Para além disto, a frase sobre um "Panorama ainda muito pobre da Historiografia da Arte em Portugal", foi recolhida em José Eduardo HORTA CORREIA, do seu Prefácio à edição (traduzida) de A Arquitectura Portuguesa Chã, por George KUBLER.
Mas, se não é nossa a frase original, não quer dizer que não se concorde, totalmente, com ela! Aliás, desse Prefácio de Horta Correia destaca-se o que agora designamos por «uma certa volatilidade da Arte».
Isto é, o facto de não ter que ser vista, e ter que ser compreendida - ad aeternum -, sempre da mesma maneira*:
Porque outras gerações, as mais novas ou as que vêm depois, por terem outros métodos, outras informações (antropologia, psicologia, neurociencias), ou até objectivos diferentes - porque se focaram (ou foram obrigados a olhar para) em aspectos diferentes, ainda nunca antes vistos com a devida atenção. Assim, esses outros investigadores podem entender melhor, aquilo que antes, os mais velhos, não tinham compreendido.
Mas eis como arranca a referida tradução - com Horta Correia a lembrar que o Panorama é pobre, a avisar que as gerações mudam, e que com elas muda o olhar** Mas mesmo assim, tudo muito «deeeeeeeeeeeeeeeeeeevagar»:
"Prefácio à edição portuguesa
A obra de George Kubler, A Arquitectura Portuguesa Chã. Entre as especiarias e os diamantes — 1521-1706, constitui uni marco importantíssimo no panorama ainda muito pobre, da historiografia da Arte em Portugal.
O período de 1521 a 1706, sem dúvida dos mais desprezados da História da nossa Arte, fora ofuscado pelo prestígio de que gozara o «manuelino» na historiografia nacional, tida durante muito tempo como expressão privilegiada da alma nacional, depois também pelo «joanino», graças sobretudo à persistente inventariação e divulgação da talha setecentista por Robert Smith.
Enquanto os estudos do Renascimento (***) em Portugal já haviam sido iniciados por figuras como João Barreira ou Vergilío Correia, o Maneirismo haveria de ter de esperar longos anos pelos magistérios de Jorge Henrique Pais da Silva, que lançara novas pistas para a investigação da arquitectura portuguesa dos séculos XVI e XVII, ...”
~~~~~~~~~~~~~~~~~~
*Aliás, dir-se-ia que é para isso - para os temas complexos e para as revisões por outras gerações - que existe o Ensino Superior... Não para ficar estacionado na imutabilidade do Saber
**A não ser que, sobre estilos e para o vocabulário visual dos Designers lisboetas a sabedoria seja anedótica, tip'assim:
Primeiro veio o Manuelino, depois o Joanino, o Pombalino, e no fim o Raúl Lino
***Sobre o Renascimento artístico do séc. XV (o de Itália, e não o do Norte da Europa que foi no século XVI), e porque não são poucos os materiais que recolhemos desde os estudos inciados em 2001 na FLUL, um novo ciclo está a ser iniciado em ICONOTEOLOGIA
(tendo por objectivo mostrar a desonestidade, cega, de malfeitores, que vai perdurando no Ensino Superior