... que é muito bem feita: é castigo para a arquitecta Azevedo Coutinho!
Ninguém a mandou fazer descobertas em áreas científicas que definitivamente não interessam a Universidades Portuguesas
Ninguém a mandou passar a vida a desfazer lengalengas, a odiar conversas de papagaio, como eram sempre todas as histórias de Monserrate, começadas por: "O Pe. Gaspar Preto que em 1540 foi em Peregrinação a Monserrat da Catalunha..."
Ninguém a mandou ser radical, e estar constantemente a querer tirar ideias (mal) feitas das cabeças dos alunos, a querer explicar as origens e as raízes...
Ninguém a mandou tornar-se perita em analogias e «imagens úteis» para conseguir explicar o que tinham decorado e memorizado sem aprenderem...
Ninguém a mandou recusar-se a falar do Gótico, «de cor e salteado» como todos faziam e fazem na FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA...*
Mais, ninguém a mandou andar a dizer que o Tecto da Capela Sistina - sem ser Gótico - tem Ogivas...
Ninguém a mandou perceber que o Auge e a Ogiva vêm do verbo latino Augere, que significa subir...
Ninguém a mandou recusar algumas ideias de J.-A. França, e ainda as Cúpulas Bulbosas de Monserrate...
Ninguém a mandou negar que os fustes das colunas de Monserrate fossem de pórfiro, ou de outros granitos ou mármores, como antes se dizia, pondo tudo a nu, e dizendo que são pedras da região...
Ninguém a manda pensar, fazer associações mentais (inauditas), e agora - muitos anos depois de ter lido uns livros óptimos que Maria João Baptista Neto lhe facultou (mas será que essa os leu, ou bastava-lhe que a arquitecta lesse?) - passar a dizer que os Tectos do Palácio da Vila de Sintra são régaliens como dizem os franceses... Ou questionar o que têm a ver os Telhados de Tesouro de Tavira e Faro - assim chamados por Orlando Ribeiro, - com os Tectos dos Palácios de Sintra, de Belém? Ou com o Tecto do grande Salão (nobre) do Palácio Amarelo em Portalegre? Ou com a obra de Philibert De L'Orme, e a deste com a Catedral Gótica...?
Ninguém a mandou, ninguém a manda sequer, dizer que há tectos com Ogivas Barrocas...mas diiiiiz!
Muitos até dirão o que é que ganha com isso? Porém continua, perseverante/teimosamente, a ensinar à sua maneira; a exprimir as suas teorias, com as palavras e as suas expressões próprias, que, segundo lhe parece, e acha, explicam melhor as ideias que defende...
O que é que no fim ganha com isso? Re:
Uma óptima aluna - que é uma honra ter alunos assim, e com este gabarito - chamada Maria João Baptista Neto. Aluna que a segue fielmente, passo a passo, porém sem crivo, nem crítica:
Não se sabe, apenas que é um bocadinho incomodativo...
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*Aliás, e embora poucos se apercebam disto (ou os arquitectos e os engenheiros muito educadamente evitem entrar em confrontos?), na verdade a ausência de qualquer interdisciplinaridade, ou comunicabilidade - entre cursos que podem ser da mesma universidade - isto cria situações que são bastante cómicas. Como por exemplo um Catedrático de Letras, Prof. de História da Arte ser um total ignorante numa Faculdade de Arquitectura (e, claro, nos júris de exames em que vai participar). Já um pequenino arquitecto (ou engenheiro), mero licenciado, claro que sabe muito mais do que - e nas áreas científicas específicas em que... - o dito Historiador de Arte se atreve a entrar; e nas quais, quiçá, ainda tem a presunção de ser magistral! Isto é completamente possível, portanto, com tanta ignorância, aguentem-se.
Não digam que foi Deus que distribuiu mal a inteligência, porque o que acontece é que um mero licenciado em engenharia ou arquitectura, estes têm que dominar o real (onde a lógica funciona); já do Historiador de Arte espera-se que tenha a cabeça repleta de fantasmas e de fantasias ridículas, que decorou ou memorizou (à força sem compreender nada); ideias que são inverosímeis e que não encaixam na realidade; mas eles insistem...