Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
18
Nov 24
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Supõe-se!

E a estória de hoje (que depois se torna História) pode ser contada assim:

 

Algures entre Novembro de 2001 e Março de 2002 a minha mãe pôs-me à frente o desenho seguinte. Com uma recomendação:

Restaura e põe-o numa moldura ! (*)

IMG_20241118_120506-c.jpg

(ampliar)

Acontecia que, nessa altura estávamos mais uma vez a estudar Monserrate; desta vez bem instruída, tinham-nos dito: "Você só pode perceber Monserrate, se perceber as Origens do Gótico !"

E - disseram também - "porque no Romanesque ... assim, assim e assim; mais etc., etc., e etc... os Círculos Entrelaçados... etc. etc, etc.", como a imagem abaixo mostra (e com ela a respectiva legenda), estiveram na Origem do Gótico.

Só que, e já agora informa-se ainda, que com ela (a referida legenda) não concordamos, integralmente.

Pois sabemos que a "arcada cega" (ler a seguir) foi posta na construção como se fosse um "lettering". Com o objectivo de traduzir visualmente (como num esquema que qualquer um de nós desenha) uma ideia teológica: a que está contida na definição, que foi dogmática, e que é conhecida como Filioque.

[O que é toda uma outra história, ainda mais difícil de compreender, e que portanto, agora aqui, não vai ser avançada]

Image0192-d.jpg

O excerto acima vem de: How to read buildings. A crash course in architecture, por Carol Davidson Gragoe, Herbert Press, London 2017.

Seguindo-se (abaixo) a fachada de Monserrate, na qual tínhamos passado a ver - depois do briefing da nossa orientadora (em Dez. de 2001) - os ditos círculos entrelaçados, que estiveram na base da composição geométrica.

(ampliar)

[é uma Imagem já empregue noutros posts nossos, e em que se tem contado aquilo que, inesperadamente, nos veio a acontecer. Como por exemplo podem ler neste post de primaluce. de agosto de 2015  , ou neste outro de iconoteologia de uns anos antes, como se tem vindo a contar].

Mas enfim, e repetindo, é toda uma história muito longa, a dos Círculos Entrelaçados na fachada do Palácio de Monserrate (**). E é agora - hoje - apenas o tronco principal de uma história muito mais curta.

O facto de haver muitas Garagens que são também uma espécie de «Sótão da Avó» - cheias de tesouros, e de lixo - com tudo à mistura!

A fazer lembrar o Sub-Consciente, o Inconsciente e também a Psicanálise. Aliás, óptimas metáforas para aquilo que, ao longo dos anos, se quer ter, e pôr, bem longe da vista (***)

Ou seja, um sítio em que, como acontece neste exemplo, nem a própria avó (ou a mãe, ou a tia, ou nós...!) sabia das potencialidades do desenho, que um dia alguém lá encafuou, e que décadas depois, finalmente, houve um outro dia em que foi descoberto.

E embora descoberto (ou encontrado) com apenas algumas, poucas folhas soltas, ele integrou um fascículo de Quadros Históricos de Portugal. Da autoria de António Feliciano de Castilho, editado pela Typographia da Sociedade Propagadora dos Conhecimentos Úteis. Lisboa 1838. 

O que, para quem como nós em 2001 andava bastante intrigada «com a conversa da orientadora» - e já tinha percebido que Círculos Entrelaçados existem em profusão, desde que se saibam ler (tal e qual como está no título do livro How to read buildings). Portanto, desde então e com o aparecimento desse desenho relativo aos Monumentos sepulcraes de Egas Moniz e seus Filhos, para nós, o dito achado fortuito veio a tornar-se a verdadeira Pedra de Roseta.

Ou, retomando o nome da Sociedade Tipográfica que em 1838 imprimiu o referido desenho, em boa verdade «a nossa Pedra de Roseta» mostra/prova como os Sótãos das Avós e as Garagens das Mães, podem ser espaços repletos de Conhecimentos Úteis.

Dos quais - a haver alguma inteligência...? - não queremos prescindir: pois são como Pepitas de Ouro!

