Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
18
Nov 22
publicado por primaluce, às 17:30link do post | comentar

...E também da História Mundial?

 

Quando se pensa que o melhor livro – para nós/para mim! – para perceber a História da Arquitectura, e o que aconselharia a todos, para a compreenderem, é o de Mark Gelernter [1]. É também quando nos ocorre, mentalmente, que muitos «troçavam» de John Ruskin e do seu imenso entusiasmo pelos mais belos edifícios de Veneza.

Sobre ele Michael Lewis escreveu:

"Ruskin was scarcely able to admire a building without making it a pivot of world history. In «The Stones of Venice», he portrayed the Ducal Palace as the architectural embodiment of Venice, poised between northern Europe with its gothic achievement and the Italian peninsula with its Classical legacy, and uniquely qualified to distil the best of both…”.

Na verdade, as palavras acima aplicam-se bastante bem ao trabalho que fizemos sobre Monserrate, e por isso, com todo o gosto, «enfiámos a carapuça» e aceitámos a ironia vinda desse autor - Michael Lewis [2], quando percebemos que também nós tornámos Monserrate num verdadeiro “pivot”; ou seja, à maneira de John Ruskin, com o mesmo sentido com que olhava para cada obra que estudou, vendo nela toda a História [3].

CapaP&B-3.jpg

(capa do trabalho como apresentado na FLUL, Setembro 2004)

 

Porque, Monserrate não só nos ajudou a ver e a compreender a Historiografia do Estilo Gótico – como Maria João Neto tanto quis, e conseguiu. Thanks God : fúria de Vítor Serrão - e ambos desentendidos, esquecidos, que os primeiros reis de Portugal também descendiam dos VISIGODOS (e não apenas dos Borgonheses!). 

Como, crescentemente vamos adquirindo, sempre e cada vez mais, mesmo que em slow motion, novas informações [4].

Melhor dizendo: neste caso percebendo que, um edifício como é o Palácio de Monserrate (por exemplo - o que se deve à imensa qualidade do trabalho dos arquitectos James Thomas Knowles) ao integrar-se na História da Arquitectura, também se integra na História Mundial.

Monserrate-pivot.Hist-b.jpg

(abrir imagem em separador)

 

Porque, só com o auxilio desta – História Mundial, e a Filosofia, e tantos, tantos outros conhecimentos... - se podem compreender os mais variados elementos visuais, que serviram (e foram criados) para traduzir ideias. Os quais em simultâneo, deram forma - i. e., terão dado quase todas as formas - que conhecemos e vemos patentes, nas obras da História da Arquitectura Ocidental [5]

~~~~~~~~~~~~~~~~

[1] E ao qual nos vamos referindo frequentemente. Ver nota 5

[2] Ver em Michael LEWIS, The Gothic Revival, Thames and Hudson, London 2002, p. 114.

[3] Apesar de apenas termos lido algumas súmulas do seu trabalho; como: RUSKIN, John, - The Lamp of Beauty: Writings on Art. Selected and edited by Joan Evans. Phaidon, London 1995.

[4] É infindável. E apesar de Mark Gelernter – para nós ser talvez o melhor autor para se poder perceber a História da Arquitectura – , não se lhe referir, é ainda em André Grabar que se apanham óptimas informações, para reunir a tantas outras (sobre a génese das formas arquitectónicas medievais). E isto, segundo defende, relativamente a um tipo de Iconografia, que ele (André Grabar) localizou na Pens. Ibérica.    

[5] Como está no título do livro de Mark Gelernter – Sources of architectural form, a critical history of Western design theory.

capaLivro-MarkGelernter.jpg


26
Fev 20
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

É este

Portanto ainda bem que o escrevemos, já lá vão 10 anos...

 

E podendo parecer muito tempo, claro que não o é, sobretudo, se tivermos em consideração a data a que se referem os factos:

E os ditos factos - teimosias de uma estudante, perante professores e orientadores, por estar convicta de uma ideia* - tiveram início em 2002, tendo estado mais activos até 2005.

Pode parecer que morreram depois disso, mas uma certa estrelinha nossa, e outra muito diferente vinda de uma "super-star", trouxeram-nos de volta.

Agora foi "um estado de alarme", diagnosticado por Lídia Jorge numa entrevista ao Público, lida e reinterpretada, em termos como Traumas, Desilusões e Esperança, por quem, sucessivamente, a mim (e à minha orientadora numa primeira fase) em 2002, resolveu coarctar caminhos, e matar esperanças: naquilo que se estava a entrever, e ainda hoje precisa, aliás cada vez mais precisa*, de ser devidamente investigado. No local próprio, e com as pessoas (várias) competentes e muito empenhadas para concretizarem uma tarefa que é imensa...

Porém, foi o referido super star - de quem não sou inimiga, longe disso, mas talvez adversária, e «de estimação»** -, que entendeu ver totalmente fora de si, e sendo-lhe estranhas, várias práticas que, segundo supomos (pois não lemos a entrevista à escritora) terão sido denunciadas por Lídia Jorge, por serem tão enviesadas, e, quem sabe, contrárias ao desenvolvimento que todos desejaríamos.

Mas por fim, lá nos lembrámos de Frei Tomás (como aqui se pode ler, nos vários posts publicados), e de tudo o que o enorme S. Tomás de Aquino nos tem conseguido acrescentar. A nós, pessoalmente, e principalmente, desde que percebemos a sua recuperação de Aristóteles: trazido de novo para as Ideias e para a Arte. Neste caso para a arte do tempo do Renascimento:

E desse modo retirando a primazia que tinha sido dada a Platão, desde os primeiros tempos do Cristianismo, até meados do século XII, como é dito por todos os autores. Um S. Tomás de Aquino, de que gostámos particularmente, ao ler o S. Tomás de G. Keith Chesterton (Aletheia Editores).   

E foi isto, de certeza, que levou a que um post com 10 anos fosse agora revisitado

