Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Abr 21
publicado por primaluce, às 13:00link do post | comentar

A pergunta relaciona-se com as respostas que nos foram dadas, há dias, por um digníssimo Professor Doutor do Instituto de História da Arte da FLUL.

 

Lamentaremos sempre, no mínimo, senão a sua incompreensão da questão em causa, logo em 2002-2005; ou, pelo menos o facto de o dito PROFESSOR nada se ter esforçado, ou até ter perguntado, para ser esclarecido...

Se é que foi assim? Se é que de facto não percebeu, ... e até teve vergonha de perguntar?

Para o público em geral poder entender, e para os que nada sabem do que passa nos espaços universitários, se quiserem enquadrar esta questão, que vem desde 2002, a ler aqui sobre os desenvolvimentos mais recentes.

 

No entanto, desde 2010, quando comecei por criar este blog, (e depois vários outros) já o fiz numa perspectiva de futuro, face à necessidade de defender o muitíssimo que trabalhei. Bem como a defesa de novas ideias que, forçosamente, numa sociedade evoluída, primeiro se estudam (com seriedade) dentro das instituições universitárias e depois vão passando para o exterior, a todos os que se interessam por saber mais:

Em especial por saber da História - a disciplina capaz de ajudar a pensar, e de localizar, na vida de cada um de nós, o carácter do tempo em que vivemos. E também, certamente, para conhecer o tempo que nos antecedeu, e forçosamente deixou marcas: o qual (esse tempo) é/foi sempre uma espécie de inconsciente colectivo, actuante, sobre cada um de nós.

Claro que estamos agora a aproveitar um período, sente-se no ar, em que esta mesma sociedade - excessivamente martirizada por grandes e por pequenos poderes (que permanentemente a têm apoucado e menorizado). Sim, vivemos num tempo em que se vê, claramente, ao olhar para trás, que o grande e o pequeno ladrão - como diz o ditado - nunca perderam qualquer ocasião...

Pior: infelizmente, constata-se que há lesados de muitas espécies, e de muitas origens, nesta nossa pobre sociedade!

Mas, avançamos, aproveitando para aprofundar o que o «digníssimo professor» quiçá, não leu? Ou se leu não entendeu... (e, «sabiamente», lembrando os piores alunos, ele calou).

 

Na p. 37 do nosso livro dedicado a Monserrate* está isto (escrevemo-lo em 2004, publicado em 2008): 

"Patrick Gautier Dalche ao legendar uma imagem medieval, realça o seu geometrismo: “…Les diagrammes (…) suivent une structure géométrique rigoureuse: ce sont des concepts illustrés et nom une représentation fidèle du monde"[1]. Também Luís Urbano Afonso referindo “diagramas medievais”, que apresentou em obra recente, designa-os - “...imagem cognitiva e mnemónica” [2], porque teriam função de ilustração e apoio à compreensão, de conceitos e ideias.

Por outro lado, e quer-se realçar esta ideia porque vemos os mesmos “diagramas” em casos diferentes, eles aparecem-nos como polivalentes; ou seja, permitindo admitir que neles está algo de essencial, ou ideia fundamental. Talvez a concepção de uma Beleza Primordial, à qual tudo se podia, e devia, submeter (ou “conformar”) - os meses, as estações do ano, o quente e o frio, as diferentes horas do dia[3]; enfim, tudo o que os homens medievais não compreendiam, e era para eles de ordem metafísica. “Encaixavam” o que os transcendia, nos diagramas, e como se pode ver, “sobrepuseram-lhes” várias temáticas."

Fiz copy paste, de modo a que as notas que acompanham o texto estejam já a seguir; e porque citamos tudo, podem ser conhecidas por todos, e também compreendidas. Acontece que a terceira nota (abaixo), foi escrita com base numa imagem que fotografámos directamente no livro - dentro do Instituto Franco-Portugais, na mediathèque, quando esta era na Av. Luís Bívar (podem ver abaixo essa imagem, confirmando que corresponde à descrição da nota nº 3).  

[1] Em artigo de Patrick Gautier DALCHE Manuscripts Enluminés des Bibliothéques de France, Le Moyen Âge en Lumière, sous la direction de Jacques DALARUN, Fayard, Paris 2002, p. 36.

[2] Ver em Luís Urbano AFONSO, op. cit., p. 93.

[3] Encontrámos um diagrama formado por 3 círculos que desenham uma Mandorla, em Manuscripts Enluminés des Bibliothéques de France,Le Moyen Âge en Lumière, p. 42, proveniente de Matfre Ermengaud, Bréviaire d’amour  Lyon, BM, ms.1351, f. 38r, com o seguinte texto a legendar: “La durée du jour et de la nuit dépend des saisons et de la latitude. L’encastrement de ces trois cercles traduit le rapport entre la division des heures et la durée du jour et de la nuit aux équinoxes (cercle central) et aux solstices d’hiver (cercle inférieur) et d’été (cercle supérieur)…". Julga-se que a estes diagramas atribuíam “virtudes”, que justificavam o seu emprego em vários casos.   

P1010001-C.jpg

E sem se esconder, a seguir a imagem completa, e a respectiva legenda (de cerca de 1292, como se explica aqui):

P1010001-B.jpg

Será que a nossa frase final - "Julga-se que a estes diagramas atribuíam “virtudes”, que justificavam o seu emprego em vários casos." - não merecia ser muito mais esmiuçada? Será que, sabendo Vítor Serrão (e Maria João Neto), do trabalho de Luís Afonso, abordando também os "diagramas medievais", não teve/não tiveram a menor curiosidade em questionar mais o tema?** Se o questionassem, se o ampliassem, por virem de meros alunos de mestrado, seria sinal de «fraqueza»? 

Os Doutorados, não podem nem devem, nas Universidades portuguesas, dar valor a estudos (prospectivos/exploratórios) feitos por estudantes, sem nivel? Estão a dizer que esses são «pessoal de meia-tigela» ? 

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*Ver em Monserrate uma Nova História, Livros Horizonte, Lisboa 2008.

**Ou, será que apenas lhes interessa cumprir os mínimos? Ciência na FLUL é continuar o que se fazia nos anos 60-70, de 1900? Basta coleccionar fãs, viver para ter muitas "vítorettes" à volta, likes de Facebook? Por nós, só há dias ouvimos falar em ‘socranetes’... Daí perguntar-se: tem que ser tudo a mesma porcaria? É isto o melhor que o país tem? E ninguém se arrepende? Sonegar estudos (nos casos em que a lei exige a sua menção), e os respectivos resultados, pioneiros, quase há duas décadas, pode manter-se indefinidamente?  São crimes softs (ou «mansinhos»)? A Justiça tem que ser o que se vê? Até parece, mesmo, que nunca foi preso ninguém por roubar uma maçã?

Enfim, foi esta prática continuada (desde 2005, no mínimo) que nos fez marcar uma data a partir da qual acabava o silêncio: tendo nós a certeza, sem qualquer dúvida, que os agora injustiçados, também não se vão calar...

O que é muito bom!

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E no dia seguinte acrescenta-se o que «anda a bailar» na nossa sociedade há décadas. Aplicável no nosso caso, e ao comportamento do Digníssimo Professor acima nomeado, é o que Clara Ferreira Alves mostrou ser uma permanente falta de transparência... OIÇAM!


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