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(*) Mas, o triste mesmo desta estória, é que o objecto fantástico (encontrado numa arca na garagem), e portador de noticias antiquíssimas, ainda agora continua no mesmo estado. Ou pior ?! Já que estes materiais quando entram em ruína é sempre a acelerar ...

(**) Círculos que passámos a encontrar em toda a parte, só que nunca ninguém os tinha visto, e menos ainda entendido...

(***) Como aliás todos fazemos com aquilo que é (depois) o inconsciente. Tira-se da frente e tira-se da vista, porque agora não interessa nada! Há sempre outros temas e outros assuntos prioritários.


14
Nov 24
publicado por primaluce, às 16:30link do post | comentar

... dedicado às teorias da conspiração:

As muitas que têm sido criadas à volta da sua curiosidade - que era, como se supõe - completamente genuína!

Image0185.JPG

Mas, dir-se-ia - inesperadamente, ou talvez não...? - do génio biografado, também o biógrafo (Carlo Vecce) mostra alguma distância. Na verdade, parece-nos, é mesmo incompreensão. E por isso a terceira parte do livro é englobada na designação de "o Errante".

Embora, mais acertado, fosse talvez tê-lo considerado como "o Incompreendido" (*) : 

 

"... e por muitas folhas do Codex Atlanticus, do Codex Arundel e do Codex Windsor; com a ansiedade crescente de quem sente que o seu dia terreno está a chegar ao fim, com o tempo a esgotar-se e nunca o suficiente para completar tantas obras inacabadas.

Em Castel Sant'Angelo, realiza experiências de acústica, pensando num tratado De Voce. Em Monte Mario encontra um pequeno depósito de fósseis marinhos, os chamados «nicchi», que confirma as suas teorias sobre as transformações da terra na longa perspetiva das idades geológicas. Nos jardins do Vati­cano existe uma enorme quantidade de gatos vadios, senho­res indiscutíveis de Roma e das suas ruínas: Leonardo pôs-se a persegui-los, em vez dos lagartos, retratou-os em todas as suas contorções, o que o inspirou a escrever um livro sobre os movimentos dos animais, e por vezes, quando os via a lutar, imaginava-os como ferozes feras semelhantes a leões.

Devendo reparar-se, já a seguir, como aproveita as observações dos astros e da lua, para referir as "lunulae". Formas que já conhecemos relativamente bem (tanto como Leonardo não sei?), e a que estamos a chamar Ideogramas (a algumas delas) desde 2004:

A partir de finais de 1513, no terraço de Belvedere, retoma as observações astronómicas, nomeadamente da Lua, com um instrumento ótico semelhante a um protótipo de telescópio: «faz óculos para ver a lua grande».

Leonardo preencheu dezenas e dezenas de folhas com desenhos e diagramas de lúnulas, muitas vezes intitulados De Ludo Geometrico, e relacionados com a sua investigação sobre as relações e transformações de figuras geométricas inspi­radas em textos de Arquimedes como De Quadratura Circuli ou De Sphaera et Cylindro."

(da página 572)

Por fim, há que o registar, foi uma imensa sorte, esta nossa agora.

Como nas 702 pp que o livro tem, tão depressa se ter encontrado aquilo que mais nos entusiasma na obra de Leonardo da Vinci. E de que já escrevemos alguns posts como aqui se pode confirmar. Ou ainda em Iconoteologia, já que essas lúnulas, muitas delas, apesar de consideradas formas abstractas, são verdadeiros ícones teológicos

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

(*) Incompreensão do autor relativamente ao muito maior alcance (ou à verdadeira dimensão) dos conhecimentos de Leonardo. Devendo questionar-se, ou formular esta pergunta que logo nos ocorre: Alguém lhe transmitiu (a Leonardo) informações concretas e especificas sobre os significados e aplicabilidade das referidas lúnulas na arte e na arquitectura? Formas usadas como décor, ou as mais convenientes, e as mais apropriadas para alguns discursos que a obra de Arte, na realidade é?