~~~~~~~~~~~~~~

*As provas das nossas ideias (e teorias) não páram de crescer, agora que temos acesso, mesmo que limitadíssimo, às imagens e desenhos de autores que viveram há 5 séculos.

**Como poderia ser inimiga de alguém que se confessa autor de erros, quiçá de prejuízos causados a outros...? Mas que, simultaneamente, pelo seu verdadeiro affairisme artistique, tem dado - tant bien que mal - vários, ou imensos, empurrões para o desenvolvimento da história da arte em Portugal.

Num país em que, da Política à Arte, e dadas as metodologias empregues - no qual a inveja é soberana -, e em que tudo avança (se avançar?) mas é só ao empurrão.

É que, embora sendo empurrões, pelos vistos têm que ser agradecidos, e estarmos gratos por eles...


26
Ago 19
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar

E assim por imagens - que depois estiveram na génese de formas arquitectónicas -, este é um resumo visual do que a seguir se desenvolve:

 

Post-1.jpg

As imagens vêm deste site https://taylormarshall.com/2017/09/the-filioque-as-nicene-theology-for-arian-goths-and-the-creed-of-ulfilas.html de um Professor de Teologia que usa o desenho (como aliás sempre aconteceu desde os primórdios do Cristianismo, e como estou a explicar desde que compreendi esta questão a partir de 2002, ao estudar o Palácio de Monserrate, em Sintra) para apresentar as diferentes ideias teológicas.

Em suma, com desenhos, mas sendo as regras as da Geometria (ou o equivalente a uma Gramática como acontece nos textos escritos), estes foram usados para explicar variações, extremamente sensíveis, na redacção (e expressão) do Símbolo da Fé dos Cristãos.
Vamos então de novo a esse artigo, percorrendo-o, e buscando os esquemas explicativos e correspondentes às diferentes concepções teológicas.

Post-2.jpg

Este 1º esquema corresponde à fé de Arius (e de Úlfilas chefe dos Visigodos), e à noção que tinha de Deus.
Ao ser divulgada, prontamente foi posta em causa. Quer por autores do Oriente quer do Ocidente, tendo sido o motivo para a reunião do primeiro Concílio Ecuménico, que aconteceu em Niceia (na actual Turquia), convocado pelo imperador Constantino em 325.
Nessa altura houve uma reacção (musculada) já que o imperador pretendia que houvesse unidade, e a religião não fosse pretexto para divisões internas (num Império que entretanto se tornou extensíssimo, e com uma religião que passou a ser oficial/obtigatória).
O Concílio redige então o que é designado por Símbolo Niceno (que foi o primeiro Credo ou Símbolo da Fé, posterior ao Símbolo dos Apóstolos).

As «correcções» feitas estão expressas (esquematicamente) no 2º esquema (abaixo), que resume as novas especificações teológicas.
E se o primeiro (acima) foi considerado «mais dinâmico» este é aparentemente/visualmente «mais estático» *.

