Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
29
Dez 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Sim, pobres coitados que nós todos somos, quando vamos pondo tudo dentro de uma única Caixinha, sem mais hipóteses...?

 

A arquitectura foi muita «coisa», inclusive "Machina memorialis" como tão bem provou Mary Carruthers.

Émile Mâle também colocou exactamente esta questão, embora de outra maneira bem diferente, referindo-se a uma materialização da Bíblia, que ficou concretizada nas formas arquitectónicas.

Quando agora todos nós escrevemos muito menos - o que desde as nossas 1ªs classes (i. e., desde os 6-8 anos de idade) sempre foi um modo de memorizar; quando agora retiramos da frente (dos olhos) muitas das coisas de que nos devíamos lembrar, e portanto se aplica o "Longe da Vista: longe do Coração!"...

Sim, com estas técnicas nossas contemporâneas de tudo ir desmaterializando - e apetecia meter aqui, agora, a Quilha da Arca de Noé...* - deste modo, é verdade que está tudo dentro de uma única caixinha (arrumadíssimo é verdade), a qual, se nos falhar, também nos leva tudo!

Memórias? Cadê? Psssssss...,

Evaporaram-se!

E o que podem ter a ver as Neurociencias, "avec:

L’évolution de nos bureaux"?

Depois, e como prova de que o ensino (e a memória) sempre precisou de imagens e diferentes «materiais didácticos», o link acima levou-nos a produções de outros autores (que não nossas), ajudando a pensar no que se anda a fazer. Neste mundo novo que andamos a desenhar/criar:

Assim, claro que esta é uma questão de Design..., e da Memória

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*Vinha mesmo a propósito este assunto, que é aliás bem divertido:

Já que Maria João Baptista Neto ficou muito zangada por termos aludido a essa machina memorialis (ou metáfora - a dita Quilha) na nossa tese sobre Monserrate, tendo chegado ao ponto de «nos corrigir». Ora quem ler James Murphy e o Restauro do Mosteiro de Santa Maria da Vitória no Século XIX, da autoria de Maria João Baptista Neto, Editorial Estampa, Lisboa, 1997, lá encontrará, nas pp. 26 e 38, a referência a essa Quilha. E, acontece que a mesma já foi objecto de estudos (só) um pouco mais eruditos do que os de Maria João Baptista Neto. Aqui, não desfazendo, claro! Até porque aprendemos imenso com essa Professora (que fez um transporte de informações, em minha opinião fabuloso, e do qual, agora, estará arrependida?), e apenas o IADE, entre «outros», quer continuar a esconder este facto!


28
Dez 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

...claro que muitas vezes já pensámos nisto*:

 

Que o IHA da FLUL nos quer colocar numa situação semelhante à de Jorge Filipe de Almeida e de Maria Manuela Barroso de Albuquerque, porém, acontece que estivemos lá, desde Outubro de 2001 a 31 de Janeiro de 2005.

E só não fizemos aí o doutoramento porque os seus responsáveis nos expulsaram: aliás, como se fossemos estranhos, talvez equivalente ao que lá ouvimos sobre Jorge Filipe de Almeida e de Maria Manuela Barroso de Albuquerque?

Só que não somos. A investigação fantástica que fizemos devemo-la aos mesmos «profs» que depois fizeram questão de nos expulsar.

Porque é assim a Ciência em Portugal!

Acontece que hoje passa tudo pela caixa, e há docs que não se deitam fora: como os gatafunhos, minúsculos, de uma orientadora que corrigiu «as provas» da orientanda (e hoje finge que a desconhece, o que pode dar jeito...)**

ConversasComDoodles

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*Até porque houve PROFs. de outras Faculdades e Universidades que nos alertaram para isto mesmo: a falta de honestidade, ou as guerrinhas ridículas que decidiram empreender

**Pois é, não tratámos como lixo (a arquitectura habituou-nos a isso!) os drafts dos nossos escritos. Sobretudo quando percebemos as enormes desonestidades intelectuais que estavam a avolumar-se e a ganhar forma: poderiam vir a ser necessárias algumas provas. Exemplo é o que Maria João Baptista Neto escreveu (e em especial o que não escreveu e omitiu) ao publicar em 2015 um livro sobre o Palácio de Monserrate. Livro que, obviamente, não vamos comprar...

Já que as Origens do Gótico (e outros temas, como explicitado por E. Gombrich) são um assunto muito  mais rico e intelectualmente desafiante


14
Dez 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... ampliaram e adquiriram tridimensionalidade.

 

A Arquitectura é, etimologicamente, a construção principal: i. e., a construção (tectura) + principal (arqui).

E essa primazia da edificação- que devia ter estava na linguagem empregue, pois os sinais que se complexificaram e passaram a existir não apenas no plano, mas também a envolver, a separar do exterior e a proteger; esses sinais que se usavam eram significantes.

Claro que tudo isso ligado por "...regras mecanicas de fabricar..." como escreveu Cirilo Wolkmar Machado.

Assim, o que escrevemos e citámos em 2004* dizia já muito sobre o Gótico e as suas Origens que Maria João Baptista Neto ansiava por compreender.

Leiam, agora que há muito mais


28
Jun 15
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... que é muito bem feita: é castigo para a arquitecta Azevedo Coutinho!

