Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
09
Mai 12
publicado por primaluce, às 14:00link do post | comentar

Considerando o que há dias escrevemos (a 18 de Abril), agora faz todo o sentido transcrever aquilo que a entidade tutelar - o IGESPAR - apresenta e explica sobre o Palácio de Monserrate. De facto, tínhamos acabado de escrever quando encontrámos este texto, muito, muito a propósito que «informa»:

"...foi transformado, em 1856, em residência de verão para a família Cook pelo arquiteto inglês James T. Knowles. Construido a partir das ruínas da mansão neo-gótica, edificada por Gerard de Visme, é um testemunho ímpar do espírito eclético de oitocentos, nem estilo que oscila entre sugestões bizantinas, indianas e mouriscas, sendo hoje considerado um dos mais belos exemplares da arquitetura romântica em Portugal. O exotismo do edifício decorado com motivos vegetalistas delicadamente rendilhados integra-se harmoniosamente no Jadim."*

Lembre-se que no nosso trabalho Monserrate, uma nova história provámos a proximidade dos Knowles relativamente a John Ruskin, e a influência da obra - Stones of Venice, deste autor, relativamente a vários arquitectos.

Naturalmente que o IGESPAR diz o que quer das obras que tutela, embora possa ficar desactualizado, ou até influenciar, muito erroneamente, Ministros e Secretários de Estado da Cultura, como sucedeu a uma Ministra. No caso, numa visita ao estrangeiro, em que tentava arranjar meios (de financiamento) para fazer obras no palacete que Francis Cook construiu.

É que, se para alguns é árabe, ou mourisco, indiano e bizantino, enfim, tudo isso não foram senão «ensaios» de uma equipa de arquitectos ingleses. Talvez apenas diletantes e pessoas felizes com o seu trabalho, as suas realizações: tentando concretizar novas sínteses estilísticas? Talvez enganadoras? Que, talvez, podem ter pensado, daqui a uns 100-200 anos alguém caia no nosso engano? Pode alguém vir a perguntar: que estilo era este?

E houve alguém...

Pelo menos Raczynski, divertidamente, pôs esta questão em relação à Pena**. Depois, em relação a Monserrate, houve a situação acima descrita, numa Visita de Estado da Ministra da Cultura...        

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

 *http://www.igespar.pt/pt/agenda/5/2390/

**Ver em Monserrate uma nova história, p. 130.

Ver também em:

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/


18
Abr 12
publicado por primaluce, às 12:00link do post | comentar

Vamos hoje celebrar como desde os anos 1985 temos feito. A fotografar, a explicar, a alertar**.

Que haja quem beneficie, como é no caso do Palácio de Monserrate.

Cuja visão passou a ser, agora, não mais a de uma obra «descendente» do Pavilhão Real de Brighton - como J.-A. França em geral divulgou - mas a de uma obra muito influenciada pelos Palazzos Italianos; os «Góticos Tardios» de que Ruskin escreveu em Stones of Venice.

E nisto tudo - felizmente ou não, não se sabe (?) - as entidades tutelares não têm posições rígidas quanto aos bens nacionais, que, como é suposto, gerem e administram. Essas entidades, em geral deixam correr as opiniões e as posições dos estudiosos, que assim têm toda a liberdade de se exprimirem; parece positivo!?

Mas, é sabido, no caso de algumas «artes mais esquecidas» como acontece por exemplo com algumas peças escultóricas, e, bastante, com a ourivesaria, nessas situações então as entidades tutelares, e sobretudo os seus técnicos que com maior disponibilidade olham para as obras todos os dias, nesses casos, produzem documentação técnica, os estudos e contextualizações, a que os de fora  não se dedicam tanto; nem podem. 

Pensamos, não só em Monserrate, mas nos «Painéis do MNAA», que, para alguns (os tais de fora), parecem ser a única Obra de Arte do nosso país, e o único Monumento Nacional (MN)? Como quem insiste, e bate sempre na mesma tecla: ficamos por aqui, não vamos mais longe, pois além da Lisboa macrocéfala, «o resto é paisagem»...

Só que, quanto mais todas as obras forem olhadas e valorizadas, as de todo o país, mais as pessoas se treinam a ver, a gostar e a compreender. Ou vice-versa, sabe-se lá o que é primeiro? 

Mais, talvez um dia alguém o perceba: o quanto da Arquitectura veio da Ourivesaria? Que João Frederico Ludovice, ourives, teria muitas das informações necessárias para dirigir as obras reais?

E que os «alarifes» de que Regina Anacleto tem escrito, no caso da Pena (ou de outras obras), não prescindiam dos que sabiam das «outras artes». As necessárias à sustentação física - i. e., contra a força da gravidade - como eram os conhecimentos de Geologia e Minas que Eschwege (barão de Eschwege, Guilherme von Eschwege - o engenheiro alemão que D. Fernando II contratou), dominava e possuía.

Só há património com todas as artes, todos os conhecimentos e todas informações. É dificílimo que alguém, sozinho, possa dizer que é especialista, sem uma equipa. Aliás, neste nosso cada vez mais suposto doutoramento, essa é a grande pecha: o «desentendimento» da maior utilidade dos nossos estudos. Para todos! Estudos que são um deleite, é certo, mas sobretudo trabalho que é, ele próprio, um valor!   

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*http://www.igespar.pt/pt/

**http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/9003.html,

sabem que essa obra é um MN?


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