Post-3.jpg

Se nos interessasse apenas a questão da génese do Arco Ultrapassado e do Arco Quebrado ficaríamos por aqui.
Mas interessa-nos também a concepção trinitária (ideias que foram registando a evolução do conhecimento de Deus - ver a seguir o 3º esquema)**.

Post-4.jpg

Mas - e agora usamos uma expressão, quase irónica, que encontrámos em Umberto Eco – “as subtilezas dos teólogos medievais” eram especialmente exigentes... O Deus Cristão, ou melhor dizendo, a Trindade Cristã tinha especificidades!
Nesse caso, o 4º esquema traduz a «concepção nicena», mas de um modo tal que (e o arranjo visual traduz essa ideia), a evolução do Credo de Arius e de Úlfilas, para o Credo latino (que o Ocidente adoptou, definitivamente, com o Imperador Carlos Magno), não corresponde a um grande «salto conceptual»***.

Post-5.jpg

Assim, e em resumo, voltamos agora no fim à imagem inicial, por ser a que melhor sintetiza o que se foi discutindo em sucessivos Concílios , e quando, de certo modo - dizemos nós -, no fim do Concílio de Trento, na sua última sessão, se percebeu que não iriam chegar os delegados dos Países Reformados. Então a questão do Filioque ficou por fim encerrada. Mas só em linhas gerais, pois até João Paulo II abordou o assunto.

[Digamos que foi o fim das maiores querelas e discussões teológicas, embora permaneçam ressentimentos e incompreensões mútuas, que são também de origem linguística, como alguns explicam].

Post-1.jpg

Deste modo também se compreendem muito melhor os designados Revivalismos do Gótico: Por que razão os Países Reformados – diferentemente dos países da Contra-Reforma – tinham na questão do Filioque um tema essencial, de que não prescindiam. Sendo que a sua aceitação como Símbolo da Fé (e como aceitação teológica) os levou a adoptarem, de novo, e depois do Concílio de Trento, a Arquitectura Gótica.
É ainda agora designada Neogótica.
Um estilo de Arquitectura que muitos vêem como uma mera e simples questão de moda; ou como resposta a uma necessidade de renovação estilística, porque estivessem «cansados» dos estilos anteriores…! 
Não lhe tendo sido conferido o direito de uma maior divulgação, até agora (e foi nesse contexto, embora sempre a levantar questões, que ainda escrevemos o nosso trabalho dedicado a Monserrate!). Ou ainda, sem ter sido reconhecida a capacidade deste estilo para responder, e da sua melhor/óptima adequação, i. e., a "conveniência estilística" para traduzir ideias muito concretas de uma religião.
Conveniência, é a palavra a que Vitrúvio chamava Décor. A qual sempre existiu como uma adequação, e uma correspondência essencial, necessária aos objectos, mas também à Arquitectura, própria da liturgia cristã.
Por fim, e neste post bem difícil de escrever (por razões que são óbvias), queremos acrescentar:

Se no título mencionámos as divisões heréticas, que existiram (e foram inúmeras), em boa verdade conseguimos não entrar nelas. Restando-nos insistir que a respectiva tradução por imagens se fez sempre, enfaticamente, com repetições retóricas, e muito decorativas. Isto é, nunca a seco, ou só com a base esquemática das imagens... 
Se aludíssemos a essa base esquemática e essencial, do estilo Gótico, teríamos de dizer que quase só aconteceu com S. Bernardo e os cistercienses: na versão, ou fase estilística do Gótico, que é a considerada mais «iconoclasta».

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

* «Mais dinâmico» e «mais estático» são qualificações que encontrei na enciclopédia da Verbo (VELBC) quando em 2002 este assunto me surgiu. Tendo ficado mais do que surpreendida, verdadeiramente atónita! Incluindo nesse nosso espanto esta adjectivação da Trindade, considerada como sendo “mais dinâmica” ou “mais estática”. Só que, mais tarde, ao encontrar a designação Pericorese então, essa «dança trinitária» já não foi uma grande surpresa…
**No entanto note-se que existe – corresponde ao chamado Credo de Atanásio – um outro esquema interessantíssimo, sobre o qual já escrevemos, e que também esteve na origem de formas arquitectónicas.
***Os povos Germânicos considerados invasores do Império Romano viram sempre em Carlos Magno (o primeiro imperador descente dos bárbaros, e fundador do Sacro-Império) um factor e símbolo de união, que não têm traído...