Ninguém a mandou fazer descobertas em áreas científicas que definitivamente não interessam a Universidades Portuguesas

 

Ninguém a mandou passar a vida a desfazer lengalengas, a odiar conversas de papagaio, como eram sempre todas as histórias de Monserrate, começadas por: "O Pe. Gaspar Preto que em 1540 foi em Peregrinação a Monserrat da Catalunha..."

Ninguém a mandou ser radical, e estar constantemente a querer tirar ideias (mal) feitas das cabeças dos alunos, a querer explicar as origens e as raízes...

Ninguém a mandou tornar-se perita em analogias e «imagens úteis» para conseguir explicar o que tinham decorado e memorizado sem aprenderem...

Ninguém a mandou recusar-se a falar do Gótico, «de cor e salteado» como todos faziam e fazem na FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA...*

Mais, ninguém a mandou andar a dizer que o Tecto da Capela Sistina - sem ser Gótico - tem Ogivas...

Ninguém a mandou perceber que o Auge e a Ogiva vêm do verbo latino Augere, que significa subir...

Ninguém a mandou recusar algumas ideias de J.-A. França, e ainda as Cúpulas Bulbosas de Monserrate...

Ninguém a mandou negar que os fustes das colunas de Monserrate fossem de pórfiro, ou de outros granitos ou mármores, como antes se dizia, pondo tudo a nu, e dizendo que são pedras da região...

Ninguém a manda pensar, fazer associações mentais (inauditas), e agora - muitos anos depois de ter lido uns livros óptimos que Maria João Baptista Neto lhe facultou (mas será que essa os leu, ou bastava-lhe que a arquitecta lesse?) - passar a dizer que os Tectos do Palácio da Vila de Sintra são régaliens como dizem os franceses... Ou questionar o que têm a ver os Telhados de Tesouro de Tavira e Faro - assim chamados por Orlando Ribeiro, - com os Tectos dos Palácios de Sintra, de Belém? Ou com o Tecto do grande Salão (nobre) do Palácio Amarelo em Portalegre? Ou com a obra de Philibert De L'Orme, e a deste com a Catedral Gótica...?

Ninguém a mandou, ninguém a manda sequer, dizer que há tectos com Ogivas Barrocas...mas diiiiiz!

Muitos até dirão o que é que ganha com isso? Porém continua, perseverante/teimosamente, a ensinar à sua maneira; a exprimir as suas teorias, com as palavras e as suas expressões próprias, que, segundo lhe parece, e acha, explicam melhor as ideias que defende...

O que é que no fim ganha com isso? Re:

Uma óptima aluna - que é uma honra ter alunos assim, e com este gabarito - chamada Maria João Baptista Neto. Aluna que a segue fielmente, passo a passo, porém sem crivo, nem crítica: 

Est-ce le vrai perroquet?

Não se sabe, apenas que é um bocadinho incomodativo...

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*Aliás, e embora poucos se apercebam disto (ou os arquitectos e os engenheiros muito educadamente evitem entrar em confrontos?), na verdade a ausência de qualquer interdisciplinaridade, ou comunicabilidade - entre cursos que podem ser da mesma universidade - isto cria situações que são bastante cómicas. Como por exemplo um Catedrático de Letras, Prof. de História da Arte ser um total ignorante numa Faculdade de Arquitectura (e, claro, nos júris de exames em que vai participar). Já um pequenino arquitecto (ou engenheiro), mero licenciado, claro que sabe muito mais do que - e nas áreas científicas específicas em que... - o dito Historiador de Arte se atreve a entrar; e nas quais, quiçá, ainda tem a presunção de ser magistral! Isto é completamente possível, portanto, com tanta ignorância, aguentem-se.

Não digam que foi Deus que distribuiu mal a inteligência, porque o que acontece é que um mero licenciado em engenharia ou arquitectura, estes têm que dominar o real (onde a lógica funciona); já do Historiador de Arte espera-se que tenha a cabeça repleta de fantasmas e de fantasias ridículas, que decorou ou memorizou (à força sem compreender nada); ideias que são inverosímeis e que não encaixam na realidade; mas eles insistem...


05
Mar 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Nunca esquecerei o enorme jeito que me deu aquilo a que se pode chamar «uma certa dose de aselhice» de Maria João Neto (logo em 2001): porque o resultado foi uma sorte enorme!

 

Isto é, em 2012 já escreveu que Monserrate tem o Duomo de Florença no seu cimo, e elementos dos Palazzos de Veneza, etc. Lê-se em: http://multi-science.metapress.com/content/xr437134261249l2/fulltext.pdf, na p. 102, embora prefira as informações de Priscilla Metcalf. São-lhe úteis e caras, mais do que aquilo que sob a sua orientação fizemos e desconstruímos. Isso não lhe merece referência, desvaloriza*!?

Deixá-lo, é o mesmo que (está-se a ver), sucede com os banqueiros desonestos ou com os políticos que alinham por bitolas semelhantes: há as falas e as falinhas mansas, idem as falácias, mas, evidentemente, o que é eloquente, muito mais do que tudo o que digam, são os actos: é aquilo que fazem!

Então, em 2012, i. e., mais de 10 anos depois de termos entrado na Fac. de Letras da Universidade de Lisboa (graças à referida senhora, e também a um simpático engano que houve na Secretaria...). E ainda cerca de 7 anos depois de termos defendido uma tese (em 2005) cujas conclusões deixaram os Professores, membros do Júri, pior do que muito zangados, então a referida senhora escreveu o que se segue, sobre Francis Cook:

"To this end, he hires the architect James Thomas Knowles (1806-1884), who surely received strict orders to respect the pre-existing structure. Knowles creates a decorative interior and exterior, in revivalist-like taste, where Italian and Oriental references abound (Metcalf, 1980). The new palace, suggestively called “Beckford Hill”, was reborn with plastic quotes of the Alhambra in Granada, the palaces of Venice and the dome of Florence Cathedral, among others. Francis Cook became an important art collector and..."

