Sim, serviram para tudo e mais alguma coisa, os círculos de que escreveu Copérnico ao Papa Paulo III.... *
Nós dizemos agora "Círculos Entrelaçados", sabendo que são os mesmos de que Copérnico escreveu, e depois J. Képler veio explicar serem - de facto - Elipses
E sim, é também verdade, os referidos círculos tiveram um uso praticamente ilimitado...
Mais, não se pense que esta coisa abstracta, ou quase aparentemente inútil, irreal e abstracta, de querer representar Deus (trindade) não como figura paterna, e icónica, mas ainda apresentado com recurso ao anicónico é só opção do passado:
Porque ainda agora, na Fratelli tutti, o Papa Francisco - na extraordinária actualização e nas correspondências que faz entre o passado evangélico e as tradições da Igreja, com a actualidade -, também ele lembra a vida íntima de Deus, no essencial/verdade da teologia cristã**
E se a nossa imagem de hoje é um ensaio/construção experimental, é porque a mesma se veio a tornar, pelo menos para nós, como uma sintese/composição altamente informativa:
Por exemplo, quando descontente com uma certa incompletude da mesma imagem resolvemos melhorá-la (o que verdadeiramente veio a ser explorá-la); quando resolvemos que aos círculos da imagem, já postos na horizontal, se iriam acrescentar mais círculos, cumprindo a mesma regra, mas postos na vertical.
E depois mais ainda, quando se decidiu usar uma cor que fosse diferente, e contrastante, para unir os pontos geométricos notórios da composição feita. Foi então que inesperadamente nos surgiu a cruz pátea, que ainda lembra a cruz templária (que foi «inventada» posteriormente); também os culots cisterciences, e tantas auras com que Cristo é - iconográfica e convenientemente -, representado.
Mas ainda bastante mais nos aconteceu: porque percebemos a origem de um tipo de planta que está na base de muitas igrejas, e que é confundida com opções que são notórias na ourivesaria, concretamente no design/desenho de muitas cruzes
Em suma, não desagendámos a imensa temática que descobrimos na FLUL - sob o «seu alto-patrocínio» (embora ocultado pelos respectivos responsáveis), e da qual continuaremos a escrever. E em breve, quiçá, com apoio vindo de fora? De um designer estrangeiro, que já usou esta iconografia ancestral, que faz parte do inconsciente colectivo que Jung mostrou existir...
E que por isto mesmo - dada a sua antiguidade - se tratam de imagens que estando nós tão habituados a vê-las, também por isso, mais facilmente as aceitamos e gostamos delas: sendo portanto imagens que valorizam (não só visualmente, mas muito significativamente) as obras onde se fazem reviver***
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*De que já se escreveu mais do que um, e não apenas este post.
** Onde está: "...acreditamos que Cristo derramou o seu sangue por todos e cada um, pelo que ninguém fica fora do seu amor universal. E, se formos à fonte suprema que é a vida íntima de Deus, encontramo-nos com uma comunidade de três Pessoas, origem e modelo perfeito de toda a vida em comum. A teologia continua a enriquecer-se graças à reflexão sobre esta grande verdade." (ver http://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.pdf, Cap. II, 85).
***Ou, que em alternativa se pode dizer assim: "as obras onde aparecem"