05
Ago 19
publicado por primaluce, às 15:00link do post | comentar

Ou, muito mais importante, abordar, para os denunciar, os métodos bafientos do Ensino Superior Português?

Iconoteologia-Heráldica.jpg

E valerá a pena falar?

Ou preferimos continuar todos a reverenciar um Poder cujos agentes - neste caso os Professores das Universidades Públicas, neste caso Professores de História da Arte - não têm qualquer noção de Ética, e portanto ainda menos de Estética... 

Referimo-nos a um sobressalto bom!

Porque, enfim, há sempre caminho para quem não desiste

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Heráldica vem de herdar e de herança. Geralmente tratando de imagens que, embora alusivas a Deus, se confinam às Armas, incluindo as de guerra - para a distinção no campo de batalha -, mas também a Armas, e por isso genericamente Armorial, que são mais consideradas emblemas, brasões, etc., etc. 


26
Jul 19
publicado por primaluce, às 12:00link do post | comentar

Hoje em dia, sou, tornei-me (super) adepta de S. Tomás

 

Mais, tenho aqui ao meu lado o São Tomás de Aquino, livro de G.K. Chesterton, do qual, só por acaso, talvez ainda não tenha escrito. E mesmo assim não tenho bem a certeza, de ainda não o ter feito?

Mas enfim, agora isso interessa menos, porque é de um outro livro que quero escrever. Já que, é nesse livro - O Significado Perdido da Arquitectura Clássica (ver a capa abaixo) que neste momento estou a pensar.

Só que, ao mesmo tempo penso também naqueles profs catedráticos (imagine-se..., e ao ponto a que eles chegaram!*1), de quem se esperava muito mais AMOR à CIÊNCIA, e à CULTURA em geral.

Isto é, penso em profs que concretizam - tal e qual como se diz no ditado popular sobre São Tomás - a disparidade que vai entre o que apregoam e aquilo que verdadeiramente praticam.

É triste, mas existe...

Por aqui, leituras, estudo e mais estudo, tem sido aquilo a que nos temos dedicado desde 2001-2002.  Por puro fascínio!

E exactamente por percebermos como no rectângulo luso, impera uma «satisfaçãozinha», «pequenininha»..., que conduz ao nada (e de certeza que a Economia não cresce!).

Melhor, uma satisfaçãozinha, que leva depois à definição de um nível, baixíssimo, para qualquer acção (futura) a empreender.

E tão baixo, tão baixo, e tão comezinho, que dá pelo nome de MEDIOCRITAS. Ou Mediocracia, onde o sufixo 'CRACIA' - como em autocracia, burocracia - significa o poder. Aqui é o dos medíocres (*2), porque o têm de facto. Sim, sempre prontinhos a serem os «sonsos bonitinhos», que têm a nobre tarefa de esconder o trabalho e o mérito alheio!

Claro que os visados sabem quem são, até vêem aqui ler, e por isso lhes dedicamos este post: é todo para eles.

Porque se hoje começássemos do princípio, com método (e note-se que esse princípio não foi como as descobertas nos foram acontecendo - o que fez também com que o nosso orientador de doutoramento nos «azucrinasse q.b.»)! 

Se agora começássemos a querer relatar aquilo que nos aconteceu desde 2002, mas o fizéssemos, principalmente, obcecados com a preocupação de ordenar cronologicamente o tempo histórico, e os acontecimentos ou as práticas (artísticas) que eram postas nas edificações. Práticas que vinham detrás e vão depois entrar na Arte Cristã – fazendo da arquitectura uma verdadeira língua (*3) plasmada nas construções. Insisto, se optássemos por essa metodologia (absolutamente radical), por exemplo, e por analogia, no fazer de um projecto, nunca ninguém chegaria a fazer qualquer obra (*4).

Hoje, aos que tudo fazem para manter a sua historiazinha pequenininha, e como a aprenderam, daqui dizemos-lhes que se abram!

Que tenham capacidade de se maravilharem, com aquilo que ainda cá não chegou, porque eles mesmos, são adeptos (e defensores) da mesquinhez, do pequenino e do minúsculo, tal e qual como a concha hermética onde decidiram viver.

Uma Nova História da Arte, como se começou a escrever a propósito de Monserrate, e como Jacques Le Goff defendeu, está ai à porta:

PERCAM O MEDO E ABRAM-NA!   