Sem problema, aprendeu-o connosco, pois até fizemos uma planta de encarnados e amarelos, que evidenciaram o que foi mantido e o que foi alterado desde a versão Monserrate-I, para a versão Monserrate-II.

Portanto, no texto acima citar P. Metcalf é reforçar a ideia que tínhamos desde 1996, não por sermos especialistas, ou por já se ter lido o livro sobre James Thomas Knowles - Arquitecto vitoriano e Editor, mas por termos alguma cultura geral, e uns «olhos treinados»...

Mas há provas materiais desses conhecimentos, já tínhamos escrito sobre o assunto, e num próx. post será publicado. De qualquer forma, não se percebe onde foi buscar a ideia que Knowles recebeu ordens estritas para manter a estrutura pré-existente? É uma daquelas extrapolações e exageros típicos...  

Adiante, pois acontece que também nós aprendemos imenso com o que Maria João Neto nos ensinou, e ao contrário do que faz, não vemos razão para o esconder. É algo que muito nos honrou e dignificou, e sobretudo deu os maiores privilégios:

Como foi, logo no início dos trabalhos, o facto de ter visto em Monserrate muito mais aquilo que caracterizou o Norman - que é uma corrente do chamado Romanesque (inglês). Porém, viu isso, mas não vendo antes - o que teria sido muito mais normal...! - os Palácios de Veneza, dos quais a Casa de Monserrate provém, de um modo ou via quase directa.

Ou seja, aquilo que é/era menos «verosimilhante», foi o que Maria João Neto viu; já os monumentos de Veneza, os que Ruskin amou e transmitiu directamente aos arquitectos Knowles, isso, tão estranhamente, a referida orientadora não vislumbrou ou «descortinou», logo no começo do trabalho de orientação. 

E foi muito depois (cerca de 7 anos mais tarde) aos estudos de P. Metcalf, buscar os fundamentos não só daquilo que lhe ensinámos, como daquilo que um qualquer londrino - que goste um pouco da sua cidade e saiba a sua história - naturalmente sabe!

Talvez por aqui os leitores compreendam o que vai nas nossas Universidades? Como e porquê, neste caso uma Orientadora, se dá ao luxo de sonegar um trabalho (tão profícuo) da sua orientanda...**

E este seu pequeno engano, ou o que designamos «uma certa dose de aselhice» de Maria João Neto, deu-nos depois uma montanha de informação! Essa foi a nossa Sorte Grande: ela abriu-nos uma porta fantástica, a possibilidade de compreender os Estilos Arquitectónicos e as suas formas que todos consideram abstractas.

Por isso Thanks God e a Maria João Neto, embora me pareça que «folga muito» com este reconhecimento?

Mas por aqui igualmente também se "folga muito", já que cada um sente o que sente..., ou vê o que vê:

PALAZZO-ARIAN-EM EDIÇÃO-BATSFORD.png

E neste caso, como podem ler na legenda (clicar na imagem) Maria João Neto não se lembrou de Veneza, nem de Ruskin, ou de Lord Byron. Mas unicamente da sua «preocupação», que vinha de trás, com as Origens do Gótico***: obrigou-nos a um recuo fantástico, e altamente enriquecedor. Levou-nos a fazer um trabalho que excede em muito (e em 2002-2005 já excedia!) as características de um mestrado normal. Claro que foi "uma fantástica orientação", fica no título do post de hoje, embora nos pareça - por tudo o que se escreveu acima - que talvez tenha vergonha de ter sido fantástica?

Só que aqui, na mesma pessoa, aplica-se na perfeição aquela frase:

As acções, boas e más, ficam com quem as pratica!

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 *Porque será? Tudo se passa como se não tivéssemos existido, nem sequer «levado» Monserrate (e muita informação já antes adquirida por nós) para a Faculdade de Letras...

O livro, as provas prestadas, e até um diploma muito piroso da UL (sem design nenhum), estão por aí. Acontecendo assim que não há borracha que apague o que nos deu: imenso!

**Um luxo que tem as consequências que se vêem, quer para a Universidade de Lisboa, quer para a vida da própria orientada. Porém, a coisa não pára aí, já que a orientada veio de uma outra instituição - o IADE, tendo ido à Faculdade de Letras para progredir na carreira docente, adquirir um grau mais elevado, reconhecer competências. E se o que acabámos de escrever é uma explicação lógica, normal e prosaica do que aconteceu, também acontece que em Portugal tudo funciona ao contrário (como hoje se lê nos jornais sobre as dívidas à Segurança Social, do PM). E, analogamente, também na instituição a que a orientada pertence, o IADE é dirigido desde 2008 por alguém que nunca frequentou uma Escola Superior (característica, ou verdadeira); alguém que, tal e qual como Maria João Neto, tudo fez para calar e prejudicar, nesse caso uma sua docente demasiado atrevida:

A arquitecta Azevedo Coutinho devia ter mais juízo do que todos eles juntos, saber de experiência própria - vivida (e devia tê-lo posto em prática...) - que no seu país a Democracia não existe: não chega a todos os cantos? Que as mulheres são óptimas, mas é sobretudo para lavar a loiça lá de casa... Rendem mais do que todas as máquinas de lavar louça!

