Philibert De L'Orme explica como fazer arquitectura, e adverte para o perigo de se fazer um único modelo de toda a obra...
Assim, do excerto acima «traduz-se» o que principalmente nos interessa:
"On y voit bien la forme de ce qu’on veut faire, mais toutes les parties y sont si petites et si cachées qu’il n’est facile d’en juger, ni connaitre ce que doit être un bâtiment, et comme le tout se comportera après que l’œuvre sera faite. Laquelle communément ne ressemble en beaucoup de parties au modelle qui pour ce en a été fait..."
Ou seja, apesar de ser em francês, e antiquíssimo, o Arquitecto do Rei sabia aquilo que até hoje é importante praticar, quando se faz design, ou se quer projectar algo novo:
Todos os ensaios são poucos, é preciso desenhar, e redesenhar*, tentando, que através desses mesmos desenhos, se possa recriar, visualizar, e sobretudo antecipar, a obra que se vai construir. Que é uma nova realidade. Primeiro para o próprio arquitecto ter a certeza. Depois:
Para que - como também adverte - os Senhores não sejam enganados, nas despesas que vão fazer.
Ou mais importante ainda, o que registou com esta frase - "...et comme le tout se comportera.".
É que, exactamente, compete ao arquitecto prever como o todo - no funcionamento e na vida do edifício (que será habitado pelas pessoas) - se vai comportar depois da obra estar feita
A ler em:
Op. cit., Chapitre XI (p. 22).
*Ora sobre o "desenhar e redesenhar" de que acima escrevemos, importa também lembrar o que durante anos ensinámos.
Mostrando desenhos que nunca se deitaram fora - e que agora parecem estar na moda (?), O que no futuro, mais próximo ou longínquo, se pode vir a apresentar