Em Monserrate, uma nova história, Livros Horizonte Lisboa 2008(ver op. cit., p. 40), escrevemos:
"Segundo pensamos, a imagem do símbolo (que não tem sido visto como tal), foi a Mandorla, que antecedendo o Gótico já estava em obras do Românico, Proto-Gótico. A mandorla é a forma inteira, resultante da intersecção de círculos inteiros e não apenas da sua parte superior, como são os arcos apontados, resultantes da intersecção de arcos em semi-círculo."
Na verdade, como mostram as imagens seguintes, que provêm de Umberto Eco, de A Vertigem das Listas (Difel, Lisboa 2009, p. 182), e cuja legenda informa - "Charles de Lina, Reprodução de objectos de Ourivesaria merovíngia e obras de Santo Elói, 1863 Paris, Biblioteca do Instituto": a Amêndoa que deu origem ao escudo português existiu 500-600 anos antes de Portugal se formar!**
Por este conjunto de informações todos podem ir bastante mais longe nos seus conhecimentos. Percebe-se que aquilo que escrevemos em Monserrate, uma nova história é apenas o início de uma verdade completamente inovadora: este «paradoxo científico» que a história nos trouxe são conhecimentos que alguns reputam de secretos. Porém, não são segredos, nunca o foram: o seu enorme problema, é que não têm sido compreendidos e devidamente explicados.
Mais do que a questão que levantámos: a origem do escudo português - originalmente em forma de Amêndoa - não é só um Ideograma contemporâneo do Românico e do Protogótico, mas já provém da dinastia merovíngia***.
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*Assunto abordado em:
http://primaluce.blogs.sapo.pt/2011/04/26/; http://primaluce.blogs.sapo.pt/2011/05/03/; http://primaluce.blogs.sapo.pt/14818.html; http://primaluce.blogs.sapo.pt/5733.html,
a que agora se acrescenta: https://heraldica.blogs.sapo.pt/tag/bibliografia
**Se fica por esclarecer de que instituto vêm as imagens (?), por outro lado começam a esclarecer-se várias questões enigmáticas, e muito intrigantes, que têm alimentado os temas da bibliografia de best-sellers. De autores e editoras que têm explorado e enriquecido à custa de toda a nossa ignorância: a de uma vontade de alimentar «crendices esotéricas»! Por nós temos certezas (não todas mas algumas): as suficientes para nos sentirmos muito mais seguros, e podermos perceber como se faz, ou pode fazer o avanço das sociedades:
como o conhecimento da Cultura e da Tradição não é parceiro do superficial, da moda, e do "andar por aí ao desatino..."
*** A dinastia inaugurada por Meroveu foi a de Clóvis. Foi substituída (pela acção de Pepino, o Breve) da dinastia carolíngia.
http://www.ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=20335