Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Out 24
publicado por primaluce, às 10:30link do post | comentar

Grande verdade a que está no quadro "O Viandante"

Pois muitas vezes - quase todos os dias - as nossas vidas mais parecem enormes mares de névoa...

CD Friedrich-viandante.jpg

Caspar David Friedrich - Wanderer above the Sea of Fog - Wanderer above the Sea of Fog - Wikidata

 

Verdade mesmo! Vidas onde parece que não há direcção. Daí a razão, talvez (?), para nos termos lembrado desta imagem fabulosa.

Só que os caminhantes (mais) avisados têm bússolas. Dizemos nós. Reflectem durante a viagem, toda. Eles vão andando e vão pensando... reflectem sempre!

Não esperam pela grande entrada na auto-estrada, ou por chegar àquela rotunda onde, aparentemente, todas as decisões se tomam. Isso é para os carros!

Os caminhantes avisados sabem que há pontos cardeais; quiçá, sabem ainda do movimento dos astros ? Estão atentos aos sinais. E vão olhando, estando sempre atentos: Porque à mínima distracção, algumas opções, as aparentemente menores se revelam, de facto, como sendo as mais relevantes.

E se a vida é feita de escolhas (?) parece-nos, não devemos esperar pelo grande momento, para um dia - nesse dia único, ou o mais especial - tomarmos as maiores decisões das nossas vidas.

O quadro acima de Caspar David Friedrich é o viandante que contempla o mar de névoa. E mais ou menos isso escreveu alguém em 1855, como leio aqui no meu livro (Taschen): "sobre a visão de um aeronauta acima das nuvens" !

Só que chegados aqui, à imagem, a este livro, é quando verificamos - e claro que sabíamos ... ;)  - que depois já não há caminhos para trás (outros). Como há dois dias se escreveu.

Era preciso avançar, mesmo que a contrariar, os aparentemente mais lúcidos, até os mais avisados; incluindo «os nossos cúmplices».

E na verdade constata-se, há pontos das nossas vidas que são como o verdadeiro cimo da Serra! E só não é, verdadeiramente surpreendente, porque estávamos avisados. É asneira, mas já nada surpreende...

Não fomos/somos carneiros a chegar a este ponto, por vontade própria. Mas porque houve pastores, com os seus cães - que também eles têm que obedecer... - que para aqui nos trouxeram! 

E aqui chegados só tem uma vantagem: a vista é fabulosa! E portanto dá para ver, não apenas o ermo, mas o caminho feito (*). A imensidão...

E pode ser o tempo de contemplar

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(*) Quando se vive mergulhado numa sociedade, em geral dada à asneira, e que não está atenta aos sinais - por mais notórios e estridentes que sejam. E que nem quer ouvir os avisos, então é o que acontece a todos!


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