***Também fácil de provar que o tema era seu, mas que lhe demos solução... Depois do que se descobriu ainda chegou a falar-nos numa Conferência de Imprensa, mas alguém a aconselhou a calar tudo isso? Razão para sabermos que a dita senhora não está só, não é a única culpada...

http://multi-science.metapress.com/content/xr437134261249l2/fulltext.pdf ver p. 102

 


18
Fev 15
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... e claro, a de Vítor Serrão que o dirige.

 

Sempre tivemos várias razões para desconfiar muito daquilo que ia por lá. Mas de facto adorámos fazer os estudos e todas as investigações do Mestrado. Foi uma fantástica hipótese de realização. 

Porém face aos dados libertados e colocados logo na Introdução do trabalho de Marta Ribeiro (Julho 2014, defendido em Outubro*) vê-se bem toda a incompetência que por lá vai; vê-se que acima de tudo vive é da máxima maldade.

Maldade que ao IADE deu todo o jeito seguir, para nos estragar a vida:

UM NÔJO ISTO QUE DIZEM SER A CIÊNCIA EM PORTUGAL;

UM NÔJO QUE É ESTE ENSINO INFERIOR DE MEIA-TIGELA:

a estragar a vida das pessoas como no IADE nos fazem desde 2008 -

 campeões da pura incompetência e da máxima maldade!

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*http://www.letras.ulisboa.pt/pt/agenda/mestrado-em-arte-patrimonio-e-teoria-do-restauro

Muito interessante até por 2 membros do Júri serem os mesmos que em 31.01.2005 estavam exactamente na mesma posição em relação ao nosso trabalho:

A CONTA-GOTAS decidiram LIBERTAR INFORMAÇÕES que deveriam ter dado a partir de 2002 (?), ou 2005, quando todos estávamos perplexos com as novidades que se encontraram.

http://primaluce.blogs.sapo.pt/134626.html

Entretanto o IADE continuou a usar e a abusar da máxima maldade ----» sem lógica e irracional!

ω


14
Fev 15
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

..., ele há coisas tão queridinhas!

 

Imagine-se, num sábado de manhã, de Carnaval, e a encontrar uma citação como esta: 

"(...) Também a arquitecta Glória Azevedo Coutinho, no seu livro 'Monserrate –  uma nova História', identifica pela primeira vez a influência da Itália Romântica na arquitectura do palácio, de um certo vanguardismo no contexto da época.

(...)"

Claro que é impossível não pensar em quem ditou esta frase. Divertido, pois enfim, ele há mesmo «coisas», digamos, há factos «espontâneos» que são uma verdadeira ternura!

Sobretudo no contexto do reconhecimento daquilo que de facto é o mais importante que descobrimos.

Tal e qual, como o povo, rapidamente pensamos: "Albarda-se o burro à vontade do dono!"

Porque a dita arquitecta Glória Azevedo Coutinho, com muita informação que a Professora Maria João Neto lhe deu, agarrou nalgumas das suas capacidades - as que alguém com 25 anos de profissão tinha naturalmente adquirido: Como é saber fazer sínteses, ser interdisciplinar, neste caso ter muito treino de composição e sobretudo estar habituada a ver desenhos (esboços dos seus alunos do IADE, e «tendo geometria dentro dos próprios olhos»).

Mas ainda também, há que o mencionar, não tendo barreiras mentais para ir estudar Teologia; saber um pouco de História, ter tido a sorte de ouvir falar latim, saber algum francês, alguma matemática - como o básico do que são teorias de conjuntos. Saber ainda, mesmo de maneira vaga - ou ter adormecidas dentro de si? - algumas das questões que António Quadros e outros da sua geração procuraram, quase angustiadamente, como Alain Besançon o explica...

Em suma, a dita arquitecta agarrou nisso tudo que tinha, que uns e outros lhe deram (graças a Deus!), ou a própria adquiriu (idem) e convicta dos seus conhecimentos formulou mentalmente, e expressou-o logo depois, sem ver razão para medos!?, aquilo que lhe parecia ser correcto. 

Assim, quando se lê uma frase como a que está acima e acabámos de retirar de um trabalho cuja existência desconhecíamos, neste momento é impossível não achar que é «tão ternurenta»!?

De facto, quando hoje estamos muito mais do que hiper-conscientes* da importância de Itália para a Arquitectura inglesa, e especialmente a londrina, no século XIX que se continua a designar Romântico; agora, a estas horas, encontrar esta referência que enfim nos diz que abrimos uma porta, nada pode ser mais «ternurento»???

Insistimos na palavra e nesta pergunta aos nossos leitores: eles que respondam...

É que afinal, apesar do nosso «cansaço», e de julgarmos que poucos dão valor às nossas maiores descobertas; afinal alguém  nos está a confirmar que este Portugal enclausurado numa historiografia básica, que toda a restante Europa está farta de conhecer: este Portugal mesquinho e cego, de invejas e vistas curtas, afinal precisa mesmo que lhe abram portas!

