Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
22
Jul 24
publicado por primaluce, às 15:30link do post | comentar

É verdade, está numa «mini-exposição» (Instalação) que tem como título genérico O PODER DA PALAVRA, V

 

E é acompanhada desta explicação quase lacónica:

"Nesta famosa ilustração de Estudo dos Dois Mundos, Macrocosmo e Microcosmo de Robert Fludd (1621) a composição circular da alma intelectual é representada ao lado do mundo concêntrico circular da percepção que lhe é correspondente.

Aqui, o mundo, os sentidos e a mente são apresentados em padrões análogos aos de A Oferta ao Imperador (...)"

Note-se que o sublinhado é nosso. Depois, a acabar a referida explicação - a propósito da imagem abaixo que é merecedora de milhares de palavras (**), e, quiçá, de centenas de tentativas de interpretação ...? - no fim deixaram esta frase «inofensiva»  [a qual, entendemos nós, principalmente, como muitíssimo evasiva !] :

" (...). Muitas culturas no mundo partilham o círculo como a forma superior de visualização do conhecimento" (***)

Imagem vinda daqui

Robert_Fludd,_Tomus_secundus_...,_1619-1621_Wellco

(ampliar)

Conhecêmo-la há anos (em parte) através de Frances Yates:

 

A autora que, embora dê várias informações sobre a composição visual acima, «inventada» por Robert Fludd, até agora não encontrámos nela - i. e., nos escritos de F. A. YATES, sobre a Arte da Memória -, exactamente aquilo que pensamos sobre esta imagem, e a sua possível origem nos ideogramas que a constituem...

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

(*) Página do livro pertencente à Biblioteca da Academia das Ciências, de Lisboa.  Ver aqui 

(**) Já que as formas que a compõem abundam na Arquitectura Medieval cristã, mas também na arquitectura (e na arte) de vários períodos históricos.

(***) Terá sido por desconhecimento? Ou apenas vontade de não enfrentar o âmago da questão? Um não querer ir às camadas mais profundas de uma imensa problemática que, como supomos, há cerca de 50 anos Frances Yates foi a primeira que teve coragem para começar a estudá-la...(?)

Depois, para quem como nós está desde 2001-2002 em torno desta magna questão, e das representações teológicas do cristianismo, com recurso à imagem e a figuras geométricas rigorosas - com destaque para o círculo - é (apenas...) surpreendente que a F C. Gulbenkian tenha abordado o tema dos Círculos do Conhecimento de uma forma tão curta;

Ou, diga-se, de uma maneira tão excessivamente sucinta! 

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Porém, não desistindo estamos a voltar ao assunto, e continuamos a tentar captar...


16
Jul 24
publicado por primaluce, às 13:40link do post | comentar

Embora nem sempre pareça, mas somos lidos...

 

Razão para se ir (re)ver a que posts correspondem os picos dos gráficos estatíticos

PrimaluceStatistics.jpg

(ampliar)

E sim, confirma-se que alguns dos nossos escritos interessaram aos visitantes, chegados, principalmente, via facebook


14
Jul 24
publicado por primaluce, às 13:00link do post | comentar

Para nós não há (nem sombra de...) alguma dúvida!

JardimDoPeixe.jpg

(ampliar)

E ainda do Mapa acima - do que é agora Museu de História Natural, e da Ciência da Universidade do Porto, Jardim Botânico - como consta na legenda "Jardim do Peixe" :

"(...)

9. Jardim de buxo ou dos J's | J's Garden
10. Roseiral | Rose Garden
11. Sebes de cameleiras | Camellia hedges
12. Jardim do Peixe | Fish Garden
13. Jardim do Xisto | Shale Garden
14. Arboreto / Mata / Bosque | Arboretum 
(...)"

«Vesica Piscis» por dedução nossa, que o fantástico livro, repleto de informação, da autoria do historiador portuense Gaspar Martins Pereira (**) nos permite fundamentar.

Ao livro continuamos a lê-lo, fascinados. E agora à procura de mais histórias sobretudo da vida de J. H. Andresen Júnior.

Quem, sucedendo ao pai, ainda antes da morte deste em 1894, passou a estar à frente dos negócios de uma família de enormes empreendedores, cujas raízes no Luteranismo são absolutamente claras.

Estamos a dar continuidade a um post anterior, e a pensar para o Facebook: 

Quem tem olhos para ver, que veja! E quem tem cabeça para pensar que pense! 

(é que ainda vai dando jeito...)

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(*) Imagem a que normalmente chamamos Mandorla, e associamos desde 2002, à Origem do Estilo Gótico, e ao Filioque. Apesar de todas as «contrariedades vindas da UL, e de vários dos seus professores. Com destaque para Vítor Serrão e Fernando António Baptista Pereira. Completamente desinteressados na explicação daquilo que se passou (concretamente depois de Lutero), e daquilo a que todos chamam Revivalismos do Gótico.

[claros e notórios nos Países Protestantes e Europa do Norte].

(**) Gaspar Martins Pereira escreveu a pedido de um dos descendentes - João Andresen van Zeller - o título: J. H. Andresen, A FAMILIA A EMPRESA E O TEMPO. Edições Afrontamento, Fev. 2023. 


