Pode parecer que nos entretemos, exclusivamente, com muitos disparates do tipo dos que temos escrito em posts anteriores. E, quiçá, infelizmente, com muitos outros que ainda vamos ter que escrever...?
Acontece que temos que nos defender, mas por outro lado, muitos mais temas e interesses, ajudam-nos a puxar para cima, dos danos e bullyings que nos têm sido impostos... Assim, muito mais do que a sobreviver, estamos a ganhar e a transmitir, força(s) que se elevam acima da Mediocridade!
Depois, acontece ainda que há muitas formas de «pular fora» deste Portugal rasca, com que muitos portugueses e as suas instituições nos brindam quotidianamente.
Hoje, poder ouvir o Canal Académie de Les Académies et l'Institut de France sur Internet, é um dos mais espantosos meios de nos subtrairmos à dita realidade medíocre em que, aparentemente, se tem que viver imerso.
E dessa realidade, também podemos ter/ouvir reflexões sobre aquilo em que a mesma se tornou:
Como a História parece que desapareceu perante o valor da Memória: sobretudo também de algumas memórias soltas, que são, quer as da maior qualidade que permitem organizar e escrever a história; mas ainda também, as memórias de cariz mais afectivo, que sempre tiveram valor.
Neste caso de que escrevemos (e se pode ouvir do Canal Académie em mp3), reflectindo sobre um seu trabalho de 2011 - Présent, Nation, Mémoire - Pierre Nora é ele próprio que se sente triste, ao detectar um facto (que considera quase trágico):
Como "...La mauvaise mémoire chasse la bonne"!
É impossível não se estar de acordo com esta constatação, porque, permanentemente, somos obrigados a confirmar uma total perca de valores: como o que eram boas memórias, conhecimentos, valores, informações, tudo isso está a perder o pé perante o quase nada, ou o muito pouco!
Não estivéssemos também a ler alguns planos do(s) PROGRAMA(s) PORTUGAL 2020, e, dir-se-ia que não sobra nada, localizado nalgum «qualquer repositório» (e que tenha a sorte de ainda não ter sido musealizado!) de alguns desses valores mais antigos.
Que tudo se transformou, inclusive no Ensino Superior, em que muito se esqueceu e tão pouco se transmite; tudo se «metamorfizou» numa cultura de/e para suburbanos: de e para - limitados, incultos e paupérrimos: meros consumidores de
fast food, fast thought, fast having & fast being
Como se as pessoas não pudessem ser mais nada? Não merecessem um Otium fecundum, sendo obrigadas a ser meros engôdos dos negócios de trapaceiros e fraudulentos?
http://en.wikipedia.org/wiki/Pierre_Nora