O que fazer? Podia ser a continuidade do título do post. O que fazer? Sim, porque não sentir o erro e a distorção da realidade parecerá grave a qualquer um... Parece?
Pela nossa parte sabemos que ter razão antes de tempo não é vantajoso, muito menos glorioso, e pode ser muito difícil.
Dependendo das situações, acontece que em geral o grupo, ou o colectivo, não está preparado para detectar, imediatamente, os erros que podem ter sido cometidos (ou acumulados) - mesmo que, ingenuamente, e sem esse propósito - no decorrer de um processo. Como dizemos, a maioria não estando preparada, pode não perceber e não ver. Ou, mais do que a possibilidade de ver, não é crítica, e, consequentemente, não vê de facto!
É estranho, mas não vê!?
Então, «o pobre» que tem razões (antes de tempo) face às mudanças a que assistiu, aflige-se com a falta de realismo e de sensibilidade, de quem não sente e não vê, o que vai ser um prejuízo geral. Preocupa-se em explicar e mostrar; em suma, tenta ensinar a ver!
Quando em 1997 dissemos o quanto estava errado, no edifício de Santos para o qual nos mudámos, então - parece um trocadilho barroco, mas não é (é a Lisboa setecentista, e sua fama de ser uma das capitais muito religiosas...) - lá «caíram o Carmo e a Trindade»!
Tinha que ser... Depois, houve muitos episódios, até gripe A houve, e só agora - tardou mas arrecadou, estando de parabéns os que corrigiram a situação (como logo de início devia ter sido feito): finalmente tornou-se visível, em metros lineares e em metros cúbicos, a dimensão da cegueira, o tamanho do erro, tremendo!
Pois o mesmo se passa com este blog, iniciado em 5 de Outubro de 2010. O objectivo é o mesmo:
ensinar a ver vários erros acumulados*!
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*Vamos vendo, entretanto, se Educação e Ciência «moram» na 5 de Outubro?
Lembre-se que foi a «capacidade falante» da obra de Monserrate que desencadeou este processo, e nos ajudou a ver muito mais.
Agora, em diferentes números do The Journal of the Society of Architectural Historians, sobre a arquitectura victorian encontrámos informações como as que se seguem (assim não admira que Monserrate seja o repositório que é):
(1) “Victorian architectural theorists believed that buildings were capable of conveying meanings in a direct and precise way, rather like books, paintings, or even orators...”
(2) “…built works communicate many messages through their scale, orientation, and plan, as well as through the choice of style, method of construction, and the texture and color of the materials selected.Ornamentation is another powerful tool for communication, emphasizing the intentions of the designer or the patron.”