Então a maioria dos estudos de História da Arte andam errados...
Se a especulação, e análise, geométrico-visual a que Almada submeteu os chamados Painéis de S. Vicente, estiver próxima do processo conceptual (ou subjacente) que originou estes mesmos painéis? - coisa em que não acreditamos* - se...?, então teríamos que concluir que toda a Historiografia da Arte que vem sendo praticada anda completamente enganada.
Só que, e mesmo sem ter ido ver de perto, aqui de longe o que nos parece, é que Almada Negreiros - em toda a sua obra e não apenas nesta - desse modo lançou um importantíssimo grito de alerta a favor da Geometria:
Sim! Para que seja valorizada, para que a vejam, já que existe.
Por nós continuaremos a percorrer os círculos entrelaçados que tendo sido necessários para explicar e melhor dar a conhecer o Deus cristão, depois «esses círculos» acabaram por ficar. Dando assim origem, por vezes integralmente, por vezes apenas a excertos, visíveis em inúmeras obras da arte religiosa (que nos chegou).Obras que, se bem analisadas, perscrutadas, ouvidas, compreendidas, ou até amadas, são também elas peças únicas; dignas de uma maior consideração. Que em Portugal, como se tem visto, vai - demasiada... - para os ditos Painéis.
Mas enfim, Almada sabia muito. E neste caso o bastante para ter começado o seu Estudo Exploratório por um hexágono. Que é afinal, exactamente o mesmo, que começar pelos Círculos Entrelaçados**.
Os mesmos de que, repetidamente - e aliado ao seu sentido inicial - temos escrito.
Os mesmos que estão subjacentes, "pour cause", em centenas, ou dizendo mais correcto (sem as contarmos...), em milhares de obras da que é designada Arte Ocidental.
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*Não acreditamos totalmente...
** Ou ainda, o mesmo que ir buscar a planta de uma igreja antiquíssima: Hagia Sophia
Note-se que as imagens são do Público do passado dia 16 de Outubro. A sua qualidade é óptima, mas apesar disso limitadora para a sobreposição que se quis fazer, ao trabalhar com uma imagem que, é nítido, tem um (leve) desvio perspéctico.