E agora alguém vem reconhecer que foi preciso, e até útil (para desenvolver teorias sobre túmulos etruscos) termos aberto essa porta? A que era tão simples e a mais fácil de identificar e abrir, caso as pessoas tivessem pensado só um bocadinho? Porque se tivessem lido Eça, ou depois dele por exemplo algumas Páginas Escolhidas de Maria Amália Vaz de Carvalho, teriam compreendido que a geração dos nossos avós sabia o que estava em Monserrate...

mavc.jpg

(clic para legenda)

Só nos ocorrem outras perguntas, como - onde estão os verdadeiros Historiadores em Portugal? O que têm eles andado a fazer? Estarão ainda entretidos, não em estudar e em querer saber mais, mas especialmente ocupados em esconder outros estudiosos, os que não sendo da área da História lhes vieram mostrar o que eles tão ceguinhos não têm visto? Porque não pensam, e confiaram simplesmente em J.-A. França, que por acaso não viu nas formas de Monserrate motivo (decorativo) ou razão, para insistir nesse aspecto...

Por fim, tão simples, reconhecemos:

É queridinho, é ternurento, obrigada! Nem temos outras palavras para agradecer a quem -  Marta Ribeiro, a suposta autora - refere a utilidade (ver nas pp. 13-14) de uma investigação nossa

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*Já agora explicam-se dois pontos que Marta Ribeiro parece desconhecer (tal foi a sua necessidade de «engraxar»):

1. Glória Azevedo Coutinho terá nascido uns bons anos depois de Maria João Neto (Thanks God - é ela que está a ir para velha...). 

2. Uma hiper-consciência que foi adquirida com a maior das facilidades, por também sabermos ler (só um pouquinho, mínimo e sem ironia...) em inglês. E depois de termos provado (poderá dizer-se que foi «com uma perna às costas»?) a influência da Itália Romântica em Inglaterra e consequentemente em Monserrate, e tendo-me apercebido dessa maneira, o quanto a historiografia da Arte em Portugal é completa e vergonhosamente atrasada, passei a ler ainda mais sobre a arquitectura inglesa e a própria Cidade de Londres. Para Marta Ribeiro e para a letargia que vai em Historia da Arte na Faculdade de Letras aconselha-se a que leiam Tristram Hunt, sobre a Arquitectura Victorian. E claro, aconselha-se também a que continuem a esconder o que de muito mais importante também deixámos em Monserrate uma nova História, sobre a origem do Estilo Gótico

Que escondam - até o melhor e o máximo possível - para que ESCOLAS como o IADE (onde a compreensão é algo muito subjectivo, ou lentíssima) possam depois dizer dos seus próprios docentes que fizeram MESTRADOS em TEMAS ininteligíveis e principalmente inúteis.

Aliás, sublinhe-se e questione-se:

O que é que uma ESCOLA DE DESIGN tem a ver com uma Casa em Sintra como é o Palácio de Monserrate?

Por favor não respondam TUDO...

Por favor sem ironia, a quem está aos comandos da dita (que aos poucos se apaga), façam o máximo para servilmente lhes agradar, respondendo:

NADA, NADA, NADA, NADA!


17
Nov 13
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar
... e "As Artes Decorativas nos Interiores de Monserrate"*.

 

O tema de cima, As Origens do Gótico, era o da Professora Maria João Neto, docente da Faculdade de Letras, e nossa orientadora do mestrado, quando frequentámos essa instituição. Até que, depois de 2002 e sobretudo de 2005, tendo nós descoberto e esclarecido esse assunto - embora de uma forma que merece ainda ser muito mais trabalhada - desse ano em diante a questão (para si, M.J.N.) ter-se-á esvaziado?

Tanto mais que, quem hierarquicamente dirige o Instituto de História da Arte, a que Maria João Neto também pertence, não tem deixado (e desde logo, em 2002-2005 não deixou!) que o assunto se esclarecesse mais cabalmente. Que saia, para o Conhecimento dos comuns mortais - ou principalmente para o das redes de Universidades Europeias, Americanas, do Norte e do Sul da América, que também investigam, e querem aprofundar mais, aquilo que é considerado Ciência. 

Em suma, em Portugal, na Universidade de Lisboa, há um «finca-pé» muito redutor - que, por tabela, decide e contribui para o  nível científico (baixo...) do país. Uma querela que impede a saída, e a divulgação da resposta, a uma questão (que é um bem precioso**) e que muitos ainda agora, hoje, a colocam: 

De onde veio o Arco Quebrado, de onde veio o chamado Estilo Gótico?

É que se alguns ainda actualmente questionam o tema, a verdade é que são a França, e toda a Europa, as principais interessadas. E por isso - é assim que interpretamos a decisão da direcção do IHA? - Lisboa «sai de cena»... Talvez com o argumento de que nada tem a ver com o assunto? A não ser que, para V. Serrão - Lisboa não seja Europa (e aqui comece uma «qualquer barbárie», a do «Canibalismo» que Miguel Real descreve...)?

É um «Lavar de Mãos» à maneira de Pilatos, num tema que não se deveria deixar por aí ao desbarato (entregue a nenhuma barbárie...). E que, se é abordado num blog, isso também se deve ao facto do marketing não poder ser alheio a uma questão, que nós não deixamos cair.

E a nossa orientadora - Maria João Neto - cujo imenso mérito era divulgar uma questão tão interessante, quanto importante (quando a conheci e quando contactei o tema...); depois do que esclarecemos e descobrimos, talvez, face às directrizes que deve ter recebido (?), por isso, muito «doutoralmente», ter-se-á desligado da temática?

 

As Artes Decorativas nos Interiores de Monserrate, é um tema que, directamente, e com esta designação - explicamos porquê - nós nunca o abordámos!

