.... porém, sim, presentes por aí, há muito tempo e em muitos suportes!
Ainda sobre a Mandorla, hoje, ao revisitar o assunto parece-nos que vale a pena recuperar uma ideia nossa que em tempos nos divertiu.
Ideia que – como de costume – resulta da insistência de alguns autores.
Não, não nos referimos a Almada Negreiros, mas a Amadeo Souza Cardoso, em cujas pinturas, por vezes, parece ter estado a preocupação de empregar mandorlas.
Como neste caso. Mas também neste outro. E ainda neste
(que, dadas as dimensões, se aconselha a ver em novo separador)
É um exemplo que não deixa de nos recordar - mas é só a nós, não se assustem (a historiografia ainda não mudou...!) - os panejamentos que estão em muitas pinturas e outras representações medievais.
Em que, uns e outros (i.e., uns - os antigos, e outros - os nossos contemporâneos) terão eles talvez pensado que a mandorla era uma forma mágica [1], que seria necessária estar presente, nas obras que fossem produzidas?
Enfim, se tivéssemos dúvidas, aqui estão elas de novo, uma série de mandorlas, como ontem já publicámos, aglutinadas e acomodadas para formar uma nova imagem:
Uma composição onde alguns elementos fossem simples formas - abstractas... - mas em que outras, sendo minimamente legíveis, dão algum sentido à composição.
E onde há detalhes que consideramos inequívocos, a começar pelo seu traçado geométrico
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[1] Mas, note-se, usamos esta palavra com todas as reservas, relativamente à arte religiosa medieval, por sabermos que a Igreja – e bem – nunca admitiu a magia. Porque, para a Igreja, algo de extraordinário que fosse conseguido, seria/era sempre resultado da fé dos que acreditam, e nunca de nenhuma magia. Mais, recentemente, em Roma, na consagração pelo Papa Francisco, da Ucrânia e da Rússia ao Sagrado Coração de Maria, esta catequese foi relembrada.
Voltando às mandorlas que Amadeo usou, repetidamente, considerando o tempo em que viveu, julgamos que não se pode descartar a ideia de algum simbolismo que possa ter atribuído a esta forma (a Mandorla), que, na Idade Média representou o Filioque e a Trindade cristã e depois passou a estar na arquitectura gótica.
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Um post escrito no contexto de
Interessantíssimo que o Congresso fosse buscar como imagem a mandorla de que escrevemos desde há 20 anos, e cujo significado alterou o nosso estudo dedicado a Monserrate.
Concretamente, e responde-nos a Google Books, usámos a palavra Mandorla em 13 páginas no nosso livro dedicado a Monserrate.