Sobre a técnica de Richard Feynman
É que ainda a propósito do assunto Origens do Gótico, que a nossa orientadora fez questão que conhecêssemos, para segundo ela "se poder compreender Monserrate"; note-se que desde então ficámos totalmente convictos, da importância do rabiscar, e do fazer esquemas, para conseguir visualizar as ideias difíceis, ou as mais complexas.
Desde essa data pudemos perceber como esquemas das ideias essenciais do Cristianismo*, se vieram a tornar, mais tarde, em ornamentos e iconografia dos estilos arquitectónicos.
O desenho de alguns arcos, terá correspondido a uma «moldura apologética», que tinha nascido de um doodle e depois se transformou em Ideograma---->mais tarde em Emblema------> e um dia em Arco (ou outro elemento arquitectónico).
Sendo que esses arcos, estiveram primeiro em relevos esculpidos, de pequenas dimensões: como por exemplo em dípticos e em túmulos. E só no fim de um processo evolutivo, se tornaram elementos de suporte (efectivos) integrantes dos edifícios.
Acima o túmulo em pedra de Isabel de Aragão, a Rainha Santa, atribuído a Mestre Pêro, c. 1330, Coimbra, Igreja de Santa Clara-a-Nova**. Seguem-se excertos que ampliámos, a sublinhar a sua beleza, mas também para evidenciar as arcadas - molduras (cuja intenção era apologética) em que diferentes figuras, ou cenas bíblicas, foram inseridas. Para traduzir a ideia de que se tratam de Santos, que acreditam ou acreditaram num Deus trino, como está expresso nos arcos***, neste caso em trifoil (ou trifoliados) abaixo.
Mais tarde foram construídos esses arcos (trifoliados - i. e., condizentes com a noção de Deus, mais aristotélica, vinda de S. Tomás de Aquino), em obras de toda a Europa:
Existem no Mosteiro da Batalha, e também em edificações e Palazzos de Veneza - como o Palácio dos Doges -, que Monserrate, em Sintra, e desde o século XIX, recria.
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*Por exemplo, diferentes expressões de dogmas sobre a unicidade e a trindade do Deus cristão: concepções que evoluíram ao longo do tempo, geraram diferentes Ideogramas, e estes diferentes Arcos (em épocas diferentes)
**Informações e fotos em detalhe vindas de História Religiosa de Portugal, dir. D. Carlos Azevedo, edição Temas & Debates, Lisboa 2004, vol. I, pp. 472-473.
*** "...expresso nos arcos...", e agora (14.04.2021) acrescenta-se: em que essas figuras eram propositadamente introduzidas. Pois queria-se fazer a sua apologia, indicando-as como modelos a seguir.