Desde 1986-87, quando a convite do Professor António Lamas conhecemos o edifício principal do Parque de Monserrate, e sobre o mesmo fizemos um trabalho; de facto, para nós foi motivo de escândalo, ver o estado desgraçado que os estuques e outros elementos construtivos começavam a atingir. Em geral as Patologias mais graves (tema do estudo que enquanto profissional nos fora encomendado) ainda não afectavam as estruturas.

Porém, já se tinham iniciado alguns (embora ainda pequenos, mas gravíssimos) repasses de água da chuva, para o interior. A cobertura provisória que a DGF e a DGEMN (ou o IPPC?) tinham colocado vários anos antes, estava a começar a romper, e iria mais tarde - o que se veio a verificar - voar e espalhar-se em fragmentos rasgados, em volta do Palácio, pelos jardins.

Nessa data já a Expo98 estava programada, o país enchia-se, desalmadamente, de auto-estradas, mas o casarão de Monserrate não interessava a ninguém: tal como o palavrão "Artes Decorativas" - ninguém o quereria usar! 

Uma borracha gigantesca que ainda por aí anda, tratava de apagar tudo o que fosse Artes Decorativas, os respectivos Motivos e mais ainda todas «as razões»: pois tinha que se pensar DESIGN. Mesmo que a maioria - e os alunos que entravam no IADE continuavam a espelhar bem a sociedade portuguesa - não soubesse sequer o significado dessa palavra... 

Com este detalhe a história não cabe, mas, a arquitecta Glória Azevedo Coutinho, que nunca se limitou às Artes Decorativas, por outro lado, - e com todo o sentido de liberdade com que sempre viveu - nunca deixou de olhar quer para a Arquitectura, quer para os mínimos detalhes apostos sobre essa mesma base, então ainda dita «Arte Maior». 

A referida projectista, e docente (de uma instituição particular, que pelos anos 80 ainda não era Ensino Superior), já se tinha apercebido, há muito, de várias similitudes - bastante interrogativas e desafiantes -, de articulações e correspondências formais, entre os elementos decorativos e as formas arquitectónicas. 

A partir de 2001, e tendo passado a ser «bombardeada», - por estar na Faculdade de Letras, para fazer um mestrado - por textos de carácter religioso. Ou (ainda?), por então se ter apercebido, concreta e verdadeiramente, da imensa importância, e de toda a sua enorme extensão, do contexto religioso para o design «especifico» de cada obra de arte. De 2001 em diante, e sempre impregnada do sentido de liberdade que normalmente pôs nos seus trabalhos e projectos, tendo logo ao lado a Enciclopédia Verbo (hoje, certamente, uma obra subversiva?), folheou-a, e procurou... 

Sim, Glória Azevedo Coutinho procurou e encontrou, estando essa História publicada (ver neste blog as referências do livro).

 

Bastou-nos ler 3 ou 4 entradas para perceber várias especificidades dos Godos; dados que considerámos mais do que suficientes para ir explorar, entre outros, o «mais-que-hiper-subversivo» Caramuel Lobkowitz, nos Reservados da BN.  

A razão porque Maria João Neto se desliga dum tema tão interessante, não conheço? Apenas suponho, e lamento. Como nem sequer sei se houve mudanças de direcção dentro da FLUL e no IHA?

Embora saibamos todos, que nas evoluções havidas, na sociedade, no país - tal como nas auto-estradas, já excessivas nos anos 80 - que a Europa se destrói com obras e normas: a estipular regras, e parametrizações amiúde, em geral completamente ridículas (passando ao lado de - o essencial).

Um essencial que tem conduzido à destruição, que, pessoalmente sinto-o na pele, no quotidiano das estruturas de ensino onde estou***.

E onde chegam todos os dias, com a Crise, pouco mais do que as ditas normas europeias, ou o pobre modus vivendi, sem riqueza cultural (ou qualquer espiritualidade), da sociedade actual...

