... como em 2001, mas agora em 2015 também a sua falta de carácter científico, obrigam-nos a voltar a Monserrate
(clic para legenda, saiba como para Maria João Neto há trabalhos facílimos...)
E começamos exactamente pela Síntese Final, que alguém também muito (ir)responsável dentro do IADE entendeu dever ir escrevinhar: talvez para nos passar, ou fazer chegar alguma informação?
Acontece que desde 2004 que sabemos porque escrevemos assim, já que iríamos fazer uma pausa para depois continuar. Porque o que se tinha descoberto, certamente - e era para nós, «de caras», uma questão de honestidade intelectual: claro que toda essa imensa temática não poderia ir ficar, eternamente, silenciada!
Por muito que nos custasse, dizemos, mas na verdade a curiosidade é também, sempre, um motor poderosíssimo (e portanto o custo e as dificuldades são relativas, face à força desse motor). Assim, por muito que nos viesse a custar, tentaríamos ultrapassar essas muitas dificuldades, para contribuir para um alargamento daquilo que em geral se sabe (e é ainda muito pouco) da imagética dos chamados Estilos Históricos.
Acontece também que o nosso orientador de doutoramento na FBAUL - Fernando António Baptista Pereira - nunca participou da nossa energia, e pouco fez para nos ajudar a contornar a postura completamente anti-científica dos dois grandes vultos que há dias (ironicamente) referimos*: no IADE o seu actual Reitor (Carlos Duarte), na FLUL Maria João Baptista Neto**.
Ora a referida "Imagética dos Estilos Históricos", que seria mais correcto serem designados Estilos Cristãos, esse conjunto de sinais visuais - a que se chama ornamentos e estão espalhados pelas paredes do Palácio de Monserrate (o edifício que generosamente nos deu tanto!); esses sinais e imagética, tal como as próximas etapas a desenvolver, tinham ficado relativamente bem sintetizados/resumidos na Síntese Final dos estudos feitos a propósito de Monserrate...***
Aliás, quando hoje reencontramos essa Síntese, re-confirmamos a sua boa ordenação, mas, porque já realizámos bastantes mais estudos - que agora nos levariam a re-escrevê-la (a Síntese Final) com muito mais certezas, menos dúvidas (e ainda menos vezes a palavra «talvez») -; agora também reconhecemos na dita Síntese o óptimo programa de estudos e de investigação, que desde 2006, «meio inconscientemente», temos vindo a seguir e a desenvolver. Vemos como ficou (aberta ao público) uma «verdadeira sementeira de ideias», que, logicamente, também interiorizámos...
Mas nestes 10 anos, em que demasiado frequente fomos sacudidos por sucessivos incidentes e muita má-vontade do IADE: a reflectir uma total ausência de vontade em colaborar na ampliação de conhecimentos científicos, que são de enorme relevância. Acontece que durante todo este tempo, na medida das nossas possibilidades - temos a consciência disto - não parámos de trabalhar, continuando a criar Saber Científico.
Não vamos parar mas sim prosseguir, e em breve vamos aqui colocar mais alguns dados em que MJN se enganou (ou foi aselha) e assim nos deu muito mais do que "Uma espécie de boomerang" de informação - como disse Paula Moura Pinheiro in Visita Guiada a Monserrate (TV2 em 8.06.2015). Informação que trouxe atrás quer a Historiografia do Gótico, quer ainda, e por extensão - já que as «lógicas» não foram muito diferentes - informações sobre as Linguagens (ou Logos) que todos os estilos integraram e constituíram; referimo-nos aos Estilos que precederam o Gótico, e também aos que lhe sucederam:
Pois durante os séculos XVIII, XIX e até inicio do século XX - sempre cada vez mais «em perca» (perca linguística e de significado), na medida em que a maioria das obras, e os homens que as faziam, iam esquecendo os atributos do Deus-Cristão, e assim, em simultâneo iam também deixando de o invocar; insiste-se, mesmo até meados do séc. XX continuou a ser aplicada uma «imensa dose de ornamentação», ou decorativismo, sobre as superfícies e os elementos arquitectónicos dos edifícios.
É preciso ler Tristram Hunt e o seu Building Jerusalem...(de 2005) para se poder perceber, ainda mais e muito melhor (e não apenas com a «dica» ou o briefing das Origens do Gótico - de Maria João Baptista Neto) que no século XIX em Inglaterra o Cristianismo ainda marcava, fortemente, as mais importantes obras arquitectónicas: inclusive as Obras Públicas, ou as de grandes meios, postos ao serviço do público - como eram, antes dos vários transportes serem privatizados, as estações de Caminho de Ferro.
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*Postura anti-científica que nos tempos que correm é, na prática, um verdadeiro lesar da pátria! E de acordo com esta ideia do Conhecimento como um bem-comum, revejam o lançamento ontem da campanha eleitoral de Hillary Clinton, e como nos EUA se clama e promete mais investigação e avanços tecnológicos. Naturalmente que não se há-de tratar de investigação para ser silenciada à maneira da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa! Ou será investigação para entreter enquanto um qualquer outro "vai ver se chove"?
** Não se esqueça que o mais natural teria sido continuarmos na FLUL a fazer o doutoramento, e isso não aconteceu desde 2005, dada a referida postura de MJN.
***Relembre-se o título inicial da nossa tese (redigida entre Fev. 2002 até 30.09.2004, que incorporou alguns excertos que já estavam num trabalho realizado para o IPPC, terminado em Abril de 1988): "A Propósito do Palácio de Monserrate em Sintra - obra inglesa do século XIX - Perspectivas sobre a Historiografia da Arquitectura Gótica".
http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/perguntamo-nos-os-estados-vao-deixar-de-78449