Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
22
Nov 17
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

O que pode parecer hesitação no pronome - ser minha ou nossa? - não é senão propositado, uma preocupação com a concordância.

 

No singular porque há um sujeito que é só ele, no plural porque como explicou Umberto Eco é assim que se escreve uma tese. E claro que a postura que tive ao escrever a tese se mantém, em geral: esteja aqui ou na universidade, porque é o mesmo objectivo.

Mas então, afinal o que é a Pedra de Roseta? A Wiki diz.

Acontece que em 2001 quando Maria João Neto dizia ser essencial perceber "As Origens do Gótico para perceber Monserrate", alguém pôs-nos à frente dos olhos esta imagem:

tumuloEgasMoniz-A minha pedra da Roseta.jpg

E foi assim, que um desenho a retratar os Monumentos Sepulcrais de Egas Moniz e seus Filhos - integrante de uma publicação de Júlio de Castilho -, se veio a tornar (completado por muitas mais infos, e a imagem abaixo na qual já estávamos a pensar) na minha/nossa Pedra de Roseta.

Isto é, foi um auxiliar precioso para «a tradução» daquilo que para muitos constitui um símbolo ou um código (secreto*).

Mandorla segundo James S. Curl

Interessantíssimo ainda, é que entretanto tenhamos podido saber que James S. Curl (que foi para nós um autor e fonte de informações extraordinário) escreveu este título, em 1991: The Art and Architecture of Freemasonry. An Introductory Study, como aqui se informa.

Por fim, uma ideia (muito gira!) de A. Quadros:

Queria que houvesse um Champollion para o que considerava ter sido uma escrita ibérica.

Escrita que é impossível não associar às informações de um dos nossos posts anteriores.

Acontece que há muitos mais posts, mas sempre nesta linha: por se ter a consciência que «rabiscos e gatafunhos», como hoje lhes podemos chamar**. Foram como mapeamentos a tentar explicar e exprimir (por esquemas) o Deus Cristão. Porque a noção de Unidade e Trindade - ao mesmo tempo - não é fácil de traduzir por palavras.

~~~~~~~~~~

*Secreto e emocionante, na acepção que Umberto Eco reconheceu (com ironia) estar nas palavras símbolo, código e outras semelhantes. Para ele, quem ouve estas palavras, de imediato lhe acorrem, mentalmente, as mais variadas teorias (da conspiração)...

**Ou, em alternativa, por esses esquemas se assemelharem a diagramas projectuais (arquitectónicos), alguns poderão dizer "dataflow diagrams". E o que é interessantíssimo na História da Arquitectura, por exemplo depois de Leonardo da Vinci, é poder perceber-se a evolução dos mais simples Diagramas Medievais, que eram para serem vistos sem distorções, ou em Alçado, a tornarem-se em formas  muito mais complexas (e muitos mais ricas em todos os sentidos, inclusive numa tridimensionalidade que passa a ser perspéctica), imprimindo ao Maneirismo, e sobretudo depois ao Barroco,  aquilo que vem a constituir, e é ainda agora assim considerada a sua principal característica!


28
Nov 10
publicado por primaluce, às 19:28link do post | comentar

Na linguagem corrente diz-se que é preciso ter bases bem consolidadas para se poder progredir na aquisição de novos conhecimentos.

Eduardo Marçal Grilo é autor de uma obra recente – que não lemos – mas cujo título é bastante esclarecedor: Se Não Estudas, Estás Tramado.

Desde 2002, 2004, 2005, com os novos conhecimentos, adquiridos ao fazer Monserrate - uma nova história, pudemos compreender alguns dos equívocos (históricos) em que estamos mergulhados. Assim como, também pudemos alargar, espantosamente, as nossas bases.

O que deixámos ao longo desse trabalho, incluindo a Introdução e a Síntese Final, constituem o que passámos a pensar: os novos conhecimentos que adquirimos, e a base do muito mais, que, de então para cá, continuámos a adquirir.

Hoje é um facto assente (de acordo com a Convenção de Bolonha) que o curso de arquitectura corresponde a um mestrado integrado. Portanto, ao duplicar as nossas habilitações, não caímos propriamente num erro, e perca de tempo. Pelo contrário, adquirimos a maior das vantagens: saímos da Faculdade de Letras com um trabalho que é muito mais do que inovador – quase revolucionário – sobretudo nas conclusões que pudemos retirar; as quais ficaram assim avalizadas.

Não se trata de uma mera opinião pessoal, são conhecimentos novos, que, nalguns casos, estavam esquecidos desde há séculos. Como sucede com a origem da palavra Gótico, e a explicação que damos, para, vários séculos depois de ter existido um Símbolo da Fé (e um sinal) Gótico, o mesmo ter dado origem a um Estilo Arquitectónico, ao qual a palavra «se colou»: sem que, nunca mais, outra designação a tivesse conseguido substituir*.    

São muitos os conhecimentos novos – que não se impõem – mas que, pela sua lógica (evidente), com o passar do tempo recebem a adesão de todos os que querem progredir no Saber. E a construção desse Saber é uma Arquitectura, como são também muitos, e sucessivos, os degraus duma realidade muito abstracta - a progressão no conhecimento - que é por isso comparada ao subir de uma escada...**

Assim, compreender o Património, arquitectónico, cultural, e entender o que podem ser hoje as vias de um futuro que se deve tentar desenhar (ou inventar), é algo que nos ajudará, a todos. Porque está tudo ligado, como por exemplo o Saber esteve todo unido, há vários (muitos) séculos atrás. As respostas e as soluções que se impõem (num país que parece deixar-se morrer…), não hão-de provir só de um lado: Economia, Finanças, ou até as Engenharias,  visto que a componente cultural, o Saber e o Conhecimento – inclusive da História – irão ser essenciais, para cruzar com outros Saberes, e ajudar a definir o futuro.

A imagem que escolhemos é um excerto do retrato da família do Duque de Milão – Ludovico Sforza (1452-1508) – que ficou como Il Moro. Aconselhamos a que reparem, e comparem, as argolas que estão no túmulo de Egas Moniz (no nosso trabalho ver fig. 91), com o colar que está na imagem acima, colocado ao pescoço de Ludovico Sforza. É exactamente a mesma iconografia, embora tratada de formas diferentes. Em ambos os casos deu-se «a ver» a Ideia essencial do Símbolo Gótico, acima referido. O qual, quer Egas Moniz (o Aio de Afonso Henriques), quer o Duque de Milão – sem dúvida – ambos tiveram que seguir: tratava-se de uma questão essencial da Fé Cristã, que professavam (apesar de terem vivido na Europa, em lugares e em datas muito diferentes).

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* É sabido, como referimos no nosso estudo, que tentaram dar-lhe a designação «ogival».Ver Monserrate, uma nova história, op. cit., pp. 44 e 167, nota nº 94. 

** Expressões empregues por autores do século XII, e também por alguns que os estudaram, como os teólogos M.-D. Chenu, e Henri De Lubac. 

Ler Sinopse de – Se Não Estudas, Estás Tramado – em: http://www.wook.pt/ficha/se-nao-estudas-estas-tramado/a/id/6185370


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