Onde  também o Estado não chega, a propor (ou a obrigar...) a que não se desperdicem os dinheiros da FCT! E a que os estudos que financiou tenham condições de concretização.

~~~~~~~~~

*Este assunto é «pano para mangas». Ainda bem que o IHA, a FLUL e Maria João Neto o despoletaram. Permite escrever para esclarecer o imbróglio que está criado desde 2005: o que pode justificar inúmeros posts, tal como justificou a imensa exploração, investigadora, que entretanto fizemos, e o muito que ficámos a saber. Mas, de 2008 em diante, encontrado o Tratado (de Teologia) que esteve na base da Arquitectura Gótica, os apoios de Fernando António Baptista Pereira não foram convincentes a demover o IADE:

Para influenciar - ou sequer conseguir fazer compreender? - o valor das informações em causa, e a História do passado.

**É um bem precioso, porque a investigação é cara, e as  descobertas importantes raríssimas...

***Como se compreende, qualquer réstia de passado, ou informações do que foi - que explica a situação a que hoje se chegou - é altamente subversiva. Assim, inclusive o gosto pela história, é incomodativo: portanto - a destruir.

Aliás, nota-se - e sinal de ignorância, ou que muito mal, a História da Arte  não se tem centrado nas obras, mas sim na história dos autores?

Que, em suma, não tem interessado a ninguém a capacidade da História, mais que outras disciplinas, para responder à exigência da Criatividade:

Que é premente ter ao «fazer» Design (ou projectar informadamente).
Assim, será que deve haver uma História da Arte para o Ensino Superior Público, e outra para o Ensino Superior Privado?

http://www.fl.ul.pt/component/content/article/2337-curso-livre-de-artes-decorativas

http://ww3.fl.ul.pt//pessoais/mjneto/index.html

http://areas.fba.ul.pt/fh/CIEBA.pdf

http://primaluce.blogs.sapo.pt/2011/08/27/


25
Set 12
publicado por primaluce, às 00:30link do post | comentar

Há dias encontrei a Tese de Doutoramento da Leonor Botelho. Fomos colegas no Mestrado, e apesar das nossas situações profissionais (e de vida!) tão diferentes, o seu trabalho por várias razões, aproximou-se muito do nosso e vice-versa.

De facto foi a Leonor que chegou com ideias muito definidas, no nosso caso era apenas Monserrate que sabíamos querer estudar. Mas o Palácio inglês de Sintra deu-nos muito mais do que podíamos prever ou imaginar, e por isso aconteceu a tal aproximação!

Talvez a Leonor não tenha mudado muito de enquadramento e sempre tenha premeditado fazer estes caminhos? Não foi o nosso caso. O que descobrimos no dia 2 de Março de 2002, e que depois nos fez culminar, em 16 de Março de 2002, com a certeza de termos adquirido informações preciosas; concretamente sobre a importância do Filioque e do Cisma de 1054, relativamente às Origens do Gótico*. Essas informações actuaram sobre nós como verdadeiros motores, gerando uma curiosidade enorme. Sem palavras para se poder descrever! 

E esse foi aliás, depois, o «grande piropo» que Lúcia Rosas (nossa arguente, orientadora da Leonor Botelho) dirigiu ao nosso trabalho e à nossa atitude! Não esquecemos, é o que faz avançar a Ciência e o Conhecimento...

Para quem estiver interessado no tema - Descoberta dos Estilos Medievais - fica aqui: 1º a citação de Leonor Botelho do nosso estudo. E depois o link que permite aceder ao texto que citamos e (a muito mais) pois integralmente dá acesso à tese de doutoramento.

“... Regina Anacleto procurou avaliar o impacto da Arquitectura Neomedieval Portuguesa (1780-1924)470, enquanto reflexo dos mais diversos posicionamentos nacionalistas da época,mas também enquanto embriões de correntes arquitectónicas (e problemáticas) posteriores. Embora já numa vertente mais direccionada para a análise de um 'case study’, o estudo que Glória Azevedo Coutinho consagrou a Monserrate471 introduz-nos especificamente no ambiente vivido em torno da valorização e reedificação do Gótico, fruto do seu melhor conhecimento e da sua redescoberta...”**

http://pt.scribd.com/doc/95842060/20/Da-realidade-portuguesa-a-descoberta-dos-estilos-medievais-antes-de-1870

Pela nossa parte, houvesse tempo, e conseguíssemos obter as condições para isso, gostaríamos de citar e reportar várias informações de Françoise Choay que a Leonor gostaria de ter; muitas mais de Regina Anacleto e dos vários casos que estudou além de Monserrate, onde por vezes viu (e outras vezes passou ao lado) de materiais interessantíssimos e poderosos nas informações que dão (lembrem-se da "arquitectura falante", ou "The language of architecture..." de que Roger Stalley escreveu

E ainda sobre o Palácio de Sintra - Monserrate, enquanto obra Gothic Revival - ou Survival, e, ou, ambas as designações, que parecem ser possíveis? - aquilo que se pode obter (está lá) sobre esses casos. Depois também a obra fascinante de Tristram Hunt, e o que permite captar da arquitectura vitoriana, no seu Buiding Jerusalem, The rise and Fall of the Victorian City, London 2005.

No âmbito daquilo que é a nossa curiosidade sobre o passado (um fascínio que quase nos faz perder o pé!), nessa comparação para nós as nomenclaturas estilísticas, enquanto problemática científica, perdem: são desinteressantes, e pouco ou nada acrescentam a uma temática que é absolutamente fascinante.Porque a podemos trazer para os dias de hoje, e ensinar aos nossos alunos, para quando estão a projectar.

Sem que se apercebam disso, de muitos dos procedimentos que o acto de projectar e criar, exige: hoje, por vezes não muito diferente dos processos que existiram no passado***!

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Um tema que Maria João Neto, nossa orientadora já vinha há muito a tratar.

**Ver  Leonor Botelho, op. cit. p. 115.

***Sem que lhes seja dito, ou sequer tenham a noção de que estão bastante perto daquilo que se fez noutros tempos...

  


26
Fev 11
publicado por primaluce, às 18:36link do post | comentar

