Porque há quem pense (tudo dentro da cabeça), mas há quem precise de desenhar - mentalmente e/ou fora da cabeça (neste caso desenhando sobre qualquer superfície, o que se tem à mão*) - para melhor ajudar a articular o Pensamento.
Será que, todo espremido - o sumo de um livro que é fantástico -, vamos deduzir que segundo Rudolph Arnheim as casa e os edifícios que habitamos, ou onde trabalhamos são esquemas de ideias?
Esta é a pergunta, pois respostas há muitas.
Começando por se dizer que os Profs Historiadores de Arte deveriam ler este livro. E se obrigatório para esses o que não dizer dos Designers que não investigam o desenho e as potencialidades como meio de comunicação?
Deveriam. E por isso só aos poucos, naturalmente, vão conseguindo entrar nas diferentes temáticas...
Por exemplo - e foi para o citar que buscámos este livro em inglês (já que o nosso é em francês), no capítulo 14 - intitulado Art and Thought, logo de início o autor afirma:
"Thinking calls for images and images contain thought. Therefore the visual arts are a homeground of visual thinking..."
Por fim, e ao terminar o primeiro parágrafo, R. Arnheim anuncia vários exemplos (que vai desenvolver nas páginas seguintes) porque provam a afirmação anterior.
Claro que (para quem como nós sabe que de entre os reitores da instituição onde sou professora há quem continue a fazer guerra às nossas ideias), também pela clareza desta afirmação de Rudolph Arnheim, por ela se vê como em confronto estão dois mundos:
O mundo da ignorância e dos donos das ideias arcaicas, que não vão nunca querer evoluir, ou, sequer, ler os livros recomendados para os seus próprios alunos...
E do lado oposto está o mundo da abertura À COMPREENSÃO. De tudo o que for acessível, incluindo do modo de funcionamento das imagens antigas. Isto é, o mundo que é habitado por uma multidão de curiosos, tantas vezes ávidos de informações, e ávidos de clareza que vão querer buscar (mas mal...) nos personagens de Dan Brown ou de José Rodrigues dos Santos (?). Porque, erradamente, estes nada têm para lhes dar, que lhes sacie a sua sede e a imensa curiosidade que é normal terem...**
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*E também para o «puxar» (pela cabeça) ajudando ou fazendo fluir como fazem os data flow diagrams. Claro que sobre este tema já escrevemos outros posts, como é o caso aqui. Baseado num artigo de M. Toussaint em que começa por citar Christopher Alexander.
**Ou seja, não criticamos os romances, que podem ser óptimos, mas os que de impulso (e porque os vêem nas montras das livrarias) os lêem. Numa avidez que, por não saber, se vira para o que são romances em vez de procurar informar-se, cientificamente. Embora também aqui saibamos, que são muito poucos os que podem orientar leituras, as que matam a tal sede de informação...