05
Jul 24
publicado por primaluce, às 16:30link do post | comentar

E no entanto foi ela que me ensinou uma expressão em francês, e o seu significado, que em geral poucos conhecem:


"Avoir la Foi du Charbonier"

 

Já um dia coloquei esta frase num post,  escrito a propósito do Cemitério Municipal de Carnaxide (Oeiras) e das intervenções que projectei para esse mesmo espaço, por solicitação da CM de Oeiras..

Alguns desses trabalhos estão aqui referidos e sumariamente visíveis.

Mas, como é notório nas fotografias,

IMG_20240624_145606.jpg

não atingimos nada de tão bonito, ou de tão inspirador, quanto aquilo que está plasmado em Cascais, no Cemitério da Guia, no Jazigo da Família Teodoro dos Santos*.

É verdade que ninguém gosta de ir a, ou de visitar cemitérios.

Mas, naquelas vezes em que isso é necessário, é bom - e foi sempre essa a ideia programática que nos orientou nos projectos feitos - que seja a vida, este nosso bem supremo, e que todos valorizamos acima de tudo, aquilo que mais nos toque a todos, quando se entra num cemitério!

(embora não seja fácil...)

E já agora, a terminar, é a sensação de uma obrigação que se tem: 

A de que estamos neste mundo e nesta vida, para prolongar, e levar mais longe, os melhores testemunhos que os nossos antepassados nos deixaram:

acontecendo assim, uma eterna corrida de estafetas, com regras que cada geração vai introduzindo, e adaptando!

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

(*) Design que pode ter sido inspirado (ou da autoria) por Maria Keil? Mas não sabemos


03
Jul 24
publicado por primaluce, às 13:30link do post | comentar

O que no século XVIII Mme Du Déffand escreveu a propósito de Robert Walpole (sobrinho) que foi o enviado inglês em Portugal*:

 

“...Le petit cousin [em nota de rodapé – M. Robert Walpole, qui depuis fut, pendant plusieurs années, ministre plénipotentiaire à la cour de Lisbonne] que vous avez ici est fort aimable; s’il vivait avec vous, il acquerrait bientôt ce qui peut lui manquer; il a certainement de l’esprit, il est naturel, il a de la grace, mais il manque d’usage du monde; je me suis un peu établie sa gouvernante, il me plaît, et je voudrais qu’il plût autant aux autres; cela viendra, mais vous savez qu’ici nous jugeons ordinairement sur l’écorce...”.

Sem dúvida que a correspondência de Horace Walpole, quer com Mme. Du Deffand, quer  com muitas outras personalidades do seu tempo, é uma importante fonte de informações sobre o século XVIII. Para Inglaterra, para a Europa, e até neste caso para Portugal. 

Deixando-nos alguma ideia - mesmo que vaga -, sobre a personalidade de quem foi, formalmente, o primeiro enviado inglês a Portugal. 

Na pesquisa em que fomos orientados para encontrar as possíveis influências para a construção do Palácio de Monserrate, desde cerca de 1790 - quando Gerard De Visme alugou a propriedade aos Castro (a viver na Índia); até meados de 1860 - quando Francis Cook a comprou e a modificou (com projecto do atelier de J. T. Knowles). Para essa influência, vinha de trás a ideia de que a obra de referência, tinha sido a mansão de Horace Walpole, construída às portas de Londres, em Twickenham, chamada Strawberry Hill.

Casa que o próprio Horace viu como sendo - e construiu com esse objectivo - uma "Gothic Revival villa"

HoraceWalpole-2.StrawberryHill.jpg

(ampliar)

Não é fantasiosa só por fora, mas também por dentro, e muito! Remetendo-nos - se assim quiserem ... - para as frases escritas da Marquise Du Deffand, quando viu o que poderia faltar a Robert Walpole (sobrinho***)

~~~~~~~~~~~~~~~~

* Tradução livre, nossa.

**  Chegado no inicio do ano de1772, como nos foi informado pela Embaixada Inglesa e está no nosso estudo dedicado a Monserrate. Ver pp. 90-91.

*** Não lhe chamamos simplório, mas certamente bem mais genuíno e muito menos sofisticado do que aquilo que a dita marquesa gostaria de ver nele. A ponto de se imaginar/propor, como sua mentora...

Assunto que se abordou com maior foco em " Gérard Devisme - Membro da British Factory - o Terramoto de 1755, e o Projecto de Inácio de Oliveira Bernardes para Benfica" (p. 87 e seguintes).

Mas também, e várias vezes com menções ao Aqueduto das Águas Livres (ver p. 60 e seguintes). Porque, como defendemos, a construção desta imensa obra, e sobretudo a sua parte mais monumental - a Arcaria do Vale de Alcantara - , não terá sido alheia, a casos futuros de utilização do Estilo Gótico. Independentemente, do designado Revivalismo do Gótico (Gothic Revival) não poder ser desligado, de tudo o que o precedeu. I. e., aquilo a que alguns autores (ingleses) chamam Gothic Survival 


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