Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
04
Mai 12
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Não é possível exauri-lo (ao tema), porque há vãos bífores desde o período da chamada arquitectura românica, até aos neomedievais, por toda a Europa Cristã. Mas não só, pois também se vêem, por exemplo, e com enorme frequência, nas fotografias feitas em Istambul, por qualquer turista.   

Aproveitem para reparar na semelhança que os vãos de Monserrate têm com estes
(do Palazzo Vechio, de Florença)
 

Poderão muitos não gostar (?) - em especial aqueles que nos deveriam ter dado as condições para a prossecução dos estudos de doutoramento. Ou os que acham que perdem algum valor, com um mais completo, divulgado e adequado, conhecimento da História da Arte? Mas vão ter que se habituar. Há uma nova História da Arquitectura que permite explicar os mais variados casos, «enigmas da história» - se lhes quiserem chamar assim, e sobretudo os Estilos Arquitectónicos

Um dia todos poderão entender este tema, se lhe dedicarmos atenção, gosto, e o aprofundarmos. Exige mais conhecimentos e menos superficialidade. Como temos dito, exige que dominem Geometria e conheçam mais e melhor a Teologia Cristã. Com esses conhecimentos deixam de se fazer afirmações infundadas e sem sentido, em torno da espacialidade das edificações; da eficácia estrutural, das influências (de onde vieram?), de supostos anacronismos; até de enigmas, e de charadas, etc., etc., etc.

Compreender-se-á que os autores usaram, com mais ou menos liberdade, os Ideogramas que entenderam usar; ou, aqueles que a Igreja aconselhava que se empregassem, nos diferentes períodos históricos. 

Compreender-se-á o que foi a inovação, independentemente da história de cada arquitecto ou de cada pintor. Perceber-se-á que a História da Arte passa bastante mais pela história das obras, do que pela história dos seus autores...

Haverá casos em que a história dos autores os tornou mais criativos e interventivos - poderemos notar isso - mas em geral, veremos como foram «agentes», e autores típicos, do tempo em que viveram.

Vejam em Iconoteologia 

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/13975.html

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/dc/Firenze.PalVecchio05.JPG

 

PS. Em Monserrate uma nova história alertámos para  aquilo que se designou uma "indumentária visual", que, dissemos aí, foi característica da arquitectura medieval. Hoje sabemos que essa indumentária visual, como é destacado por José Manuel Fernandes, chegou, em muitos casos, à arquitectura do século XX. No entanto essa nossa ideia nasceu, lembro-me bem do momento, a falar com Maria João Neto, tendo à frente uma miniatura (com moldura e tudo!) dos Painéis de São Vicente. Se há obra que se deva comparar com a arquitectura medieval, no sentido de reunião de ideogramas, apostos no exterior e na aparência, não de edificações mas de pessoas, é essa.

Altamente simbólica, porque quer estar em total consonância com o Símbolo de Niceia-Constantinopla: a Fé que fundamenta a Igreja Cristã, e que, tal como o fenómeno chamado romanização também foi uma cristianização; assim também, nos séculos XIV-XV-XVI, era o Império do Espírito Santo - a principal questão/tema inscrito nos vãos bífores, e depois no arco quebrado, em todas as igrejas (e na Igreja) - que os portugueses queriam levar ao mundo.

É essa, em nossa opinião, a mensagem essencial dos Painéis de São Vicente. Enfim, aquilo que foi feito: Cristianizar


26
Nov 11
publicado por primaluce, às 10:30link do post | comentar

Quando trauteamos “não há machado que corte a raiz ao pensamento…”, pensa-se que é mesmo verdade. Que nada pode interferir, entre a raiz, em tempos colocada no cérebro*, e aquilo que pensamos. Porém, neste caso, e noutros – como nas palavras Ideia, Técnica, Arte (mais do que esclarecido e apurado nos nossos estudos…) - muito mudou no significado e sentido das mesmas.

E agora é a palavra “talents”, de “Hide not your talents…”, de Benjamin Franklin, que está na mesma situação.

Na parábola original, um talento é moeda de troca, e portanto dinheiro (ali, logo directamente).

Hoje, na raiz do pensamento, a ideia correspondente, perdeu-se. Ficou apenas o novo sentido: Talento passou a ser criatividade, imaginação, capacidades de eficácia, superiores, etc., etc. Esqueceu-se o original…

Claro que nos rimos e troçamos - por mais parvo que seja, concordo - mas a notícia de que o Ensino Superior (Público**) anda a procura de donativos, só merece uma gargalhada!

Esqueceram-se que tudo sempre esteve ligado? É que estamos a escrever sobre gente com formação em Filologia!...

Deitam fora, e depois por outro caminho querem recuperar? Não lhes serve o dinheiro, mas querem o dinheiro***?

Desde sempre sabemos que nos saiu a «Sorte Grande», … mas, enfim, é também o «Azar Máximo» estar num país de gente medíocre e mesquinha: em plena crise, eles preferem a moeda específica, como numismáticos perfeccionistas? OK, façam-na render…

Juntem alguns trabalhos como o nosso, e talvez não lhes falte dinheiro: haja publicações e desenvolvimento, que os ratings se viram para outras bandas.   

Livre

(Não há machado que corte
a raiz ao pensamento) [bis]
(não há morte para o vento
não há morte) [bis]

~~~

Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida
sem razão seria a vida
sem razão!

~~~

Nada apaga a luz que vive
num amor num pensamento
porque é livre como o vento
porque é livre

~~~~~~~~~~

Carlos Oliveira e Manuel Freire,

http://natura.di.uminho.pt/~jj/musica/html/freire-livre.html

*Seja imagem ou palavra

**Também o jornal Público

***Há/houve subsídios para a Investigação; como no nosso caso os resultados ultrapassaram tudo o que se esperava (e alguns talvez se sintam inferiorizados pelo estrondo...), quem devia ajudar e apoiar não apoia mais, e decide-se esconder. Querem dinheiro para quê? Para uns poucos, sempre os mesmos, continuarem a ir à Torre do Tombo, ver os registo de nascimento dos pintores e dos protagonistas, sem saberem, minimamente, tirar conclusões pela leitura directa das obras? Para, sempre os mesmos, exaurirem todos os recursos à volta dos Painéis de Nuno Gonçalves? E não haver mais Património, ou outras obras no país? Claro que o Ensino Superior tem outras Ciências, mais úteis a Portugal e à Humanidade; mas, neste momento, a Cultura - que não é só «fadinho»... - justifica-se não a deixar cair.  


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