... assim como os temas que tratamos.
Não é por acaso que escrevemos em 3 blogs, por vezes muito semelhantes, mas na raiz estão assuntos diferentes:
https://primaluce.blogs.sapo.pt/ - aqui começámos (em Outubro de 2010), preocupada em continuar a tarefa de professora que desde 1976 iniciei.
E que em 2002, logo no início desse ano, estando a fazer um mestrado na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa me apercebi, que grande parte da História da Arte que vem a ser ensinada desde que me conheço estava a ser vista de forma errada, e enganada por sucessivos erros acumulados. Mas pior ainda, enganadora, sobretudo a partir do momento que se têm pistas que permitem vislumbrar novas vias de investigação.
Desde 2002 a 2005 muito se passou, ficou escrito um trabalho que em 2008 a Livros Horizonte considerou digno de publicação. E entretanto - do ponto de vista académico - inscrevemo-nos na fase seguinte necessária ao consolidar cientifico (e portanto público e oficial) dos conhecimentos que temos vindo a reunir e a poder observar numa perspectiva diferente da que é a actual, e a oficial...
Só que, a instituição - IADE - que deveria ser a primeira e mais interessada nos desenvolvimentos científicos que passaram a estar no centro dos nossos interesses, essa instituição traiu, tal como fora traída imediatamente antes, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a que consideramos ser a visão normal de quem ensina (a nossa). Que é a de quem entende que só a verdade* deve ser ensinada.
Mas adiante, já que este post de hoje tem por objectivo explicar, mais uma vez, onde estamos e porque estamos: i. e., porque escrevemos em 3 diferentes blogs
Assim, e porque nos aconteceu ter encontrado na Biblioteca da UCP um interessante livro dedicado à Teologia da Arte, essa obra foi-nos conduzindo a diferentes leituras que nos levaram por fim ao conhecimento da existência do Pe. Eugenio Marino e da palavra ICONOTEOLOGIA que um dia a aplicou a uma obra de Paolo Uccello. Assim surgiu o nosso blog , https://iconoteologia.blogs.sapo.pt/ no qual temos um razoável orgulho.
Nem sempre por aquilo que lá escrevemos, mas pela certeza de ter introduzido em Portugal, e para o contexto da Arte (em geral) - antiga, tradicional e de base religiosa -, a palavra que melhor traduz a sua essência. Ou, dito de outra maneira, a razão de muitos dos themas artísticos e a respectiva iconografia - que é a mais comum - encontrar-se na História da Religião Cristã, e particularmente até na História dos Dogmas. E o itálico justifica-se por ser esse o título de um livro - utilíssimo - que nos foi aconselhado por Ana Maria Jorge do CEHR da Univ. Católica (por Bernard Sesboüé).
É verdade porém, que muito do que aqui temos escrito, nem sempre parece ser bonzinho, ou muito conforme à doutrina católica. Por estar infectado por muita raiva nossa (é esse o estrago, deixado em causa própria), de quem tem que lidar com inúmeras dificuldades.
Não as normais da vida, ou de saúde, porém, dificuldades que, há que o dizer, não são aleatórias, e têm sido geradas, propositadamente, por quem se sente prejudicado pelas ideias que, passo a passo, temos tido a sorte de estar a conseguir formar e a desenvolver. Formação e desenvolvimento que, por se tratarem de ideias, obviamente não é uma tarefa fácil.
Aqui podíamos ficar por um irónico "temos pena!" (dos nossos inimigos e das suas invejas... claro); mas a origem desta raiva - demasiado típica num Portugal sempre exíguo, e como até Camões o fez constar no último verso dos Lusíadas - passa pela "inveja".
Ou também, e este é um fenómeno que normalmente surge associado nestas questões da inveja, «pela aparência» que muitos superficialmente vislumbram e captam, sem chegarem à essência, daquilo e daquele que invejam. Aparência que supõem, que, desviando-a para si, e em seu favor, julgam poder manter (?!). Como se a imagem que captam - no seu olhar que é oblíquo e ínvio... (ou inviesado, e não imagens que se esforçassem por ver no centro da retina que é a fóvea) - como se essa aparência que os deslumbra (?) fosse tudo! E naturalmente isto, mais do que fazer-nos sorrir, pode gerar umas boas gargalhadas.
Isto é, invejam a imagem do vencedor; do que vai triunfando, a duras penas e muito aos poucos, esquecendo-se que estão a querer ter para si, apenas o que se vê à superfície, e não toda a profundidade que alguns êxitos têm que ter por detrás.
Ora isto são «rabos-de-palha» que têm e se podem explorar. Os que invejam dão-nos ainda mais razões para não nos calarmos! Nem para vergonhas! Porque a existirem, essas têm os seus próprios donos, e não somos nós...
A Miguel Real este tema já deu um livro. Chamou-lhe A Morte de Portugal, o que é sem dúvida bastante claro; mas tantos, tantos outros, há muito que fizeram questão de denunciar estas falsidades aparentes, de quem destrói os outros, por não querer admitir o su valor. Num Portugal que tem sido um país pobre, isto sempre foi notório.
Assim, e até visto de fora, como se lê no prefácio de uma obra inglesa, anónima, do século XIX, intitulada Portugal; Or, The Young Travellers, nela, os ingleses anónimos que a produziram - talvez por isso mesmo (?) - não tiveram o menor pejo de troçar (como nós fazemos) daquilo que consideravam vergonhoso.
Por isso eles se referiram a esta preocupação (tão «portuga» dizemos nós) do "Parecer, mais do que Ser". Indo ao ponto de verem nessa ocupação (de mentes doentias) O Atributo que não está, mas devia estar, segundo eles, plasmado no escudo de Portugal.
