...para conhecer toda a história da construção desta obra inglesa em Sintra, essencial na criação da Paisagem Cultural da Serra e Vila de Sintra, da UNESCO
Sobretudo para poder compreender a 1ª versão da obra de Monserrate, foram inúmeras as leituras feitas.
De entre essas destacamos o livro acima, que deu - para além das informações mais gerais que eram necessárias ao processo de investigação -, também nos deu muito gozo e algum divertimento: relacionado com episódios e várias pequenas estórias.
Por exprimirem não apenas a mentalidade do séc. XVIII; i. e., a mentalidade que tinham alguns dos seus contemporâneos, pois foram imensos (em quantidade) aqueles com quem se correspondeu. Mas ainda, por já avançarem esboços de uma mentalidade futura. I. e., dada a «qualidade» e o estatuto social dessas personalidades a quem escrevia, e de quem recebia cartas, visto que serem todos de um ranking superior (ou bem acima da média dos comuns mortais).
Assim, essas muitas leituras que conseguimos fazer, permitiram também ver (para a frente), o retrato das lógicas, e mentalidades, que no futuro, muitos mais iriam ter.
E nesse aspecto, há que o confessar, consideramos que o século XVIII é absolutamente fascinante!
Claro que todos os tempos estão cheios de modernidade, que a Idade Média, é uma imensa promessa de futuro, que o Renascimento é um «debate» constante entre o passado e o que há-de vir; entre um platonismo idealista que vinha de trás, e um realismo aristotélico (por influência de S. Tomás de Aquino), que crescentemente tenderia a influenciar todos.
Só que (talvez?), é no século XVIII* que esse debate tende a estabilizar. E portanto a poderem reconhecer-se várias lógicas do pensamento, com maiores afinidades com as lógicas que hoje, em geral, quase todos temos
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*E na classificação que normalmente os historiadores aceitam, numa «divisão do tempo em fatias» que eles fazem, e a que chamam períodos históricos, é para nós interessantíssimo que Jacques Le Goff tenha considerado, ao contrário da maioria, que a Idade Média se estende até ao séc. XVIII.