...E também da História Mundial?
Quando se pensa que o melhor livro – para nós/para mim! – para perceber a História da Arquitectura, e o que aconselharia a todos, para a compreenderem, é o de Mark Gelernter [1]. É também quando nos ocorre, mentalmente, que muitos «troçavam» de John Ruskin e do seu imenso entusiasmo pelos mais belos edifícios de Veneza.
Sobre ele Michael Lewis escreveu:
"Ruskin was scarcely able to admire a building without making it a pivot of world history. In «The Stones of Venice», he portrayed the Ducal Palace as the architectural embodiment of Venice, poised between northern Europe with its gothic achievement and the Italian peninsula with its Classical legacy, and uniquely qualified to distil the best of both…”.
Na verdade, as palavras acima aplicam-se bastante bem ao trabalho que fizemos sobre Monserrate, e por isso, com todo o gosto, «enfiámos a carapuça» e aceitámos a ironia vinda desse autor - Michael Lewis [2], quando percebemos que também nós tornámos Monserrate num verdadeiro “pivot”; ou seja, à maneira de John Ruskin, com o mesmo sentido com que olhava para cada obra que estudou, vendo nela toda a História [3].
(capa do trabalho como apresentado na FLUL, Setembro 2004)
Porque, Monserrate não só nos ajudou a ver e a compreender a Historiografia do Estilo Gótico – como Maria João Neto tanto quis, e conseguiu. Thanks God : fúria de Vítor Serrão - e ambos desentendidos, esquecidos, que os primeiros reis de Portugal também descendiam dos VISIGODOS (e não apenas dos Borgonheses!).
Como, crescentemente vamos adquirindo, sempre e cada vez mais, mesmo que em slow motion, novas informações [4].
Melhor dizendo: neste caso percebendo que, um edifício como é o Palácio de Monserrate (por exemplo - o que se deve à imensa qualidade do trabalho dos arquitectos James Thomas Knowles) ao integrar-se na História da Arquitectura, também se integra na História Mundial.
(abrir imagem em separador)
Porque, só com o auxilio desta – História Mundial, e a Filosofia, e tantos, tantos outros conhecimentos... - se podem compreender os mais variados elementos visuais, que serviram (e foram criados) para traduzir ideias. Os quais em simultâneo, deram forma - i. e., terão dado quase todas as formas - que conhecemos e vemos patentes, nas obras da História da Arquitectura Ocidental [5]
[1] E ao qual nos vamos referindo frequentemente. Ver nota 5
[2] Ver em Michael LEWIS, The Gothic Revival, Thames and Hudson, London 2002, p. 114.
[3] Apesar de apenas termos lido algumas súmulas do seu trabalho; como: RUSKIN, John, - The Lamp of Beauty: Writings on Art. Selected and edited by Joan Evans. Phaidon, London 1995.
[4] É infindável. E apesar de Mark Gelernter – para nós ser talvez o melhor autor para se poder perceber a História da Arquitectura – , não se lhe referir, é ainda em André Grabar que se apanham óptimas informações, para reunir a tantas outras (sobre a génese das formas arquitectónicas medievais). E isto, segundo defende, relativamente a um tipo de Iconografia, que ele (André Grabar) localizou na Pens. Ibérica.
[5] Como está no título do livro de Mark Gelernter – Sources of architectural form, a critical history of Western design theory.