Estamos a repetir, agora de outro modo, o título de um post. Ontem acabámos a escrever sobre materiais de construção, dizendo que irão integrar a obra: "Aqueles que o arquitecto, com a sua formação pluridisciplinar, preconizou fossem usados: conforme aquilo que queria transmitir, e as boas regras da construção."
Na expressão "aquilo que queria transmitir", claramente isso eram imagens alusivas a Deus, e poderia fazê-lo usando iconografia que já estava associada a essa "Ideia"; isto é, ao conteúdo da mensagem que queria transmitir.
Até ao ano Mil, praticamente assiste-se ao formar e definir da Iconografia Cristã, embora esta tenha atingido, o ponto mais alto de toda uma evolução, no século XII, dentro da especificidade da «fé francesa». E só indo muito mais atrás (no tempo), se percebe que o Gótico que a França «construiu», em todos os sentidos - Ideia e Edificação - tinha uma longa história. Passando por relações, político-religiosas, entre vários povos, e também as desses povos com o Papado.
Ao contrário do que em geral fomos ensinados, todos os estilos têm muito menos a ver com estruturas, do que com Formas significantes que se queriam «imprimir» e usar nos edíficios; e, portanto, também nas suas estruturas... Mas estas, a haver uma ordem, vinham no fim. Pois havia uma primazia da Forma: enquanto contentor, ou, algo que continha dentro de si, um significado.
Como se pode ver (no leme e nos escudos), algumas formas, pelo seu significado, eram preferidas, e, enfaticamente usadas. Aqui a ênfase tinha a ver com decoro, i. e., com uma boa adequação, pelo que se poderia dizer, em alternativa: usadas «decorativamente».
Imagem da conhecida Tapisserie de Bayeux (vinda da internet)