Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
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Jun 11
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Dando continuidade a um post anterior parece importante lembrar que este edifício está classificado (apenas) como Imóvel de Interesse Público, I.I.P., desde 1938 - Dec. nº 285336,  apesar do seu valor único. Isto é, claro que cada obra vale por si, sobretudo em função da sua unicidade e raridade, pelo que, como é sabido, embora existam outros palácios, e muitos palacetes em Lisboa, apenas este reúne uma localização tão central, e uma história muito específica*: pois foi um dos mais frequentados (e badalados) da sua época, ao que não é alheia, ainda, quer a contiguidade ao Teatro Nacional de S. Carlos, quer os Bailes que ficaram célebres, do Conde de Farrobo. O filho de Joaquim Pedro Quintela - recebeu o mesmo nome do pai**, e foi, simultaneamente, o 1º Conde de Farrobo.

É a este que se devem as grandes obras feitas na casa da Rua do Alecrim. Tinham sido iniciadas, numa 1ª fase, pelos anos 80 do século XVIII - quando estava em pleno a reconstrução pombalina - mas, no século XIX coube ao Conde de Farrobo (c. 1822), dar ao Palácio a configuração que perdurou, e conhecemos. 

Outros monumentos têm outras histórias, mas apenas este - e é um ponto essencial, para se considerar o seu valor relativamente a outros palácios - tem uma sala pintada, integralmente, por António Manuel da Fonseca (1796-1890). Um autor que, como deixou registado numa das paredes, ainda veio a restaurar o seu próprio trabalho em 1878 (o qual executara, inicialmente, em 1822): nessa segunda vez fê-lo quando já tinha "...d'idade 81 annos."*** 

*Ver em A Sétima Colina, Roteiro Histórico-Artistico, Coord. J.-A. França, Livros Horizonte, Lisboa 94, Junho 1994. 

**Note-se que o 1º e o 2º Barão de Quintela tiveram o mesmo nome - Joaquim Pedro, sendo Inácio Pedro, o pai do 1º Barão de Quintela, e o «fundador» da casa. Fora Luís Rebelo, irmão de Inácio Pedro, quem tinha comprado umas casas em ruínas, e abandonadas desde antes do Terramoto. Correspondiam ao antigo palacete Vimioso, onde existira uma capela dedicada a Nª Sª do Alecrim: por isso o nome da rua. 

***http://www.ci.uc.pt/artes/6spp/imagens/fonseca_eneias1.jpg


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