"Uma nova arquitectura" é o que se pode ler na p. 48 de As Catedrais, de Patrick Démouy - editado em 2008, pelas P.E.-A., na colecção Saber - um livrinho de bolso que é um verdadeiro condensado (que aconselhamos). 

Como é habitual, nesta obra e à semelhança do que acontece em quase todas as Histórias da Arte e da Arquitectura, no período da transição do Românico para o Gótico, todos colocam a mesma pergunta: «de onde é que surgiu o o Gótico?»

Aqui, desta vez a fórmula é um pouco diferente, mas vai dar no mesmo. Depois do subtítulo "Uma nova Arquitectura", pode-se ler: "Como definir a arquitectura gótica? A sua etimologia não nos indica nada. A expressão deve-se aos humanistas italianos do Quattrocento que, julgando-a, com toda a razão, totalmente estranha aos processos de construção da Antiguidade, atribuíram-na aos bárbaros que se mantinham ao norte dos Alpes, os Godos. Isso não tem nenhum fundamento;..." (reticências, claro, pois o texto continua, com muitas outras informações, úteis).

Mas ficou o essencial: mais um exemplo de que mesmo em obras recentes*, a pergunta persiste. Ora o que nos aconteceu, foi, exactamente, pegar na Etimologia, e ir perceber o que é que tinha sido característico dos Godos? Foi então, com esta enorme simplicidade (mais do que transparente), que encontrámos o Arianismo, e referências a vários Concílios na Península Ibérica. Desde 380 em Saragoça (ainda os Godos não tinham chegado à Hispânia, era o Priscilianismo que preocupava Roma). Assim como também encontrámos, a atribuição à Iberia, aos chamados Visigodos ou Godos do Ocidente, a definição (ou a ampliação dessa noção) da "dupla procedência do Espírito Santo", ou "Filioque": a qual, com toda a facilidade, se explica muito melhor esquematicamente, a partir de desenhos, do que com palavras.

Definição ou Ideia, a que, desde 587, e definitivamente em 589, no IIIº Concílio de Toledo - já depois de Clóvis (o rei dos Francos) se ter tornado católico - os Visigodos, chefiados por Recaredo, também quiseram aderir. Abandonaram assim o seu Arianismo, convertendo-se ao Catolicismo.

Esta explicação que aqui é feita, de modo tão sucinto quanto possível, está, muito mais ampla, no nosso trabalho sobre Monserrate. Concretamente, antes e depois da p. 38, onde se pode ver a imagem que confirmou os vários organigramas que tínhamos desenhado, na tentativa de nos esclarecermos. 

Desde 2002 não parámos de aprofundar o assunto, e sobre ele temos agora muitas mais dezenas de páginas. Embora, em torno deste tema - o "Filioque" - o qual aliás, ao longo da História (nem sempre com esta designação, mas quase desde o Nascimento de Cristo) suscitou uma infinidade de escritos. Repete-se, sobre este tema é possível escrever milhares de páginas: principalmente, se houvesse a intenção de registar o máximo, de tudo o que se passou (o que não é o caso!)

Para concluir, hoje resta-nos destacar que apesar de todas as pesquisas que entretanto fizemos, e acrescentámos às iniciais, a nossa redacção mais sintética sobre o assunto, estando desde logo correcta (é importante que se diga), é a que escrevemos em 2003-2004. E porque tínhamos «descoberto» a questão a partir de Março de 2002, está editada.

Assim, qualquer livro de História da Arte ou da Arquitectura, que coloque a pergunta, como faz Patrick Démouy - um autor admirável, e em cujos livros se aprende imenso - se o fizer, à partida, deve-se considerar que neste assunto o autor não está totalmente informado; longe disso, não teve a nossa sorte**!

Sobretudo, porque agora, já alguns outros autores, como é o caso de Edward Norman (embora ainda de uma forma muito incompleta), começam também a aperceberem-se do mesmo que detectámos: isto é, da relevância de um grande número de Ideogramas. 

 

Em suma, vamos todos observando como é que esta situação vai evoluindo? Pois para já não podemos fazer mais do que temos feito...

Em boa verdade, vai ver-se o que é, realmente, e de facto - na vertente do que alguns designam a Cultura Visual, e os seus fundamentos (acrescentamos nós) - o que é a Ciência em Portugal?

Vamos vendo...

Manuscrito francês, Diagrama da Trindade Cristã, apresentado na FL.UL em 31.01.2005*** 

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

* De um autor premiado - em 2005 recebeu o "grand prix Gobert de l'Académie des Inscriptions et Belles Lettres"- Patrick Démouy é Professor de História Medieval da universidade de Reims-Campagne-Ardenne; escreveu vários livros sobre a génese de uma Catedral, em especial a de Reims: "Santuário da Realeza Sagrada", onde Clóvis foi baptizado; e sobre os seus Bispos.

** Poder-se-á dizer que é uma sorte, a lembrar as faces de uma moeda: Sorte de um lado, Azar do outro! Porque a História está hoje tão definitivamente acabada, qual «bloco para ficar em tosco», que nos perguntamos se alguém a quer entender? Se valerá a pena investigá-la? Nesta área - a Arte são Imagens - as quais, se hoje não «falam» é porque os seus códigos foram perdidos, como deixámos no trabalho sobre Monserrate (ver op. cit., p. 29): "perderam-se as chaves dos símbolos". E embora cada vez mais tenhamos a noção que essas «chaves» são Conhecimento, e Saber (relações, também «articuladas»), vindo da Geometria. "A origem das expressões" - como se pode ler num autor do século XII. Para quem como nós está no Ensino Superior, e vê o que se passa (tudo à volta), mais preocupante do que a perca de Códigos de leitura, é a perca do Saber. E este - a compreensão do passado - pelos «zigzags» da vida, e os seus agentes, que em 2001 nos puseram neste caminho gratificante, numa boa parte, captámo-lo.

***Apresentação (ppt) tese de mestrado: Ideograma original em manuscrito francês do século XIII,  ver reprodução em Edward Norman, The Roman Catholic Church, Thames & Hudson, London 2007, p. 36. 

 Tudo isto já está em Monserrate, uma nova história, no próximo post, e a pensar nos nossos alunos - Teorema de Pitágoras: como ensinar...

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