..., e as nossas paixões (curiosidades), que não deixam de ser alimentadas.
Como é referido por MMS também nós temos um gosto enorme em tocar nos livros: novos de preferência, embora cada vez mais as informações da internet também sejam uma óptima forma de juntar o antigo, o tradicional e o contemporâneo: de maneira mais económica, sem obrigar a enormes bibliotecas que roubam espaço.
Senão vejam
Todos os textos de todos os livros começam por ser imagens visuais. Neste caso caracteres alfabéticos que formam sílabas, palavras e nomes que nos provocam. No mínimo, muita curiosidade...O que é/foi um Panopticon? E foi, mesmo criado por A. W. N. Pugin...?
Nomes que, por exemplo - a palavra Pan + Opticon já diz imenso - não deixamos de associar logo, mentalmente, a formas (ou imagens). Neste caso formas tipológicas que constituíram inovações, invenções (ou até mesmo revoluções que podem vir de filósofos?, como parece ter sido o caso...) e que influíram em diferentes áreas do conhecimento, da técnica, ou nos equipamentos urbanos, crescentemente diferentes, com que as cidades desde o fim do século XVIII e sobretudo durante o século XIX (principalmente em Inglaterra) se foram enriquecendo e diversificando.
Bom! Design é isto, mesmo que o «pessoal-(in)-docente» se foque agora cada vez mais, e apenas, na diversão - para eles tão divertida...! - que é a contagem da parametrização, e a contagem algorítmica, perdendo-se o que é essencial:
Não ensinando aos alunos aquilo que lhes seria mais útil para as suas vidas profissionais, futuras - que estão cada vez mais longas, porém, embora, contraditoriamente, que também estão cada vez mais difíceis e menos lineares*. Apesar do muito que o Estado, e os próprios, investem em formação! Assunto que havemos de abordar com o apoio de alguém que se tem dedicado à Estatística e à Sociologia (e não dos contadores de parâmetros sem conteúdo...).
The Panopticon que encontrámos referido por Tristram Hunt no seu Building Jerusalem, e antes em A.W. N. Pugin, no título Contrasts..., relativamente a ele, agora a nossa curiosidade pode enfim começar a ser esclarecida, ao encontrar o livro abaixo, que (por acaso), a Livros Horizonte também publicou.
Vítor Albuquerque Freire dá neste seu estudo interessantes explicações (a ler) sobre o Panopticon, concretamente sobre a respectiva criação que atribui a Jeremy Bentham (filósofo) e em Portugal, várias décadas depois, a José Maria Nepomuceno (arquitecto).
E aqui, mais uma vez cruzamos com outros conhecimentos, que só posturas muito multidisciplinares permitem adquirir: i. e. juntando e separando informações, para depois também fazer algumas distinções, que eventualmente podem passar a ser necessárias**.
Claro que sobre este assunto seria possível ir muito mais longe, mas para já, e porque são tantos os assuntos, em desenvolvimento (para nós neste momento, e ao mesmo tempo), que não prevemos continuar a ampliá-lo.
Ao terminar pretende-se apenas sublinhar que do mesmo modo que as figuras geométricas têm propriedades a que chamaríamos propriedades linguísticas, e que como se tem demonstrado, são, potencialmente, propriedades significantes ou falantes; por outro lado também o rigor da Geometria pode conferir possibilidades que o Panopticon na sua concepção, ou construção primeira, logo aproveitou.
Assunto que faz recordar Richard Perassi, o seu e-book (que nos facultou), dedicado à Imagem e ao Design, e a algumas das conversas - privilégio - que pudemos ter: ou seja como a criação em Design ou em Arquitectura é sobretudo consequência de um «saber dominar» a Geometria. Por ser ela - esta disciplina matemática, científica tendencialmente abstracta - o lugar de encontro e de resolução de muitos problemas.
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*E os alunos, futuros ou actuais profissionais, aos trambolhões, despedidos e desaproveitados, são obrigados a variar em experiências, que, se os próprios conseguirem ter a máxima lucidez, para as viverem holisticamente, nesses casos estarão a contribuir para o enriquecimento das suas actividades profissionais, desempenhadas por conta própria (ou para as empresas que, hipoteticamente, também podem ter dirigentes inteligentes e saírem beneficiadas!?). Sobretudo se forem actividades profissionais sempre desempenhadas com brio, visões multidisciplinares e ricas. Portanto enriquecedoras para toda a sociedade, que pode beneficiar desses empenhos, positivos e esclarecidos, os quais, se uns destroem, outros, pelo contrário «não vão deixar cair»!
**Como por exemplo é a seguinte: Tendo citado James Bentham e alguns dos seus trabalhos no nosso estudo dedicado a Monserrate, era preciso compreender se estaria ligado ao filósofo Jeremy Bentham. E a internet proveu o esclarecimento: “The family were distant cousins of the philosopher and reformer Jeremy Bentham (1748–1832).” A ver em: https://en.wikipedia.org/wiki/James_Bentham.