Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Mar 12
publicado por primaluce, às 18:00link do post | comentar

Há dias escrevemos: "Perderam-se, dentro das mentes - ou nunca lá estiveram (o que é uma hipótese...), os receptores que permitem compreender aquilo que se vê!"

Este voltar a trás - para reflectir e repensar (sobre aquilo que se pensou antes) - é de enorme utilidade. Tal como no ensino, quando nunca se sabe quem mais ganhou, se os alunos ou os profs. (?), também as escritas proporcionam ondas de reflexões... 

Voltamos aos «receptores» que devem estar dentro das mentes. Na verdade, deve perguntar-se: dentro de quais mentes?

Ora quando há dias escrevemos (noutro local) um artigo em que se referia "o caminho para a solução.", e depois logo a seguir insistimos escrevendo - "na nossa própria metodologia..."; enfim, apercebemo-nos, claramente, que as duas expressões eram uma repetição, bastante útil. 

Os mais avisados notarão isso: que se trata de uma ênfase, e um reforço mútuo que uma expressão dá à outra. Os menos avisados, dirão que não faz sentido ter essa preocupação ou fazer esse tipo de raciocínio*.

Os «menos avisados» - e estes podem ser os consumidores, os que desfrutam, usam, gozam as obras. O «grande público», como lhes chamou Horace Walpole, ou as «massas medievais» de Jacques Le Goff, esses não se apercebem que quando um autor cria - seja ele quem for, e o tipo de obras que produza - se o objectivo for, mais do que fazer passar mensagens, criar no público o prazer de ver: um prazer básico, que é o equivalente «a saborear» um prato apetitoso. Pois nestes casos, como a cozinheira, esse que cria tem truques: que os usa, para que as suas obras, designs, ou o que quer que seja (também na música claro, aí é óbvio!) sejam preferidas, e adoptadas.

Por quem? Por um Gosto, que, por vezes, pode ser mais afectivo, do que intelectual. Mas definir um e outro, os seus limites: onde acaba o «gosto afectivo» e começa o «gosto intelectual», quem se atreve a fazê-lo? 

E nestes processos um dos grandes truques é dar ao público repetições daquilo que ele já conhece**. Porém, apresentado de forma completamente diferente, de modo a que não se perceba que é uma recriação. Apresentado repetida e enfaticamente, para que dentro da própria obra esteja o "blend" - as misturas e os ingredientes - de que "as papilas gustativas dos olhos", tiram o máximo prazer. 

Mas isto são floreados e flores, é a chegada da Primavera...

 
...e  P'RÁFRENTEX está o Verão

           ~~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Por nós ficamos com a nossa ideia.

**Claro que devíamos calar e não ensinar truques (devem ensinar-se assuntos importantes, e não truques); mas eles são tão difíceis, ou os truques e receitas são sobretudo blábláblá, que só os verdadeiramente habilidosos (chamam-lhes artistas, e geralmente são os criadores que admiramos) os conseguem materializar. Criar, com sucesso, é conseguir realizar várias operações de síntese, extraordinariamente difíceis. Por isso, falar em «receita» não tem o menor inconveniente.

Depois, há diferentes vias, que se conciliam como em Monserrate...

http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/2249.html


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