... e a sua gratidão.
Hoje, em 1920, há 104 anos foi baptizada na igreja de S. Lourenço, em Portalegre, e por isso achava que este era o seu dia.
Desde então, é a primeira vez em que não está cá, num dia 8 de Dezembro.
Viveu-os, desde 1948, como sendo o dia da Mãe e não aceitando nenhum outro...
Se a sua religiosidade sempre me espantou - talvez porque «nela não havia beatices» ...? -, mas sim uma fé firme, e um positivismo algures entre S. Tomás de Aquino, e as suas provas cientificas da existência de Deus. Ou, nesse meio termo, apoiada também em ideias e imagens completamente platónicas, descrevendo a Trindade como 3 velas acesas, cuja chama era só uma.
Dessa maneira, cada vez mais sua e já independente de quem (e como) a tinha ensinado, tentava instilar nos que a rodeavam aquilo em que sempre acreditou.
Na verdade, nos últimos anos, e sobretudo nos últimos meses, com maiores dificuldades de saúde, a tal religiosidade passou a gratidão. Essa tornou-se a sua palavra-chave (e postura).
Assim, os «ralhetes e raspanetes» que tinham sido durante decadas uma espécie de prova de vida; ou sinal de vivacidade e de saúde mental non stop, de quem diz ainda aqui estou. Cada vez mais perto do fim deram lugar - como síntese e resumo de tudo (pela vida que teve...) -, a um permanente agradecimento.
Se seguirmos o mesmo caminho? Se conseguirmos .... nada mau!