Ou Leonardo foi deduzindo e chegando a essas «formas polissémicas», de um modo lúdico: a brincar com a geometria, como tantas vezes temos percebido que é possível acontecer? E por isso lhes chamou, como consta no texto que citamos De Ludo Geometrico?


12
Nov 24
publicado por primaluce, às 16:00link do post | comentar

... são hoje chamados "Arquitectura de Veraneio". 

Porém, e diferentemente, os Góticos ou os Neogóticos  Americanos, assumem aquilo que são.

Porquê?

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(vindo daqui)

Ora sabendo nós que tudo isto é/foi RELIGIÃO (e neste caso o protestantismo americano), assim faz sentido perguntar:

Porque razão migraram, tantas obras marcadamente góticas, aqui para este concelho em que vivemos? Estando tão perto de nós, e dando-nos assim tanta informação ?

E já que a ampliação da imagem acima é muito boa, faz sentido prestar a máxima atenção aos desenhos da cortina: porque são Ideogramas do Gótico (*), como nós lhes chamamos, desde 2004.

Ou também - como Raul Lino chega a designar esses sinais, e usamos a mesma palavra... - visto que para ele, como para nós, são verdadeiros"goticismos" !

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(ampliar)

Ou seja, nela, na referida cortina (quase peça essencial desta pintura de Grant Wood) estão os mesmos losangos que o telhado do Paço do Estoril - como Maria Pia de Sabóia se lhe refere em várias das suas cartas - também agora, de novo, patenteia

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(*) Estes que connosco foram expulsos por Vítor Serrão da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, serão agora recuperados no Instituto Superior de Agronomia?

Tem graça..., e não é pouca !


08
Nov 24
publicado por primaluce, às 12:00link do post | comentar

Vice President Kamala Harris' Full Concession Speech

"Good afternoon. Good afternoon. Good—Good afternoon everyone. Good afternoon. Good afternoon, good afternoon. Thank you all.

Thank you, thank you, thank you, thank you. So let me say (crowd screams love you), and I love you back and I love you back. So let me say my heart is full today. My heart is full today, full of gratitude for the trust you have placed in me, full of love for our country, and full of resolve. The outcome of this election is not what we wanted, not what we fought for, not what we voted for. But hear me when I say, hear me when I say, the light of America's promise will always burn bright as long as we never give up and as long as we keep fighting. To my beloved Doug and our family, I love you so very much. To President Biden and Dr. Biden, thank you for your faith and support. To Governor Walz and the Walz family, I know your service to our nation will continue. And to my extraordinary team, to the volunteers who gave so much of themselves, to the poll workers and the local election officials I thank you. I thank you all. 

Look, I am so proud of the race we ran. And the way we ran it. Over the 107 days of this campaign, we have been intentional about building community and building coalitions, bringing people together from every walk of life and background, united by love of country with enthusiasm and joy in our fight for America's future. And we did it with the knowledge that we all have so much more in common than what separates us. Now, I know folks are feeling and experiencing a range of emotions right now. I get it, but we must accept the results of this election. Earlier today, I spoke with President-elect Trump and congratulated him on his victory. I also told him that we will help him and his team with their transition and that we will engage in a peaceful transfer of power.

A fundamental principle of American democracy is that when we lose an election, we accept the results. That principle, as much as any other, distinguishes democracy from monarchy or tyranny. And anyone who seeks the public trust must honor it. At the same time, in our nation, we owe loyalty not to a president or a party, but to the Constitution of the United States, and loyalty to our conscience and to our God. My allegiance to all three is why I am here to say, while I concede this election, I do not concede the fight that fueled this campaign—the fight: the fight for freedom, for opportunity, for fairness, and the dignity of all people. A fight for the ideals at the heart of our nation, the ideals that reflect America at our best. That is a fight I will never give up.

I will never give up the fight for a future where Americans can pursue their dreams, ambitions, and aspirations. Where the women of America have the freedom to make decisions about their own body and not have their government telling them what to do. We will never give up the fight to protect our schools and our streets from gun violence. And America we will never give up the fight for our democracy, for the rule of law, for equal justice, and for the sacred idea that every one of us, no matter who we are or where we start out, has certain fundamental rights and freedoms that must be respected and upheld.

