Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Nov 14
publicado por primaluce, às 00:34link do post | comentar

Todos sabemos que Design é - entre tantas outras coisas - comunicação.

Todos sabemos daquelas lojas dos subúrbios, ou as da província, em que não havendo tempo para fazer as montras, alguém tem um cuidado, que é mínimo (ou, quiçá um pequeno sinal dalguma lógica, residual) de comunicar ao público que a montra está em execução...

Depois, todos também sabemos que por lá ficam - meses a fio - esses papéis de avisos, os revestimentos das montras, ou ainda as tomadas eléctricas e aparelhos de iluminação: tudo queimado pelo sol, com moscas mortas, mais pó, muito pó que é já terra e muito lixo.

Fica assim tudo junto, a exibir a imensa preocupação (que é genuína) de comunicar com o público através do que é, sem qualquer dúvida, uma abertura na fachada.

Mas por outro lado, aparecem também depois uns graffiters, a quererem reclamar para si, esse e outros espaços das fachadas das cidades: como áreas ou suportes onde tentam deixar as suas marcas. Talvez mensagens, ou até mesmo o que eles consideram ser Obras de Arte? E são-no, frequentemente, queremos aqui acrescentar...

Enfim, já estivemos num Congresso sobre este tema - Urban Street Art - onde felizmente houve de tudo um pouco, sendo por isso bastante enriquecedor. E de entre as várias apresentações claro que também existia uma montra, mas não com a tabuleta a avisar de uma qualquer «execução permanente».

Era exactamente o contrário! O objectivo estava em demonstrar como um espaço público pode ser um foco para o qual os olhos e a atenção de muitos se dirigem; servir para sensibilizar sobre um qualquer tema, ideia, ou até um negócio que se queira promover: sem se desperdiçar esse espaço, essa atenção, energia, ou até alguma oportunidade rara?

E num outro caso, que nos lembra forçosamente o dia de hoje - e as nuvens de fumo por vezes lindas (ou tão reconfortantes) que emanam dos carrinhos dos vendedores de castanhas - nesse outro estudo alertava-se para as imensas possibilidades de haver algum empreendedorismo (ambulante) com base, exactamente, no próprio espaço público: 

UrbanGraffiti.jpg

Pois é - porque tudo se liga - pode parecer muito cafona, mas hoje andam por aí alguns a cantarolar aquilo que viram na rua. Aquilo que é o negócio de uns, ou até a poesia de outros:

Quem quer quentes e boas, quentinhas? A estalarem cinzentas, na brasa. Quem quer quentes e boas, quentinhas? Quem compra leva mais calor p'ra casa.

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*USA é abreviatura de Urban Street Art, e MEs são as Montras em Execução (sempre!).

Já agora, não saindo do lugar-comum, daqui se deseja

Boa Continuação...


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