E se começarem por este trabalho de Georges Hersey, depois há outros – deste e de outros autores -, onde bebemos e nos informamos, para logo a seguir se poder acrescentar muitíssimo mais:

Por exemplo, para depois transitar para a Arquitectura Clássica, mas já cristã, do tempo de Constantino I , chamada Paleocristã e desta para os designados Estilos Históricos... como aprendemos na FLUL

Image0047-b.jpg

~~~~~~~~~~~~~~~~

(*1) Sim, imagine-se, e por isso nós também, pela necessidade óbvia de se denunciarem todos aqueles que pelas suas acções entendem prejudicar a referida Ciência e a Cultura (nacional). Por isso, «referida» é como quem diz - nas Universidades Públicas e com Bolsas da FCT, que é o Ministério da Ciência e do Ensino Superior – a Ciência e a Cultura do país...

(*2) Obviamente é o oposto do que se designa como MERITOCRACIA

(*3) Aliás é, etimologicamente, o que se pode deduzir da palavra arquitectura. Ou seja ARQUI (= principal) + TECTURA/TECTÓNICA (= construção): ora isto significa que algo, alguma coisa, um qualificativo qualquer (?) seria posto nas principais construções... Deduz-se então que esses adjectivos e qualificativos, funcionassem como uma língua.

(*4) Usar de uma visão rígida e absolutamente restritiva face à Ciência - e às descobertas que ainda estão (ou querem ver como tal), em estado embrionário - por se tratarem de materiais frágeis, é o mesmo que dizer: "Não vamos, não queremos evoluir! Porque somos os donos destas visões curtas."

E para quem quiser ler o São Tomas em inglês (gratuito), aqui fica a história do santo que, como G. K. Chesterton escreveu, «cristianizou» Aristóteles.

O Santo que, como defendemos, ao tirar a carga mais platónica da Arquitectura Românica e Gótica, também contribuiu para um certo naturalismo da Arquitectura Renascentista


27
Nov 18
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

... podemos portanto sistematizar o que vemos. Já que isso pode ser, ou originar, Ciência.

emblemata.jpg

Neste caso o primeiro círculo vem de Eduardo Nery.

O segundo de um livro: How to Build a Cathedral, por Malcolm Hislop, ed. Bloomsbury, London 2012.

E o terceiro de uma gravura inglesa, onde se representa o Infante D. Henrique, aí designado - Prince Henry of Portugal.

É que em «ambiente de brexit», há dados para não esquecer ou escamotear:

Neste caso como aquilo que agora vemos, exclusivamente, no plano da Política, sempre teve uma expressão visual-artística, sendo hoje chamado, de imediato, e simplesmente, Arte.

Depois, porque não é a primeira vez que abordamos estes Ideogramas, cujo significado (no contexto de uma imensa polissemia, característica da arte mais antiga) se supõe ser ainda sinónimo de outros ideogramas:

Sendo que alguns desses (ideogramas) são mais complexos; e outros - por razões de uma certa economia de meios -, procuraram ser mais expressivos, e com formas bastante mais simplificadas*

~~~~~~~~~~~~

*Por isso ficam alguns links, de infos e outras imagens:

https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/circulos-e-poligonos-regulares-e-ainda-79339; https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/imagens-da-trindade-as-insignias-reais-86904; https://fotos.web.sapo.io/i/od913e7d3/18973488_B2pai.jpeg; https://fotos.web.sapo.io/i/obc04f27e/19155794_5DUzS.bmp; https://fotos.web.sapo.io/i/o1c04514c/19155791_tfuSA.bmp

Não esquecendo Rudolph Arnheim e a sua noção de que os conceitos foram traduzidos por formas:

https://primaluce.blogs.sapo.pt/do-not-forget-261854


18
Set 18
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

Novo Ano, Novinho em Folha, promessa de vida

e de venda!!!

 

Depois, há UMA NOVA HISTÓRIA DO MUNDO - de PETER FRANKOPAN, THE SILK ROADS, publicado em 2015* - e em que o nosso Monserrate “avant la letter” já se inscreveu:

"Drawing on a rich series of sources in Greek, Latin, French, Italian, German, Dutch, Spanish, Portuguese, Swedish, Russian,Arabic, Turkish, Persian, Hebrew, Syriac and Chinese, The Silk Roads provides a major re-assessment of world history from antiquity to the modern day."

