É verdade, parece-nos que é mais fácil aceitar o passado, e o que nos deixaram (já feito e prontinho) do que criar e inovar
Já não dizemos criar ex-novo, até porque não é precioso ir tão longe, mas pelo menos com base nos dados mais fiáveis que nos vêm de trás; incluindo os que a Ciência, antiga e actual, foi/é capaz de produzir (e também de actualizar).
A nova geração teve contestatários, sim! Alguns, que por se distinguirem até ficaram para a História: a grande e a pequena.
Mas o resto - a maioria da população - disse sim à incontestabilidade. Como se nada fosse para mudar...
E por aqui chegámos ao hoje: sem grandes sonhos, sem ideias, nem sequer as gerais, mas sempre com a frase feita (tão triste, tão derrotista...), havendo sempre muitos a dizer, a lamentarem-se - "o diabo está nos detalhes" !
Mas por nós , o que vemos (a agigantar-se, e assim talvez capaz de fazer medo?) é o trabalho.
Porque o trabalho é trabalhoso!
E é com esse que ninguém se quer comprometer, pelo que se tem visto nas últimas décadas ... e como ainda se vê! Incluindo as tarefas mentais, como é a necessidade, premente, de mudar as mentalidades
Como se vê, é mais fácil fugir (emigrar) para outras realidades e sociedades, onde muito já está pronto e organizado, do que querer ficar: com a certeza que é para enfrentar dificuldades. Começando, quiçá, pelo fazer debandar dos muitos arcanos entranhados? Prejudiciais, embora também pareça - 50 anos depois de Abril - que a sociedade mudou muito! Mudou (talvez...), ao mesmo tempo que alguns não mudaram nada!
Enfim, quanto mais se conhece e se domina um assunto - os que passámos a estudar a partir de 2001 (quando já estávamos com 25-30 anos de vida profissional) -, mais esse assunto nos fascina!
Neste caso fascinada com o que a História - ou com detalhes da história, e o que esses podem revelar; desde que olhados com novos olhos e diferentes perspectivas.
Sim, contestando os olhares demasiado antiquados, e por isso incapazes de verem, e de terem abertura para compreender, o que em geral não tem sido visto (e assim continua).
Em post anterior já ficou uma imagem introdutória para este assunto de hoje, tão novo The Heaven Machinery (*)
Algo que é difícil de definir, possivelmente comparável a um teatro ou drama religioso-litúrgico, criado para envolver, e catequizar, os que dentro das igrejas estariam habitualmente em posturas, predominantemente, de misticismo e oração
Sigam o link (no fim) movendo o mouse e cursores, para que a exibição digital se desenvolva e vá «passando» no écran. Notem as explicações e importância dada à Mandorla
(*) The Heaven Machinery in the Florentine Theatrical Tradition (artes-exhibition.digital)