrito sobre este Ideograma?
http://fotos.sapo.pt/g_azevedocoutinho/fotos/monserratem-todo-experimental/?uid=mqqhqTbs3R0D2CLojL76
Não esquecendo os vãos que alguns chamam «manuelinizantes», da Casa da Carreira de Viana do Castelo. Embora os países cristãos, com arquitectura cristã, que marcou as obras mais emblemáticas tenham inúmeras obras onde proliferam os ditos vãos que têm atribuído, abusiva e exclusivamente, a D. Manuel I
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*Em breve, em Iconoteologia, um outro exemplo, semelhante, mas nesse caso vindo de Maria João Neto. Mostrando o mesmo: como é mais fácil preguiçar, baralhar e queixar-se, dizendo que é confuso... - «misturas» de teologia com arquitectura - do que tentar compreender! Haja paciência para este Ensino, feito assim: de preguicite...
**Que nos faz perguntar se seria este tipo de beleza que Christopher Alexander buscava? Ou, será que Alexander, apesar da sua vastíssima cultura e reflexões que tem feito a par dos projectos, tem apenas ideias mais «fixistas» sobre a beleza arquitectónica? Enquanto outros autores valorizam sobretudo a geometria e as proporções, Christopher Alexander prefere a integração dos elementos naturais, tal a sua admiração por - The Phenomenon of Life?