E sobre esta obra de P. Frankopan o Le Point escreveu:  

"We have been dreaming of a history of the world'. Here it finally is."

Ora aqui, e pela nossa parte particularmente, estamos no mesmo ponto (exacto): Pois finalmente foi feita e passou a existir uma  Nova História do Mundo.

Image0043.JPG

Que contempla vários factos, pouco conhecidos - mas de que nos apercebemos -, sobretudo da sua importância, ao estudar Monserrate

 

Por isso escrevemos avant la letter”, sobre o nosso estudo dedicado a Monserrate - que as universidades lisboetas escondem, mas que a Google analisou metódica e sistematicamente; por isso o inscrevemos, já que, sabíamos, haveria de acontecer um dia uma reviravolta mais do que inevitável...

E ainda porque, como temos dito, o tempo joga a nosso favor:

Sendo claro que seria impossível continuar-se a viver nesta podridão - de ignorantes e para ignorantes**.

Aliás, é por esta mesma razão, que este (nosso) Blog se intitula

Primaluce: Nova História da Arquitectura

Para trazer/levar aos que nos lêem, novas visões, mais actualizadas, do Mundo

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Vejam por aqui https://www.peterfrankopan.com/the-silk-roads.html os elogios que este trabalho tem tido, e as referências que lhe são feitas. No nosso caso foi Monserrate, apenas esse exemplo, que nos mostrou como a historiografia (portuguesa) anda especialmente equivocada.

Isto é, foi a extraordinária obra de Sintra - que muitos não têm entendido (desde meados do século XIX) - que nos mostrou como a História Geral (e depois a História da Arte) tem andado a ser tão exageradamente mal-contada.

**De Universidades e Ensino Superior que esconde os melhores trabalhos...


03
Set 18
publicado por primaluce, às 16:00link do post | comentar

É verdade, a procura de conhecimento e informações sobre Deus - Uno e Trino - por Joaquim de Flora; essas suas buscas foram transformadas por outros, depois da sua morte,  em «Milenarismos» e vários outros ismos, como são os "secretismos"...*

Tratam-se de materiais que, como se sabe (pois vêem-se, tão claros e tão nítidos) chegaram ao século XX, de várias maneiras.

 

Acontece que ainda muito antes de Joaquim de Flora ter nascido já se empregavam imagens com inúmeros entrelaçamentos e entrecruzamentos, de faixas, de arcos ou de filacteras. Como também se mostrou em post anterior, por exemplo nos mosaicos da Villa Romana do Rabaçal.

Inclusivamente (antes de Joaquim de Flora), os entrelaçados já estavam na arquitectura, das mais variadas formas: fossem elas arquitecturas gráficas ou tridimensionais/monumentais

England-11th_century300ppp.jpg

Como está na imagem acima, vinda do capítulo 9 - intitulado The Language of Architecture** - de Early Medieval Architecture, da autoria de Roger Stalley, publicado por Oxford University Press, 1999.

E se os entrelaçados invadiram a Europa e as suas artes como escreveu H.-I. Marrou - em Décadence romaine ou Antiquité tardive? IIIe-VIe siècle -, na verdade pode-se verificar que depois dessa invasão houve uma caminhada infindável.

É que os Entrelaçados ou Entrelacs como escreveu Marrou vieram para ficar:

"A  partir du IIIe ou du IVe siècle il se fait plus envahissant et devient parfois le motif principal d'un décor.". (Ver op. cit., último capítulo).

Na imagem seguinte, de novo os Entrelaçados. Estes na Sacristia da Capela que foi do Marquês de Abrantes (Palácio de Santos, actual Embaixada de França***)

Le Palais de Santos.jpg

Por tudo isto (e muito mais que se encontra sem «escavar» muito), a obra a seguir - que é um trabalho gráfico de M. C. Escher - esta não deve ser vista apenas e só por ela, como uma imagem bonita, gira, divertida; ou simplesmente chamada Casca (como está no catálogo), qual casca de laranja, ou de algum outro fruto, e tudo mais o que se quiser... 

Porque esta imagem, pode ter sido feita em 1955 para ser também «uma piscadela de olho», um jogo de irreverências, ou até um imenso atrevimento (?) - como fez Almada Negreiros na grande maioria dos seus trabalhos gráficos e desenhos.

Enfim, este desenho, e muitos outros mais, de Escher - basta olhá-los (nem é preciso ver muito, ou sequer parar e ver com atenção...) -, por tudo o que já havia para trás, desde há séculos ou até no mínimo há cerca 1500 anos, é de certeza uma alusão a realidades do passado.

