Não são os únicos responsáveis por este blog, de forma nenhuma, mas algumas conversas que tivemos – os próprios sabem disso..., e agradeço – levaram a um «amadurecimento» mais rápido e dirigido, passando a pôr em prática aquilo que há muito tempo entendia ser necessário fazer.
Em 2005-06, noutras conversas com pessoas ligadas a instituições, que nos tinham convidado para aí fazer cursos - com vista à divulgação de conhecimentos nas áreas do Património, e também nas novas áreas que tínhamos acabado de investigar e introduzir, com os materiais vindos do mestrado - por essa data houve oportunidade de pensar e elucubrar até que ponto a Universidade em Portugal, estaria preparada para aceitar aquilo que se tinha descoberto?
Foi uma questão que nos colocámos, durante todo o ano de 2005, tendo vencido, como se sabe, aquilo que nos pareceu ser o mais correcto fazer: avançar para os estudos de doutoramento, com a maior dedicação que nos fosse possível, dadas as características, dificílimas, do tema; mas, em contraponto, o seu grande pioneirismo.
Aceite a nossa proposta pela FBAUL, de novo, durante quase um ano foi preciso explicar à FCT, aquilo que se pretendia de facto: provando, em vários pontos, e com o apoio de muitos exemplos (sobretudo a questão dos designados “Góticos Tardios”*), a principal ideia que já tinha tinha ficado registada na Síntese Final, da dissertação do mestrado.
É uma longa história, vai ser sempre, e são poucos os que ficam bem neste retrato. Temos muitas datas registadas, e como os factos foram evoluindo. Ninguém vai ficar bem nesta imagem que tem ajudado a construir. Cada um vai fazendo a sua «momice», não vendo que o apoio e a colaboração (havendo até instituições que se chamam de «acolhimento» e não acolhem nada nem ninguém...), só os dignificariam: a todos os que colaborassem positivamente, para a viabilização de conhecimentos que são fulcrais. É o "conhece-te a ti mesmo" que vinha da Antiguidade, neste caso o auto-conhecimento de um povo, da Cultura (e da civilização) em que está integrado.
Ou, é a frase de Helena Vaz da Silva – "É de Cultura como instrumento para a felicidade, como arma para o civismo, como via para o entendimento dos povos que vos quero falar." Frase que resume, de forma perfeita, a falta que a Cultura nos faz a todos!
Mas também, como em Portugal, apesar dos discursos governamentais, muito bem intencionados e repletos de promessas (muito velhas), algumas Universidades estão longe de serem pragmáticas, ou assertivas: colaborando de facto, e colocando-se na posição dianteira (qual verdadeira "pole position", como se diz no desporto automóvel), de quem pretendesse afirmar-se como condutor e motivador, nalgumas áreas importantes, da vida em sociedade.
Caríssimos Alunos deixo-vos hoje a primeira página de um artigo que escrevi (em Nov. 2005) e está nas Actas do 4º Encontro de História, de Vila do Conde, publicadas em 2006. Esse encontro teve como tema principal – “A Comemoração dos 300 anos do início da construção do Aqueduto do Mosteiro de Santa Clara de Vila do Conde…”**. Embora, o tema, e os seus pressupostos sejam «curiosos», sobretudo interessantes, exactamente para a vida dessa cidade, pela nossa parte, aproveitámos para desenvolver um pouco mais, algumas ideias que já tínhamos detectado, relativas aos Arcos Romanos e aos Arcos Góticos. E também, à questão do Abastecimento de Água à Cidade de Lisboa, no século XVIII; particularmente, até, o «receio» do engenheiro Manuel da Maia, em usar tubos de ferro, dentro dos quais a água estivesse sob pressão...***
Para o vosso caso o interesse deste artigo está, principalmente, nos “considerandos” que deixámos nas suas primeiras páginas: a remeter para os diferentes modos de intervenção urbana, e para o Projecto em geral. Em suma, uma contextualização, muito breve e genérica, daquilo que estão a fazer.
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* E a situação, que não é única na Europa – mas sim uma existência, que é generalizada - de casos de Góticos Tardios, e aos quais em Portugal se deu a designação de “Manuelino”.
** O Nosso Património, por Mário Almeida, Presidente da CM Vila do Conde, ver em Actas..., op. cit., p. 7, Vila do Conde, 2006.
*** Como hoje sucede, havendo reservatórios elevados, que tiram partido, prático, do chamado Sistema de Vasos Comunicantes.
Ver ainda em http://www.cnc.pt/.