Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Mar 25
publicado por primaluce, às 22:30link do post | comentar

... tem agora esta designação: "The Long Water" - de Hampton Court

 

Em 2001 no começo dos nossos estudos sobre Monserrate na FLUL, sabíamos que era preciso estudar uma obra Gothic Revival; e tínhamos recebido o "briefing" da orientadora, cuja ideia central era - "Você só vai perceber Monserrate se perceber as Origens do Gótico (...)" , etc.

Posteriormente o trabalho foi organizado com o Iº capítulo a receber como titulo:   

As questões em torno do Gótico no século XVIII em Inglaterra, até à obra de Strawberry Hill

Com o seguinte (1º) sub-titulo: 

Os primórdios do Revival, Jardins e Paisagismo

Um caminho metodológico que tinha que ser feito, porque as primeira edificações, consideradas revivalistas (do gótico) estariam nos Jardins, e eram designadas "follies  

Visão que ainda hoje se mantém, como acabámos de encontrar aqui, numa explicação praticamente igual ao que se escreveu acima: 

"The first signs of a Gothic Revival appeared during the 1700s with "follies," essentially beautiful but useless buildings set in English gardens. Famous examples include King Alfred's Tower at Stourhead Estate in Wiltshire and a gothic temple in Buckingham's Stowe Gardens."

Embora (há que fazer aqui um parêntesis para o explicar) com o desenvolvimento do trabalho tivéssemos chegado à conclusão que o estilo gótico nunca morreu.

Por isso chegámos a usar - e percebemos terem existido -, muitos Gothic Survivals (em geral, na Europa); sendo que em Portugal se assistiu a um prolongar do Manuelino, que tem sido visto, pelos historiadores como um arcaísmo... 

Porém, desse Gothic Survival, há uma peça de maior destaque em Portugal - embora incompreendida -, que é o Aqueduto das Águas Livres de Lisboa.

Cuja designação, é importante lembrar (neste outro parêntesis), nunca foi GothicSurvival . Ou, muito menos alguma vez considerado numa problemática estilística, como esta é. Assim como, também os estilos só começaram a estabilizar - nas designações que hoje se usam, e como são conhecidos (terminologias e nomenclaturas cientificas, até nas empregues internacionalmente), praticamente, só no início do século XIX.

Assim, voltemos a lembrar como foi o desenvolvimento inicial do nosso trabalho, onde, no Iº Capítulo consta:

"Ao fazer a história do Gothic Revival em Inglaterra, muitos autores radicam uma origem mais longínqua do gosto pela arquitectura deste estilo, no reinado de Elizabeth I - que foi também o tempo de Shakespeare: “…A época isabelina é marcada pelo florescimento da arquitectura (…) não é italiana nem francesa, encontramos a marca de um Renascimento específicamente inglês…” [1].

(…)

A prevalência do gótico como escreveu Kenneth Clark, fez-se sentir desde 1600 a 1800, porque em Inglaterra (...) nunca o estilo se perdeu.

(...)

Posteriormente nos reinados de Carlos II, no de William III (de Orange, com Mary II), mais tarde no de George I, encontram-se movimentos e sinais que são de forma remota, ligados ao Gothic Revival. É deste modo que são vistas algumas peças de Arranjos Exteriores, como foi exemplo a introdução do Canal (de água) em Hampton Court; ideia que Carlos II levou de Versailles. Trabalhos que contribuindo para o gosto pelos jardins e paisagem, seriam a envolvente da arquitectura medieval, que se ia fazer reviver. Neste contexto, o Canal seria mais tarde substituído por uma linha de água irregular."

Portanto o que está acima, foi escrito em 2004, e está no livro [2], nunca tendo sido revisitado, ou sequer repensado. Mas, sem qualquer dúvida, claro que hoje teria sido escrito de maneira diferente. Pelo que (thanks God), para o melhor, ou para o pior, ainda bem que ficou como está. Já que dificilmente se teria encontrado uma outra oportunidade para fazer um trabalho como este, de que (ainda) nos orgulhamos...

Acontecendo que hoje - exactamente hoje dia 16.03.2025  – procurámos mais informações sobre este Canal (de água) em Hampton Court, mais precisamente em Official Site | Historic Royal Palaces (hrp.org.uk)

Tendo encontrado, como aliás sempre nos acontece, mais e interessantes informações: 

Image0285-c.jpg

(para ampliar o excerto da imagem usar o primeiro link, para a imagem inteira ver aqui)

O texto seguinte vem de Royal Gardens, por  Roy Strong, ed. BBC Books/Conran Octopus, de 1992. A obra onde em 2004 encontrámos as primeiras informações sobre este presente que Carlos II, quis oferecer à futura Rainha de Inglaterra 

Image0285-d.jpg

(ampliar para ler)

Sendo que por hoje ficamos por aqui, já que, ainda a propósito de Hampton Court, ficámos a saber (também) da existência de um Knot Garden: que é mais um achado, para corroborar as nossas teoriase (e fazermos novas pesquisas...)

KnotGarden-HamptonCourt.jpg

(abrir imagem noutro separador)

 Knot Garden que seria do tempo do Palácio Medieval, que mais tarde (na versão actual - é a imagem seguinte)  foi redesenhado por Christopher Wren.

TheLongWater.jpg

(imagem noutro separador)

[1] Ver em François LAROQUE, Shakespeare o teatro do mundo, Quimera Editores, Lisboa 2003, p. 99.

[2] Ver excerto do nosso texto (p. 18 que se digitalizada), e está a seguir

Image0287-C.jpg

(ampliar para ler)


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