Será um "Secret Knowledge" como escrevemos no título?

Será alusão ao Milenarismo? Será a Joaquim de Flora, ou à Maçonaria...? As várias (muitas das) imagens que compôs, seriam elas reminiscências de que tinha conhecimentos e supunha secretos...?  Eram desafios?

Desafiantes de exigência e muita habilidade gráfica/técnica, foram de certeza! Porém, é ainda muito certo que a maioria já não sabia o seu significado ancestral.

E ainda agora continua a não saber...

Perdem o melhor! Que é como quem diz: as ligações, as associações mentais e várias outras intenções com que as obras foram feitas

Deixá-los, pois por aqui se pode dizer: Quem empobrece por gosto... é porque gosta!

Catálogo-Escher.jpg

Imagem do Catálogo da Exposição de M.C. Escher, Lisboa Museu de Arte Popular (2017/2018), ver op. cit., p. 116

~~~~~~~~~~~~

*Ver o que desenvolvemos e está em https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/claro-que-sabemos-todos-que-a-112758

**Na verdade, nos melhores trabalhos feitos ao longo dos tempos (da História da Arte), percorrendo-os, comparando e compilando a sua imagética; usando ainda (de modo complementar) algumas informações dos (bons) Dicionários de Símbolos, percebe-se que, permanentemente, estamos perante obras que eram muito mais falantes do que as descrições ou as explicações que hoje são dadas das mesmas. Esquecem-se, como consta no Dicionário de Xavier Barral i Altet, da ideia de Joaquim de Flora sobre as imagens:  "Il affirme de façon explicite que les mystères du divin peuvent être compris mieux en figurae qu'en paroles." Esquecem-se - e hoje é dia de S. Gregório Magno - da ideia que este Papa tinha relativamente ao valor das imagens para catequizarem: "Painting can do for the illiterate what writing does for those who can read"  (como explicado pr E. H. Gombrich). Esquecem-se dos «preceitos» saídos de (em 787) Niceia II, e do século XVI esquecem-se do que foi dimanado do Con. de Trento.

***No livro de Hélder Carita intitulado Le Palais de Santos (1995, ed. Chandeigne)


08
Abr 18
publicado por primaluce, às 20:00link do post | comentar

Mas neste caso, não de Objectos e sim de Espaços Interiores (nobilitantes*)

 

É um post que só agora começa, deste modo, que é em esboço, dedicado ao Corridor de Monserrate.

Já que num certo Catálogo de uma Exposição, (o pobrezito) ficou esquecido, como se sobre o dito nada houvesse a dizer!

Claro que nós escrevemos pouco, muito pouco, sobre o dito, mas demos-lhe o destaque (relativo) que merecia.

Assim, vamos aos poucos, comecem por ler o que escrevemos**, e depois, por exemplo, sigam por aqui. Tratam-se de excertos do Oxford Dictionary of Architecture de James S. Curl (que foi/é "a nossa Bíblia da Arquitectura" para compreender e explicar Monserrate):

galeria-monserrate-b.jpg

galeria-monserrate-c.jpg

galeria-monserrate-d.jpg

Tal como se prometeu

~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Nobilitantes, porque como emblemas, havia alguns espaços, ou alguns detalhes arquitectónicos desses espaços, que falavam pelos seus donos. I. e., ao associarem-lhes sinais consagrados e de significação reconhecida, pelos interessados (e os mais intervenientes nestas histórias...), diziam a todos os outros, quem, concretamente, eles eram.

**Ver em Glória Azevedo Coutinho, Monserrate uma Nova História, Livros Horizonte, Lisboa 2008, pp. 141 e 142.


14
Mar 18
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... a mais comprida chama-se "Corridor".

 

O qual, por várias vezes, já nos inspirou.

Primeiro para aceder às instalações provisórias de uma farmácia nas Fontaínhas (em Cascais, projecto e obra anterior a 1997).

Claro que sendo provisório foi demolido, mas enquanto durou foi bem giro, com a ilusão de conseguir parecer mais largo do que de facto era.

(Ou seja o mesmo que está em Monserrate e até agora «a papagaia-mor» ainda não piou!)

Depois para o projecto de uma Academia renascentista, à maneira de Marsílio Ficino e de Cosimo - o seu patrono

Ou ainda para legendar uma foto


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