Porém, e como se pode ler em J. Alberto Ribeiro (aqui), o «promotor» começou pelo fim (!)
Isto é, dando mais valor a Adolf Loos - que não entendeu os ornamentos e declarou serem um Crime - em vez de pesquisar, e seguir o caminho que nós tivemos a sorte de fazer, orientados por Maria João Baptista Neto, no IHA da FLUL, que, logo em 2001 nos fez ir à procura das Origens do Gótico.
O nosso caminho, visto hoje, por muitos, poderá ser entendido, apenas, como "o caminho das pedras".
Mas não foi e não é!
Pois não só se encontrou essa mais que longínqua origem, como, ainda por cima, se encontrou muito mais material, que permite entender a verdadeira função do Ornamento.
Escreveu Christoph Henry:
"Historiquement, l'ornement n'est ni gratuit ni auxiliaire. Il est partie prenante de la signification de l'oeuvre..." (*)
Depois - i. e., desde 2005 - a mesma Professora, e o Grandíssimo Vítor Serrão (**), entenderam dever esconder e silenciar os resultados dos nossos estudos.
Assim, a actual Chamada para Documentos (CFP) que o Palácio da Ajuda decidiu promover, em torno do tema ORNAMENTO, é para nós um assunto, com o qual, verdadeiramente, nos vamos poder deleitar.
E, se conseguirmos ter tempo, acompanharemos, talvez, até Out. 2023, a »gestação« dos referidos Documentos com a publicação de alguns dos nossos melhores (milhares de) posts; já escritos sobre o assunto, ... e à sua volta ... como é o que se segue
E no fim deste post um dos ideogramas que há muito estudamos, e está em cima como Ornamento, dourado, moldado em estuque, numa parede do Palácio da Ajuda.
Defendemos desde 2004, exactamente no âmbito dos estudos dedicados às Origens do Gótico que o Quadrifolio seguinte (a que os franceses também chamam "culots") foi uma imagem mnemotécnica, alusiva à Virgem - Mãe de Deus.
Portanto, e como "partie prenante de la signification de l'oeuvre" faz todo o sentido, e é completamente lógico que esteja em paramentos de um Palácio Real português
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(*) Coisa que Adolf Loos não compreendeu! Ver em Xavier Barral i Altet (dir.) Dictionnaire Critique D'Iconnographie Occidental, PUR, Rennes 2003.
(**) Como se pode encontrar os nossos posts estão repletos de informações sobre o comportamento destes dois «professores».