Desapercebido, não notado, não emergente, apenas (solidamente) imerso no que são «as nossas bases» embora não demos por elas.
Pelo que se pode perguntar o porquê desta nossa atitude: de querer dar visibilidade, ao que não é percebido, ou sequer notado?
A nossa resposta é simples, de "simplesmente prof."
Da mesma maneira que muitos referentes - (já) agora também as palavras, mas sobretudo as imagens que um dia fora significantes - esses muitos vocábulos das mensagens comuns, orais, mas também os das obras de arte, estão cada vez mais incompreendidos.
A geração abaixo da nossa, i. e., a dos filhos dos que foram chamados geração baby boom, à conta de um ensino de qualidade muito reduzida - e também das normas (férreas) do «politicamente correcto»* -, hoje eles pouco compreendem de alguns articulados que, inclusivamente, chegam a produzir.
Ou seja: podem até ser altamente palavrosos, podem até cumprir muitas normas discursivas, parecendo ainda que cada pequena frase está correctíssima, mas, no fim, falta lógica e coerência, não se produzindo nenhuma ideia ou sequer alguma afirmação.
Mas, ficam no ar - ainda as ouvimos - ficam a reverberar fragmentos de sons, palavras soltas, muitos tiques e excertozinhos palavrosos (que incluem o tal palavreado da moda**); porém, apenas mostram o quanto são vazios...
Quer vazios de sensibilidade, primeiro: quando deviam mostrar que são frases suas, a quererem reagir ao mundo, e a querer ter voz e participação activa, baseada na sua própria experiência, cultura e informação adquirida; quer depois: porque o que sentiram não corresponde à realidade, e então essas suas participações e contributos são apenas mais equívocos, que se deitam para cima de um mundo que, dá para ver, está «basto baralhado».
Enfim, quer nas mais simples conversas - e na Arte, que também é comunicação - a perca de sentido dos referentes não ajuda, em nada, à clareza.
Assim escolhemos re-apresentar uma obra que é um exemplo que nos EUA é relativamente claro (embora para muitos, mesmo aí, possa ser, com o tempo, crescentemente ambíguo!), e que, segundo cremos, por aqui, muito poucos o entenderão (?).
E no entanto, pensamos, é uma obra riquíssima, expressiva, sugestiva, também irónica..., até mordaz.
Com ela pretende-se dar visibilidade a valores (vocábulos, referentes e ideias - como a Ética e já escrevemos sobre isso) que, como está no título de hoje, estão cada vez mais ignorados.
Como podem verificar, os nossos leitores já terão encontrado esta imagem noutro post.
Por ser muito elucidativa de uma série de ingredientes (os vocábulos de um estilo) que ao longo dos tempos, por razões diferentes, têm sido deixados nas formas da arquitectura. Como, por uma vaga analogia, agora se usam os emoticons e emojis.
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* Na actualidade o chamado «politicamente correcto» obriga a tantos contorcionismos, e a tantos desvios para se conseguir contornar o que muitas vezes são realidades primeiras (por defeito enraizadas no mais profundo das mentes); que, por «esses efeitos», a percepção da realidade se torna muito mais difícil. Como chegar lá, como ensinar, se várias palavras ou conceitos se devem evitar, e não os usar? Como ensinar se não há tempo?
Re: Deixemo-los descobrir. Aos poucos, nem que seja aos 40 ou 50 anos... Até lá..., vão aprendendo.
Em resumo: Que não haja a ambição de fazer um ensino enciclopédico como se pretendia fazer a partir do século XVIII.
**Lembrem-se, de há dias na Festa do Pontal, do incompreensível, mas palavroso, discurso de um ex-PM
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