Melhor dizendo, num tempo em que até para as pessoas terem saúde e se vacinarem, é necessário desencadear acções de marketing e de propaganda, o referido estudo que fizemos de 2001 a 2005, no IHA da Fac. de Letras de Lisboa, para todos os efeitos**, continua escondido por Vítor Serrão (...)
Senão vejamos. Chegou-nos este estudo

e dentro dele, sobre o que são valores patrimoniais-culturais, diz-se a certa altura:
"Além de evidentes veículos educacionais, símbolos da história, do génio artístico e dos costumes de um povo, os bens culturais nacionais são também importantes recursos do país."
Mas, já agora, e também porque não estamos aqui para esconder nada:
1. na FLUL agradecemos sempre o apoio que nos deram, quando o mesmo existiu. E tivemos motivos (imensos) para nos sentirmos mais do que realizados; concretamente, quando as nossas investigações deram resultados absolutamente inesperados e fascinantes.
E (ainda), 2. do referido estudo relativo à Avaliação do Valor Económico e Social do Património (acima), coordenado por Catarina Valença Gonçalves, retira-se o contexto - mais amplo - da citação (ver na p. 27):
"I.1 O Sector Patrimonial em Portugal
I.1.1 Introdução
O legado histórico de Portugal, nação com quase nove séculos de existência, traduz-se hoje numa herança patrimonial diversificada, de significativo valor artístico, cultural e natural: entre manifestações materiais e intangíveis, o património cultural português é constituído por um universo heterogéneo e abrangente, que responde a uma longa evolução dos conceitos patrimoniais e se assume como força motriz da identidade e cultura nacionais e factor fundamental do desenvolvimento económico e social. A par de um longo e progressivo reconhecimento dos valores culturais da nação – do estudo à protecção e à divulgação – que, em cada época, foram valorizados de forma distinta, mas sempre cumulativa, o conjunto dos bens culturais que hoje representa o universo patrimonial do país, constitui também um elemento distintivo local ou regional e um importante factor de atractividade dos territórios. Além de evidentes veículos educacionais, símbolos da história, do génio artístico e dos costumes de um povo, os bens culturais nacionais são também importantes recursos do país. Não obstante a conotação material que a palavra “recurso” muitas vezes assume, a herança patrimonial (enquanto conjunto de bens culturais distintos na sua natureza e dispersos na sua geografia) constitui efectivamente um importante recurso nacional, em múltiplas vertentes: histórico, artístico, científico, ecológico e económico. Acresce que, do ponto de vista económico, os bens culturais são (regra geral) bens heterogéneos (únicos) e intransmissíveis (fixos), cujo valor de mercado não é concretizável e cuja natureza geográfica constitui um factor distintivo. Isto é, encontram-se dispersos de forma aleatória pelo território e fazem parte de uma herança não deslocalizável: constituem, portanto, importantes recursos endógenos , tanto de âmbito local, como nacional."
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* E tudo o que o mesmo inclui (embora descoberto por acaso)
**Ou, para os efeitos que normalmente levam a que haja ensino, e que algum dele seja superior. Ou ainda, que no âmbito do mesmo se faça investigação... Sendo que, obviamente, não é para silenciar os resultados.
Ou seja, apesar de publicado, não é por simplesmente ser mais uma capa, ou mais uma lombada numa estante, que um estudo, por melhor que seja, influi nas lógicas - no modo de agir, ou no enriquecimento cultural - de um país. O que descobrimos, graças a Vítor Serrão, infelizmente - e para maior pobreza do país -, não é para esta geração...
S·T·T·L