Há muito que defendemos – porque o descobrimos (como está publicado...) – o palácio de Monserrate em Sintra é um fantástico repositório da História da Arquitectura Mundial
Não apenas da Arquitectura inglesa, e do ocidente - ou ainda da que apesar de ser vista como oriental, se sabe, nasceu no centro da Pens. Ibérica. Mas um arquivo/repositório cultural de um mundo que no século XIX começava a fazer-se global (muito “avant la lettre”).
Acontece que, não faz sentido (pensamos nós...?) ter a preciosidade que está em SINTRA, sem lhe reconhecermos todo o seu, mais do que devido, e ele é imenso, valor.
Ou seja, sem se compreender a importância histórica – introspectiva e de potencialidade de auto-conhecimento. Porque, por um «imenso acaso», inimaginável e tão inesperadamente, nos pode chegar uma infinidade de informação, através das formas dos ornamentos e dos desenhos dos detalhes arquitectónicos (dos diferentes estilos).
Não somos só nós que o dizemos, embora pessoalmente tenhamos que lamentar que a Universidade* não tenha contribuído (pelo contrário, tenha destruído e desestruturado o nosso trabalho, que se estava a fazer...) tendo em vista a reunião e organização das inúmeras informações que se vinham a recolher; as quais deveriam constituir, no mínimo, a nossa tese de doutoramento.
E se dizemos no mínimo é porque temos a noção que a riqueza dessas inúmeras - quase infindáveis informações que temos recolhido (e hoje neste post está um dos bons exemplos, quiçá muito mal-empregado para se pôr na Internet?....). E essas inúmeras informações permitem compreender, muito melhor, não apenas as obras realizadas, ou os patrimónios materiais edificados; mas também os patrimónios mentais-culturais, que ao longo dos tempos (de uma História que para este caso tem mais de dois mil anos...) fundamentaram ideologicamente essas obras materiais.
A riqueza das referidas informações – repete-se hoje e sempre (à exaustão... porque não tenciono calar-me!) - é tão grande que permitiria fazer Ciência Séria! Em vez do diletantismo inútil, de falsa ciência, bacoca, a que temos tido que assistir!
Permitiria criar cursos úteis, e absolutamente inovadores (para qualquer boa universidade do mundo), que por sua vez iriam atrair estudantes de Ensino Superior, e levar a uma consequente exportação de Saber, Ciência e Cultura (made in Portugal).
Poderiam produzir-se livros para exportar, carregados de exemplos internacionais e portugueses. Os muitos que levaram A. Quadros - mal ou bem?! (agora não é isso que está em causa) - a designá-los e a descrevê-los como sinais integrantes de uma (antiga) Escrita Ibérica....
O que descobrimos «agarrado» a Monserrate (como uma lapa se agarra à rocha, e está descrito em excertos das páginas que hoje publicamos); estes materiais devidamente compreendidos e maturados - entre gente adulta e conhecedora, de um Ensino Superior que o fosse a sério, profissional e bem organizado... – serviria para elevar o país em áreas cientificas, nas quais, normalmente, Portugal não exporta, porque apenas importa**...
Então de um artigo que há anos lemos em JSTOR - título e autoria:
Eis a Introdução desafiante, porque questionadora sobre o sentido/significado arquitectónico que depois iria ficar impresso nas obras edificadas:
Seguida dos primeiros desenvolvimentos:
Não esqueçam:
Monserrate é uma preciosissima obra victorian - quase contemporâneo do Lanternim da Luz do Mundo:
Obra que foi apresentada ao público em 1854, enquanto o Palácio apesar de projectado em 1858, só 4-6 anos depois começou a ser construído
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* Numa terminologia que aqui pretende designar várias instituições ditas de ensino superior, publicas e privadas que frequentámos, e que não têm estado à altura do que deveriam ser os seus normais objectivos.
** E isto por sermos, enquanto país, «supostamente» incapazes de produzir esses conhecimentos. E logo depois, de os valorizar, divulgar e exportar... Mesmo que, sabemo-lo - neste país que é pucarinho ...- existam próximos ou «assessores» (?) de certos ministérios que conhecem muito bem tudo isto que está a ser escondido.
Posto que, infelizmente para todos nós, não é só na desertificação do interior, na hiperlitoralização do país, na degradação e na mentira da banca, na corrupção nas finanças e na economia (ou até nos herbicidas!) que os cidadãos têm que se defender, e ao país.
Se quiserem que dure para mais algumas gerações ...