... davam um post enorme, que não há tempo*1.
Em resumo são por esta ordem:
1. Praça do Comércio - Lisboa
2. Kew Gardens, e dentro destes The Princess of Wales Conservatory; mas também, não muito longe (fisicamente, mas abaixo no «degrau das maravilhas»), The Palm House, que é uma outra estufa - An iconic Victorian glasshouse, como se diz em https://www.kew.org/kew-gardens/attractions/palm-house. Os Kew Gardens ficam nos arredores de Londres*2
3. O Vale do Douro - Todo! Paisagem natural + Arquitectura de influência inglesa georgian
E tudo isto porque um dia aconteceu ser pedido um perfil, e depois de pensarmos escreveu-se isto: https://blogs.sapo.pt/profile?blog=primaluce.
Foi quando nos apercebemos, que tinha interiorizado o que também já contactara, teoricamente, sobre o Gosto no século XVIII, ao escrever sobre Monserrate*3.
Claro que Monserrate dá-nos (deu-nos) muito mais do que a arquitectura e o fazer (integral) de ambientes artificiais, trazendo assim também, e com o conhecimento do Palácio, o melhor da Natureza. Quer a paisagem que o rodeia, quer ideias que desconhecíamos sobre os jardins ingleses, quer ainda depois, e em pormenor, várias informações de algumas espécies botânicas.
De tal modo que, hoje, e seja onde for, para nós as palavras Kew Gardens são quase mágicas: sinónimas, imediatamente, de beleza.
Independente da escala, do suporte ou do meio. Como acontece neste desenho retirado de um álbum fantástico*4:
É Ciência ilustrada ao mais alto-nível, como mostra o exemplo. Sendo que há no livro outros casos, muito melhores, mais completos e também muito complexos de que resultam desenhos e ilustrações que são de uma beleza inegável. A ponto de nos fazerem pensar que não é precisa a imaginação humana (e as suas/nossas criações fictícias), já que as obras da natureza dificilmente se conseguem superar com fantasia. Seja qual for...
Como podem perceber tudo isto veio a propósito das fotografias de há uns dias atrás, e das sequências - como «metamorfoses do natural» - em que para haver vida e beleza, também tem que haver degradação e morte.
Transformações (finais) que se escondem, porque neste mundo das «imagens bonitas» parece que se tem que tapar o feio, ou o "desorganizado visualmente"*5, e claramente menos bonito. Mas, talvez - é a pergunta que se impõe - a verdadeira beleza esteja nas sequências (todas) que a vida proporciona?
*1 Para os googles e faces não ficarem a saber de mais...
*2 Das coisas mais bonitas que conheço e considero ser uma imensa perca, para quem viaja, não visitar esta obra: humana, e portanto artificial, mas fabulosa... Feita exactamente como se fizeram os jardins zoológicos e botânicos: para dar a conhecer a variedade (enciclopédica) das belezas naturais.
*3 Ver em Monserrate uma Nova História, De Strawberry Hill a Monserrate - I, alguns aspectos sobre as discussões à volta do (bom) Gosto, em Inglaterra. Discussões e práticas que levaram ao Design de peças e excertos arquitectónicos que são de enorme beleza. Ver pp. 55 e seguintes, mas também em História da Estética de Raymond Bayer, Editorial Estampa (com fantástica tradução de José Saramago), 1995.
*4 Ver em Botanicum by Katie Scott e Kathy Willis, Edição Kew Royal Botanic Gardens. Prova de que existe um design de ilustração à espera de poder criar desenhos e trabalhos magníficos...
*5 A lembrar (nos) Plotino e a sua definição de beleza