Finalmente, para quem como nós não tem medo de trabalhar - mas sim de todos aqueles que tudo fazem para dificultarem os trabalhos alheios - pois nós mesmos entendemos, que a Casa Amarela de Portalegre era merecedora de um blog. E por isso - apesar ser mais um, e já não tendo como objectivo, como fora antes o «registo» de um qualquer nome - sem mais, criámo-lo!
Ficou a chamar-se https://casamarela.blogs.sapo.pt/ **
Pessoalmente, podemos dizê-lo, mesmo que chovam críticas, ainda bem que o fizemos. Pois a especificidade da Cidade de Portalegre, ou em particular daquela que é agora uma casa (parcialmente) minha, uma e outra são plenamente merecedoras de uma escrita dedicada.
Embora, como consequência de serem demasiados «os espaços por onde estamos», ou de uma certa dispersão (mais aparente do que factual), não nos tenhamos podido concentrar a escrever, com a frequência desejável, neste que foi «o último blog que inventámos».
E porque a perfeição é inatingível, pode acontecer que os nomes dos ditos blogs não sejam propriamente os mais bonitos? No entanto, sabemos que são significantes quanto aos respectivos conteúdos. Depois, neste último «espaço inventado», foi com o maior dos prazeres, que nele incluímos um artigo feito para um jornal on line (dos estudantes do Instituto Politécnico de Portalegre). Publicação que nos mereceu particular atenção - como é normal e gostamos de fazer -, tendo sido brindada, nessa ocasião feliz, por mais uma fantástica "trouvaille".
Enfim, prova de que o esforço compensa; descoberta que fizemos pelo facto de termos escrito o artigo, embora só algum tempo mais tarde tivéssemos tido a verdadeira noção da sua imensa importância.
De tal modo que, no artigo original apenas indicámos o local donde veio a dita informação, sem a destacarmos logo, e integralmente. Vejam na nota [9] em https://casamarela.blogs.sapo.pt/o-portalegre-cultural-sumiu-4540
Mas desde então, a dita descoberta não deixou de ser citada - sempre que nos dá jeito - sobre a concepção antiga, a qual estava associada desde tempos mais do que remotos, chamemos-lhe agora ao "Design de Portas e Janelas".
Podem ler essa explicação detalhada aqui, e já agora fica uma pergunta. Que é dirigida aos leitores mais especialistas:
Gostaríamos de saber se têm a noção de alguma obra - outra, anterior e independente dos nossos estudos - em que esta passagem, ou algo e ideia semelhante (ver abaixo, a tradução é nossa) já conste? Seria simpático, e um enorme favor se tivéssemos resposta: para saber onde poderemos ir ler mais, e compreender melhor estas temáticas, que tanto nos fascinam
"As vergas indicam o poder real, a soberania, a rectidão com a qual elas [a soberania e a rectidão] levam todas as coisas à sua concretização (...) os equipamentos de geómetras e de arquitectos, o seu poder de fundar, de edificar e de concretizar e, em geral tudo o que se relaciona com a elevação espiritual e a conversão providencial das suas subordinadas. Acontece também por vezes que os instrumentos com os quais se representam simbolizam [333C] os julgamentos de Deus em relação aos homens, uns representando as correcções disciplinares ou os castigos merecidos, os outros a ajuda divina em circunstâncias difíceis, o fim da disciplina ou o regresso à antiga felicidade, ou ainda o dom de novos benefícios, pequenos ou grandes, sensíveis ou intelectuais. Em suma uma inteligência perspicaz não ficaria embaraçada por fazer corresponder os sinais visíveis às realidades invisíveis."
E foi esta inteligência dos antigos para fazerem associações, associações entre as realidades invisíveis (Deus) e determinados sinais visíveis, que por alguma razão se tornaram significantes (linguísticos, polissémicos, e concretamente ideogramas***), que os nossos estudos nos permitiram, passo a passo ir detectando.
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*Claro que este "só a verdade" tem muito que se lhe diga, e por isso justifica toda a investigação que é feita. Mais: a que é feita e a que vier a ser feita, só se justifica, mesmo, pela necessidade de alargar em todos os campos o leque de conhecimentos. O que pode ser feito do ponto de vista individual, e fazem-se pós-graduações (mestrados e doutoramentos, outros) para cada um por si progredir face aos conhecimentos já existentes. Mas também se podem fazer estudos pós-graduados - provavelmente doutoramentos - com o objectivo muito específico de esclarecer temas e áreas cientificas em que por haver lacunas e muitas incertezas, faz todo o sentido aprofundar. O máximo possível, quer esses mesmos conhecimentos, tentando certifica-los, assim como pondo-os à prova. Quer ainda, não apenas no seu cerne (ou seja o centro de uma determinada área cientifica), mas nas suas periferias imediatas, e nas de outras áreas cientificas, ditas «de transição» para outras disciplinas. Porque, lembre-se, o Saber como agora está estruturado e dividido por diferentes disciplinas, no passado era uno.
E isto porque, claro, e metaforicamente falando, não estamos «sentados» em confortáveis cadeiras mono-disciplinares, mas sim em muito desafiantes, e riquíssimas, «estruturas multidisciplinares»! Thanks God.
** Certamente que a sua qualidade é muito inferior ao que a Cidade e a Casa merecem, mas - quem dá o que tem, a mais não é obrigado!
*** Ideogramas que hoje (nós) consideramos serem de origem geométrica; e que dito de outra maneira, é como se cada Ideograma, ou cada palavra de um sistema - que é uma língua que se baseia em formas (e não em fonemas) -, obedecesse à sua própria gramática. E as regras a que as ditas formas obedecem, esse sistema verdadeiramente ordenador, que existe há muitos séculos, e sempre ajudou a pensar, foi chamado Geometria.
A Ciência que, não o esqueçamos, foi uma das primeiras a existir