Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
07
Jan 21
publicado por primaluce, às 14:00link do post | comentar

Na verdade, estas regras de Concordância e Conveniência formal são visíveis e notórias em toda a Arte antiga e tradicional, do mundo ocidental. Porém, no nosso caso, continuamos a constatar que os historiadores as negam...

 

Pelo menos os historiadores portugueses: os que acham que atirando com os estudos (e as pessoas que os fazem) para debaixo do tapete, que isso lhes há-de dar razão. 

Como se nada pudesse mudar, ou o estado de negação em que vivem lhes fosse propício!

Como se nada pudesse mudar, e os respectivos finca-pés, parassem a rotação da terra, ou a evolução das mentes. Sobre este assunto ver o que temos escrito do IHA da FLUL, de Vítor Serrão, e de outros supostos responsáveis dessa instituição*...

Se Vitrúvio e quem o estudou – como M. Justino Maciel – abordam a questão da conveniência, também no ano 2000 Berry Bergdoll, em European Architecture 1750-1890, a apresenta. Começando inclusivamente, por ir buscar informações de Jacob Burckhardt, e das lições públicas que dava em Basileia - sua cidade natal -, em pleno século XIX (entre 1868-71**).

Sim, havia formas, sinais e insígnias que eram as mais adequadas para cada uma das diferentes épocas, adoptadas por reis, chefes, imperadores. Ou ainda, para expressarem as ideias em que esses chefes, reis, imperadores, acreditavam. Formas a que por isso chamamos IDEOGRAMAS.

Já que representavam, graficamente, as ideias em nome das quais esses chefes existiam, e pelas quais exerciam o seu Poder e também a Justiça (como se mostra por exemplo na última imagem deste post - a capa de um livro em que parte deste tema, já é tratado).

Ideogramas (ou marcas, algumas até pessoais), a que ontem, num post a propósito dos sinais de canteiros, chamámos SINALEFAS.  No caso, ao sinal autógrafo de Carlos Magno, como se explicou.

E é Carlos Magno o representado na nossa 1ª imagem.

Acontece que entre ele e Napoleão, podem fazer-se várias associações. Não apenas a de ambos terem sido imperadores, mas, é conhecido, que alguns dos «rituais» da entronização de N. Bonaparte - que aconteceu na Notre-Dame de Paris -, foram decalcados da coroação de Carlos Magno (Roma, Natal 800 d.C.). Acontecendo ainda que qualquer leitor pode ler sobre isto, e até ficar a saber, em detalhe, bem mais do que sabemos...

Na imagem seguinte - da autoria de Albrecht Dürer -, no traje de Carlos Magno, há caligrafias, há sinalefas ou marcas (e tudo o mais que lhes queiram chamar!). São ornamentos que eram também motivos (decorativos e consonantes com os «paramentos» em que eram integrados), como lhes chamava, e com toda a razão, Robert Smith.

CarlosMagno-cor.jpg

Em suma, eram as formas convenientes para o traje completo de um Imperador cristão.

Formas, que muitas delas também passaram à arquitectura, com base, exactamente, nas ideias que lhes estavam associadas. As mesmas que Jacob Burckhardt percebeu estarem na base dos estilos arquitectónicos***, que cada povo e cada nação tomou como seus, específicos.

Capa-Livro_Napoleão.jpg

No livro cuja capa está acima deste texto, não se cruzam informações (não predominam, são raras), como estas que defendemos: ou seja, os referidos Símbolos do Poder são notados apenas numa «segunda pele» de cada um dos protagonistas.

Isto é nos seus trajes e vestimentas, não tendo ocorrido aos respectivos autores (Paola Rapelli, edição de The J. Paul Getty Museum Los Angeles, 2004) que também a Arquitectura - como última pele (ou última camada envolvente, desenhando os cenários em que se movimentam os grandes personagens históricos) -, pudesse ter plasmado os mesmos sinais que foram/são considerados como sinais e símbolos do Poder, da Justiça ou de Deus.

E em nome de quem, esses mesmos poderes soberanos eram exercidos    

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*Infelizmente os nossos posts desde 2010 estão carregados de denúncias relativas a estes comportamentos, básicos e anti-científicos da FLUL.

** Ver op. cit., p. 139.

*** Estilos que, caso a historiografia da arte e da arquitectura evoluísse, passariam a ser muito melhor compreendidos. Já que neles se destacam conjuntos de ideogramas. Os mesmos que são considerados, no livro acima - Símbolos do Poder.


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