Há uns anos ...
... descobrimos que em Portalegre os Santos Populares não eram só os três mais conhecidos.
Razão para tentarmos fazer um Pop-Up que representasse os seus tronos, com nichos ou edículas, incluindo também Santa Isabel - como se faz em Portalegre.
Resolvemos passar à acção e concretizar as ideias (ainda vagas), mas de forma a que o estilo arquitectónico das diferentes épocas, expresso nas arcadas apologéticas, que são os nichos/edículas da época em que cada santo viveu, ficassem ordenadas de modo cronológico.
Concretamente como se segue (e ficou na imagem definitiva):
S. João - o Santo pré-cristão, do tempo dos primeiros Cristãos. Ele que baptizou Jesus
S. Pedro - um dos Apóstolos. Por isso representado dentro de um Nicho, ou sob uma Edícula em forma de Concha. Onde ficou, desse modo, registada a ideia de alguém que foi baptizado, tal como Jesus tinha querido ser.
Muitas imagens paleocristãs, sejam pequenos dípticos de marfim, pratos, imagens planas - como mosaicos parietais de Ravenna, etc - apresentam este tipo de representações, em que a iconografia da Concha é bastante notória. Por vezes aparecem vergas rectas, onde alguma curvatura, mesmo pequena, já anuncia o arco de volta inteira.
Cuja origem, mais do que motivações de ordem estrutural, remete - como nos parece - para o Arco-Íris. Que foi Sinal (de Deus), como prometido por Deus a Noé, depois do Dilúvio.
Santo António - representado num nicho, que como o imaginámos/desenhámos já integra o Arco-Quebrado (do gótico), tendo no fundo - como uma Segunda Aura, a imagem do Quadrifoil que foi, com enorme frequência, alusivo à Virgem Mãe de Deus (ou Theotókos)
Santa Isabel - está já dentro de um Arco Quebrado, mais esguio e elegante, próprio do estilo Gótico, mais avançado. E no fundo do nicho está esboçado um arco composto, ainda quebrado ou gótico, semelhante aos que existem esculpidos - também contendo figuras - na sua arca tumular (em Coimbra). Note-se que, em Portugal, no seu tempo, ainda este estilo se mantinha muito perto do Gótico Antigo (ou Românico, segundo Félibien).
Claro que para chegar a uma suposta arte final, foram necessários estudos, esboços e desenhos, que evidentemente nos divertiram.
Por isso ficam imagens várias, que até já estavam esquecidas
(ver aqui)
E num outro post que já tem anos, quase as mesmas ideias agora re-escritas ou novamente explicadas (com mais ou menos palavras).
Importa relembrar, como está na imagem definitiva, que em Junho (ver datas na base de cada figura) o primeiro que se celebra é Santo António. Em 4 de Julho, hoje, é o dia da Rainha Santa