Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
31
Jan 18
publicado por primaluce, às 12:00link do post | comentar

Temos que nos divertir com "as sínteses" que reúne; por exemplo as que estão no Catálogo.

Pois apesar das muitas gralhas - entre acordo ortográfico e incríveis erros de ortografia... -, sim, há por lá algumas sínteses (postas) entre aspas*, .

Image0488a.jpg

Claro que é um must - o emprego dessa palavra para falar do Estilo de Arquitectura presente na Casa de Monserrate: O facto de a mesma ser o sintagma (semiológico), perfeito, como Maria João Baptista Neto terá compreendido. É verdade mesmo, sem ironia (nenhuma!)

Pela nossa parte, depois de Maria João B. Neto nos ter orientado - o que ela nos vários escritos dedicados a Monserrate esconde, sem se perceber porquê? Ou seja, se será de uma imensa vergonha: vinda de quem ao mesmo tempo calça os nossos sapatinhos (?), e replica ideias, palavra-a-palavra, como um dia as pronunciámos. Mas sem que, espantosamente, se perceba que se conseguiu libertar dessas mesmas (as nossas então ditas) palavras? Ao mesmo tempo, será receio? Medo de errar, não se atrevendo por isso a pronunciar de modo diferente? Não usando as (suas) próprias palavras, como é normal fazer-se. O que se vê até nos alunos, quando estão a evoluir e a aprender; quando se soltam, e por fim largando o palavreado dos seus mestres, constroem os próprios discursos: Insistimos! Será que as nossas palavras viraram conceitos? E «conceitos congelados», imutáveis, de que usa e abusa, sem dizer de onde vêm?

Onde estão os discursos que, e em Arte cada um tem os seus, a referida sra. passou a formular? É que não esquecemos que o fascínio perante as obras que (um dia) se compreendem, esses discursos são semelhantes ou equivalentes a exegeses. Por isso muito típicas de quem já assimilou, compreendeu e depois cheio de entusiasmo passa então a reportar...

Em resumo (visto metaforicamente): ela bebeu tudo, desde o início da formulação das ideias, e agora devolve exactamente o mesmo: em golfadas (como fazem os lactentes), mas não dizendo de que fonte bebeu! Só que, a água que engoliu tem vindo a melhorar (imenso), está cada vez mais depurada e mais cristalina. Sendo tristíssimo perceber (mas é sobretudo para mim, porque as palavras foram-me roubadas ainda na boca), que se está a congelar para o futuro «a primeira água chegada à bica». Não a que foi mais limpa e mais trabalhada com o tempo!

Mas avançamos, porque depois da orientação que nos deu, i. e., desde Setembro 2004 (nós) continuámos a investigar e a progredir imenso em várias frentes. Tal era (e é) a riqueza dos assuntos com que ficámos.

Claro que, isso teria sido aliás o mais natural, que tivéssemos ficado na FLUL. Mas agora percebe-se porque não pôde acontecer! Sim no IHA da FLUL para fazer o doutoramento**, como chegámos a pensar. Ampliando desse modo, a favor da Cultura (do país e do Estado) o imenso material científico, incrivelmente inovador, que tínhamos começado a produzir.

Acontece que a Associação Amigos de Monserrate, para a qual muitos pagámos quotas (e assim se vê a importância que a designada "sociedade civil" pode ter ao existir), não se limitou a limpar os Jardins e outras grandes áreas da Quinta de Sintra. Muitos - dos que não foram para a praia, ou não foram sociabilizar nos lounges, esplanadas e cafés...  - esses tinham compreendido, desde o início, a importância de valorizar Monserrate, culturalmente***. Não estiveram à espera do Estado para agir, foram os próprios que pagaram para fazer bem feito.

E a bibliografia de um post anterior:

biblio-monserrate001.jpg

veio deste Ciclo de Conferências que a AAM concretizou.

Monserrate-Capa-Conferências.jpg

Num futuro próximo tentaremos mostrar alguns desses artigos. Em especial o excelente contributo  da Professora Maria Laura Bettencourt Pires - William Beckford e Portugal, o qual (terá sido por óbvio esquecimento), não ficou incluído na lista.  

Quem ouviu, leu e sabe, não esquece que foram as deambulações deste inglês (não apenas em Portugal), que o tornaram célebre; sobretudo num artista original que "um outro romantismo" - o de Francis Cook, quis deixar, ainda, plasmado em Monserrate (apesar do jardineiro Oates ter escrito o contrário). Vários sinais que, alguns dentro da Casa, no torreão sobre a Entrada, os Cook (ou os Knowles através do seu «empreiteiro inglês»?) tinham valorizado, e consequentemente preservado.

Mas que (lamentavelmente) a PSML terá achado desinteressantes...

~~~~~~~~~~~~~~~~ 

*Uma redacção que sublinha bem (como a própria faz, e assim mostra...), algo que conseguimos ensinar a Maria João Baptista Neto. Porque de História e pesquisas em documentos antigos, pour cause, a dita («redita» e que sempre será aqui re-visitada) "ela sabe a potes". Mas de sínteses, normalíssimas - como um qualquer arquitecto desde pequenino tem que estar habituado a fazer - aí é uma simples principiante. Por isso refere-as entre aspas: para que se saiba que já aprendeu que uma obra de arte é uma síntese (esquecendo-se de Hegel...quiçá?)

É pena (mas enfim, mais vale tarde do que nunca) porque num Instituto de História da Arte (IHA da Universidade de Lisboa) o que se espera é alguma, para não dizer muita, ou toda, a interdisciplinaridade. Espera-se que os Profs saibam dominar em simultâneo a História e a Arte. Não deixando para um dia, muito mais tarde, e já depois de doutorados, a compreensão da síntese que a Arte é. E neste ponto - revisitando mentalmente a escolinha da FLUL que frequentei depois dos 50 - lembro-me tão bem de ter estado «a pregar a alguns peixes» sobre isso: a Arte como síntese... E em termos de SEMIOLOGIA claro que é essencial um Prof Doutor (de História da Arte) saber o que é um sintagma. Mas vamos aos poucos, devagar-devagarinho, que eles ainda, nem de Geometria têm, alguma - mesmo que pouca - informação...  

**Acontece que há pessoas muito grandes, muito volumosas (é mesmo o sentido de opulento?), que ocupam imenso espaço. Um espaço onde os outros não podem caber! Terá sido a nossa sorte - o facto dos espaços por si só não terem elasticidade, nem crescerem! Já que passámos ao nosso, único e próprio. Com toda a liberdade e sem concessões!

E já agora, tentamos, sem erros: Pois não deve ser conceções  como a palavra consta algumas vezes no referido Catálogo. Empregue indiferentemente, com 2 sentidos:

1. para substituir concepções do verbo conceber;

2. para traduzir concessões do verbo conceder.

***Bem antes do que hoje, por fim (e sem «capelinhas»!), a sociedade passou a compreender

Nada de mal, é quase um Carnaval


mais sobre mim
Janeiro 2018
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5
6

7
8
9
13

16
18
19
20

21
22
24
25

29
30


arquivos
pesquisar neste blog
 
tags

todas as tags

blogs SAPO