And we will continue to wage this fight in the voting booth, in the courts and in the public square. And we will also wage it in quieter ways: in how we live our lives by treating one another with kindness and respect, by looking in the face of a stranger and seeing a neighbor, by always using our strength to lift people up, to fight for the dignity that all people deserve. The fight for our freedom will take hard work. But, like I always say, we like hard work. Hard work is good work. Hard work can be joyful work. And the fight for our country is always worth it. It is always worth it.  To the young people who are watching, it is okay to feel sad and disappointed. But please know it's going to be okay. 

On the campaign, I would often say when we fight, we win. But here's the thing, here's the thing, sometimes the fight takes a while. That doesn't mean we won't win. That doesn't mean we won't win. The important thing is don't ever give up. Don't ever give up. Don't ever stop trying to make the world a better place. You have power. You have power. And don't you ever listen when anyone tells you something is impossible because it has never been done before.

You have the capacity to do extraordinary good in the world. And so to everyone who is watching, do not despair. This is not a time to throw up our hands. This is a time to roll up our sleeves. This is a time to organize, to mobilize, and to stay engaged for the sake of freedom and justice and the future that we all know we can build together. Look, many of you know I started out as a prosecutor and throughout my career I saw people at some of the worst times in their lives.  People who had suffered great harm and great pain, and yet found within themselves the strength and the courage and the resolve to take the stand, to take a stand, to fight for justice, to fight for themselves, to fight for others. So let their courage be our inspiration. Let their determination be our charge. And I'll close with this. There's an adage a historian once called a law of history, true of every society across the ages. The adage is, only when it is dark enough can you see the stars. I know many people feel like we are entering a dark time, but for the benefit of us all, I hope that is not the case. But here's the thing, America, if it is, let us fill the sky with the light of a brilliant, brilliant billion of stars.

The light, the light of optimism, of faith, of truth and service.

And may that work guide us even in the face of setbacks toward the extraordinary promise of the United States of America. I thank you all. Make God bless you. And may God bless the United States of America. I thank you all.

(vindo daqui

KamalaH..jpg

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

(*) Que por sua vez tem raízes aqui


03
Nov 24
publicado por primaluce, às 15:30link do post | comentar

Depois do título a mini-introdução:

Sempre se ouviu falar nesse mito. A wiki conta-o.

 

Porque o que nos interessa é ainda o Aqueduto, de que há dias se voltou a escrever (*), há que explicar e contextualizar. 

Acontece que foi do «contentor de Pandora» - que não era exactamente uma Caixa, mas mais um Vaso - que saíram, dizem, "todos os males do mundo".

Mas embora o Aqueduto não tenha sido um mal que aconteceu ao mundo (pelo contrário), no entanto, no contexto em que o re-encontrámos, houve quem não achasse - nesse nosso achamento - a menor graça...

Só que, e também aqui, por azar típico nosso, foi muito mais glorioso, do que engraçado! 

Enfim, a verdade é que não deixou de ser uma dádiva fantástica, tudo o que nos apareceu. Portanto, para quem quiser ler alguns dos nossos posts com informações menos conhecidas, e até inéditas (sobre o Aqueduto), siga este link.

Se têm o nosso livro e querem obter e usar um índice rápido - por exemplo à procura da palavra Aqueduto -, usem este link:

Monserrate: uma nova história - Glória Azevedo Coutinho - Google Books (**)

Arianismo-em-MONSERRATE.jpg

AQUI, «find here»

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

(*) Aliás, o que escrevemos foi pouco, visto que sobretudo publicámos imagens. Como aqui as podem ver

(**) Se a palavra estiver no livro muitas vezes não mostra todas as páginas em que consta. Mas se fôr uma palavra mais rara no trabalho, então dá bastante jeito. Como é o caso da palavra " arianism". Procurem-na (se quiserem aqui). Já que apesar de ser o nome de uma heresia, fizemos como a super-inspiradora Frances Yates: ela que não receou, e se atreveu a ousadias, nada habituais, para a época em que viveu.


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