... o prazer que sempre tivemos de «brincar» com a Geometria, Malhas e Padrões.
Porém, nos anos 80, nunca podíamos imaginar como tinham estado ao serviço da liturgia cristã, desde a Antiguidade Clássica, e depois na Idade Média
A alguns poderá parecer que foi só depois de entrarmos na Faculdade de Letras de Lisboa (e só depois dos 50 ...) que nos passámos a ocupar, mais directamente, com a Geometria?
RE: Grande engano!
Embora, em parte (mas em parte pequena!), tenha passado a ser verdadeiro. Porque depois de 2001 percebemos, que as malhas com que sempre nos tinhamos ocupado - a explorar as suas potencialidades para alguns projectos - , essas formas passaram a falar (então, para nós, passaram a falar!)
Isto é, falaram depois de se ter descoberto (na FLUL), como terão servido, e como terão funcionado - sendo tradutoras (ou «alegorias», como mnemónicas) - a várias ideias relativas a Deus*, e ao seu conhecimento.
Porém, de início, na nossa vida não tinha acontecido:
Desde sempre brincámos com compassos e fizemos desenhos (em quantidades astronómicas, mesmo que, muito menos em qualidade do que em quantidade**). Visto que, e pode-se explicar para os que não sabem nada de desenho, talvez dificilmente haja algum outro instrumento, de entre os vários materiais para desenhar - como é o compasso - que seja tão divertido e tão diverso, nas potencialidades!
Porque a maquininha-ferramenta, mais do que todas, é capaz de potenciar a criação de imagens, sendo essencial para desenhar as principais figuras geométricas.
Oh quantos hexafolios não terei desenhado (?), «encafuada» em Lisboa, numa mesa-camilha, numa sala e numa casa, onde não se encontrava mais nada para brincar...
Mas, além do compasso, também são fantásticos - há que o reconhecer - todos os papéis quadriculados, ou até mesmo o mais sensaborão dos papéis milimétricos... Papéis onde já está registada a maior parte do desenho que se pode vir a fazer: pois na verdade, só falta mesmo é enchê-los de riscos.
Assim, por hoje, e acabando aqui com uma certa "pescaria introspectiva" que este post tem, vinda do desenho acima - e publicado em 1979 - com ele também se prova (ou constata-se) como sempre foi imenso o prazer que se tinha, ao poder pintar, e riscar, usando os mais diversos materiais.
E a incluir mais tarde, quando já não são os materiais escolares básicos, outros materiais de carácter mais profissional, que entretanto, com mais tecnologia, passar a existir; e passámos a adquirir.
É o que está nas capas de várias revistas Girassol***. Em que, aparentemente, também serviram para explorar vários tipos de marcadores, cujas potencialidades podiam ser (e eram-no de facto), fantásticas: desde que treinadas e bem exploradas, como fizemos constantemente.
E ainda prova (a mim lembra) o muito que risquei e explorei, com o que agora sei terem sido padrões medievais, e mais tarde neogóticos. Como se passa no padrão seguinte, designado "carreaux d'octagnes". Um desenho que está em Monserrate no pavimento do grande corridor (e é "...característico inglês, do período Georgian" - escrevemos em 2004)
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* E assim vamos percebendo hoje - muito melhor -, quando se olha para trás, que certos desenhos e composições de Amadeo, João Abel Manta, Almada, Eduardo Nery, e acima destes todos cá do burgo, os de M. C. Escher. Imagens que aparecem repetida e insistentemente porque são/foram, geometrias comprometidas com a fé de povos cristãos.
** Por razões várias, durante anos estiveram-nos vedadas as brincadeiras enérgicas, e as correrias que eram mais próprias da idade...
*** Revista criada por Maria Luísa Pereira Caldas de Almeida, que simpaticamente nos pediu vários desenhos, que foram capas entre 1979-80
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A continuar um dos posts anteriores