Assim aqui andamos nós. E hoje a perguntar:
É de atar e pôr ao fumeiro? Será?
Esta coisa de achar que o Ensino Superior é como fazer chouriços, naturalmente é para (e, felizmente, dirigida a) muito poucos. Mas há quem o tenha feito, e se julgue no direito de, arrogantemente, prejudicar todos os outros que foram honestos...
Os que paulatinamente foram construindo os seus saberes e as suas práticas ao longo de anos.
Há 2 ou 3 dias, na apresentação de um Programa da Fundação Francisco Manuel dos Santos foi dito:
(...) O mercado procura cada vez mais jovens licenciados com pensamento crítico, boas capacidades de comunicação e negociação, que se adaptem rapidamente a diferentes desafios e com ideias “fora da caixa”.
Portanto pergunta-se nesses mesmos termos (i. e., no calão que é o «fora da caixa», em vez de referirem, positivamente, que existe uma necessidade, premente, de haver saberes interdisciplinares):
Será ou não «fora da caixa»:
Perceber a importância da Geometria, que a teve, como linguagem visual?
Será ou não «fora da caixa»:
Propor que se valorize e aprofunde o que já se descobriu, de uma relação directa entre a Teologia e o formulário da Arquitectura Religiosa (Cristã)?
Será ou não «fora da caixa»:
Perceber como as Crenças, e o enunciado, primeiro do Símbolo dos Apóstolos, depois, do «atravessamento» que houve, enorme de várias Heresias, e por fim - tendo tido o contributo de Carlos Magno que impôs o Filioque no Símbolo de Niceia-Constantinopla proclamado nas missas*; será ou não «fora da caixa»: perceber como o Credo originou uma série de fórmulas desenhadas da Arquitectura, antiga, tradicional europeia?
Enfim, esta nossa luta desde 2001-2002-2008, não é exactamente muito do que se falou no último Programa Fronteiras XXI?
Ver em https://fronteirasxxi.pt/ensinosuperior/
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*Desde Clóvis, toda uma tradição que fez de França a grande apoiante de Roma e do Papado, por vezes considerada a Nação mais Católica (como, numa metáfora, João Paulo II chegou a referir). Questão que esteve na origem do Estilo Gótico, foi (e é ainda) diferenciadora da «postura» dos países do Norte da Europa, relativamente aos do Sul. Questão da Reforma e da Contra-Reforma, do surgir, também, do chamado Gótico internacional; dos Góticos Tardios, dos Revivalismos dos séculos XVIII e XIX, etc., etc., etc. Questão que a Arquitectura do Palácio de Monserrate em Sintra (e um enorme empurrão da FLUL) nos obrigou a detectar.
Em suma, uma questão grande demais, para uma (só) mulher, num país onde a Ciência não consegue ter um estatuto que a eleve: mais alto do que a inveja...
POR ISSO - e como diz o outro - "ESTOU CHEEINHO DE MÊDO!»