... (e estamos aqui para o provar), claro que o mais normal é o país não crescer! Parece óbvio: mas será? Teremos só a nossa razão? Ou essa nossa razão é mesmo parte integrante, e amostra válida, dos vários «nós»* que fazem de Portugal um país hiper-limitado?
O que vivemos desde 2008 (pelo menos...) lembra-nos aquelas pessoas que estando diante de uma passagem apertada se «enchem de cerimónias», e cada um se recusa a passar, dando a preferência ao outro. Que por sua vez faz o mesmo, e assim ninguém avança...
Claro que a analogia é mais ao contrário, pois aqui ninguém foi cerimonioso ou mostrou boa-educação. O que se passou foi que um certo Reitor - o da melhor escola de design portuguesa (óbvio!) - achou que ninguém lhe podia passar à frente, e barrou todas as passagens... Depois, para os lados de Belas-Artes ninguém acrescentou alguma criatividade a esta lógica: que é tão normalzinha, talvez por ser tradicional, ou mais que tudo, bastante arcaica e enraizada, e portanto, para quê agir, ou querer mudá-la?
Claro que a este nível de detalhe o FMI e a Troika - que se passearam tão airosos pelos corredores do Ministério das Finanças, e diante das Câmaras de TV pela AR - esses não percepcionaram nada. Viram apenas o que o que lhes quiseram mostrar e portanto não chegaram aos verdadeiros problemas. Como aliás nem sequer chegaram à Justiça - o auge de todas estas problemáticas.
Portanto não se queixem agora dos rankings que evidenciam erros estruturais.
Ou dos mecanismos que não respondem às acções exteriores -----------» nesta sociedade que se fosse máquina estava boa para ir para o lixo!
Aliás, um dos Pontos de Análise, ou aquilo que se deveria questionar é se uma sociedade com este atraso serve de referência, ou vale ainda a pena manter-se como está? Por ser ainda, quem sabe, repositório de alguns «valores»: daqueles outros que as sociedades mais evoluídas e desenvolvidas já não têm? Isto é, se o machismo, a injustiça, e o absoluto demérito devem prevalecer? Dada alguma utilidade que tenham, que se devam preservar a todo o custo...
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*Há sempre vários "Nós": e aqui não nos referimos ao que está na divisa da Casa de Bragança - "Depois de Vós, Nós", e que corresponde à 1ª pessoa do plural, nem à Noz cujo plural é Nozes de que a Polissemia Medieval usou e abusou. Referimo-nos sim a outros «Nós», às vezes também designados entrelaçados quando aparecem na Arte, e que há tendência para se pensar que são exclusivos da Arte Celta.
(clic para legenda, amplie o máximo, goze a beleza da imagem)
Se lerem Henri-Irinée Marrou, poderão constatar que no século IV (a coincidir com a Liberdade de Culto concedida por Constantino, e depois com a transição do Cristianismo a Religião Oficial do Império) os Nós e Entrelaçados invadiram as obras de Arte, para se referirem a "un Dieu lieur" de que Mircea Eliade escreveu. E assim os "Nós" (mentais) que também se formaram nas várias sociedades - emaranhados onde não se vislumbra o princípio e o fim (e que podem tornar difícil intervenções exteriores) - também podem participar e terem sido originados nas polissemias de que acima escrevemos.
É que para o Bom, mas lamentavelmente também para o muito mau, frequentemente a Idade Média ainda «vive dentro de nós», --------» num inconsciente que (colectivamente) nem sempre estamos dispostos a esclarecer! De quem é a culpa?
Que os DESIGNERS não respondam que se esqueceram das mais simples ideias (ou das mais complexas Ideologias) de William Morris. Que se calem sobretudo os que são responsáveis de tornar o Ensino que era interdisciplinar e amplo, em questões ridículas como as actuais que hoje se investigam em muitos doutoramentos: questões miniaturizadas que nunca lhes permitem formar uma visão mais geral dos problemas. Pois «só focam o átomo, raramente chegam à molécula», estes investigadores hiper-especializados... em fugas a questões complexas. As que mais naturalmente precisam ser estudadas e justificam o nível de doutoramento.