Em alguns dos nossos posts defendemos a ideia que os materiais produzidos e encontrados nas investigações do doutoramento em Ciências da Arte, com o tema "Sinais do Espírito Santo na Arquitectura..." interessam a universidades do mundo inteiro (menos a Portugal, claro, como se pode ver - este é o país "au ralenti"). Portanto dizemos que se poderia «exportar cultura»*.
Enfim, seria mínimo o contributo (económico, monetário - face àquilo de que o país precisa), mas há aqui material de imenso valor!
Eis senão quando tudo fica resolvido: deixaremos em breve de ter problemas, se houver criatividade. E quem teve mais criatividade, tal e qual o prof. de Inovação?
RE: O Álvaro.
Ninguém terá perdido o episódio protagonizado por Santos Pereira, Min. da Economia?!
Episódio que lembra a história da camponesa de França, com o seu "Pot au Lait" à cabeça, que depois de vendido dava pintos, galinhas; depois um porco que engordaria, e finalmente uma vaca.
Mas o pote caiu..., e o negócio ruiu!
Na versão portuguesa - e assim vai a economia, a desfazer-se em cacos... - temos, com ritmo de obra medieval, a Mofina Mendes, no Auto de Gil Vicente.
Vejam como se sonham negócios, se vende leite, azeite e agora natas!
Lambuzem-se e deliciem-se com a doçura - que é o texto de Gil Vicente! Se acharem bonito, sejam Estetas (completos), e assim se treina para o que há-de vir:
"Vou-me à feira de Trancoso
logo, nome de Jesu,
e farei dinheiro grosso.
Do que êste azeite render
comprarei ovos de pata,
que é a coisa mais barata
que eu de lá posso trazer;
e êstes ovos chocarão;
cada ovo dará um pato,
e cada pato um tostão,
que passará de um milhão
e meio, a vender barato.
Casarei rica e honrada
por êstes ovos de pata,
e o dia que fôr casada
sairei ataviada
com um brial de escarlata,
e diante o desposado,
que me estará namorando:
virei de dentro bailando
assim dest'arte bailado,
esta cantiga cantando.
Estas cousas diz Mofina Mendes com o pote de azeite à cabeça e, andando enlevada no baile, cai-lhe, e diz..."**
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* Claro que esta nossa ideia tem um grave problema associado. Uma das interpretações que fazemos para o comportamento do Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras (também do IADE, e depois da Fac. de Belas-Artes - em efeito dominó), radica no que supomos ser a incapacidade dos responsáveis desse Instituto em admitirem que possam «dar cartas» no contexto científico internacional. Vêem o que sempre se passou: ou seja, que foram os franceses e os ingleses, menos os alemães e os italianos, quem definiu a Historiografia da Arte. Não há países pequenos, como Portugal - onde uma atitude como esta implica que se sintam "em bicos dos pés" (já que não é usual, dentro do próprio país surgirem concepções ousadas e inovadoras) - a afirmarem ideias, verdadeiramente transformadoras: por aqui aceita-se (e obedece-se), são os grandes a mandar e a fazer a história.
E assim lá irão a todos os Congressos, não vá perder-se o passeio...?
Por outro lado, e isto somos ainda nós que o constatamos, também não há outros países (talvez apenas o Vaticano), que tenham nas suas bandeiras e respectivos símbolos nacionais, iconografia igual à que está na arquitectura, vinda directamente da Idade Média:
a Iconografia que predomina em qualquer pequena vila, ou trecho e cenário arquitectónico das nossas cidades tradicionais. Segundo parece, comportamo-nos como quem não quer ver? Tal e qual pastéis de nata - massas inertes, incapazes de mudanças.
Conjugam-se os verbos na voz passiva, nunca activa: seremos o que os outros quiserem, e deixarem...
[como hoje, 28.01.2012 se admite ser o caminho da Grécia, em: http://sicnoticias.sapo.pt/economia/article1269333.ece?]
**continua em: