Inspirado na Nova História (de Jacques Le Goff) “Prima Luce” pretende esclarecer a arquitectura antiga, tradicional e temas afins - desenho, design, património: Síntese pluritemática a incluir o quotidiano, o que foi uma Iconoteologia
28
Jul 16
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

…foi o título do Expresso Curto de ontem (27 de Julho de 2016).

 

A curiosidade é que parece uma frase nossa, a junção de vocábulos do nosso léxico de há uns anos a esta parte. Mas João Vieira Pereira – Diretor Adjunto ainda admite que possa estar enganado: “Bom dia, … Louco? Estarei a exagerar? Deixo que decida por si. Vejamos:…”

Só que no nosso caso há muito tempo que estamos perto de mais (e a observar atentamente) da fonte e da fábrica de muita loucura. Por isso não vemos razões (alguém que demonstre que estamos enganados!) para considerar exagerada a apreciação que fazemos dos ambientes em que frequentemente temos que estar inseridos, ou até (pior) estar imersos…  

Há muito que sabemos, que, com o ensino que se está a fazer, tão e cada vez mais afastado  das realidades (reais) que é verdade, sim, são muito comezinhas, das nossas vidas. Que as passagens ao virtual - como é por exemplo o sem cerimónia com que muitos (se) transformam os corpos. Sim os seus próprios (os de humanos) que, frequentemente ficam repletos de tatuagens com imagens e marcas de um mundo irreal, em geral não contribuindo para uma sã manutenção dos pés na terra…

Ideologias de que se apropriam, integralmente, a ponto de se deixarem transportar para as vidas (intensas, admiráveis) dos seus heróis de novelas, telenovelas, ou das sagas de transformers.

Não teríamos nada contra, não fosse a dose demasiado intensa dessas «vivências de substituição»?  

Claro que toda a vida se sonhou, acordado ou a dormir; claro que se quiseram Utopias, ou, por exemplo Platão descreveu uma Politeia (República)…

Mas, na actualidade, sobretudo com as «desaprendizagens» do que se consideram informações básicas que vão das ciências da natureza às línguas - incluindo aqui o desconhecimento da semântica (para já não falar na grafia, ou menos ainda de alguma percepção, mesmo que vaga relativa à origem etimológica das palavras...); com tão poucas referências (conhecimentos/saberes), lógicas e normais, sólidas e sedimentadas, facilmente se compreende que as pessoas «se passem».    

Que cada um invente o seu próprio mundo, onde as «pontes» para comunicar com os outros são cada vez em menor número: reduzidíssimas:  A lembrar a Torre de Babel (de tempos bíblicos).

Enfim, há muito que o pensamos (bem com os pés na terra), embora só raramente tenhamos escrito sobre loucura (http://primaluce.blogs.sapo.pt/174797.html*), e sobre loucos (http://primaluce.blogs.sapo.pt/richard-perassi-e-o-seu-e-book-274091**).

Por último, e muito ao contrário de João Vieira Pereira (infelizmente) temos demasiadas razões para admitir que a situação ainda vai piorar, antes que alguém tenha a visão e a coragem de aprontar alguns diagnósticos sobre o que se está a passar...

~~~~~~~~~~~~~~~~~

*Neste caso somos nós que admitimos que pareça agora (a todos) uma enorme «loucura» que a Igreja Românico-Gótica tenha sido vista como “uma alegoria da Arca de Noé”. Mas foi, e manda a Ciência que sejamos realistas e saibamos investigar, trazendo ao de cima que se encontrou muito no fundo. Pois é para isso que serve a Investigação das Universidades, que normalmente a deveriam divulgar, em prol do conhecimento e da saúde mental da sociedade...

**Neste outro caso, vemo-nos a nós cheios de sanidade e uma imensa paciência para aturar «um mundo de loucos», que são também (sobretudo) bastante desonestos. E o grave aqui, é que é necessário destrinçar a dose de desonestidade, de uma (só muito aparente) vontade de inovar. Aliás, tão aparente que, torna-se óbvio, que essa vontade de inovar é zero, enquanto a desonestidade andará a rondar os 99%...

E só faltaria esta...?


27
Jul 16
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

Visualizar o Conhecimento II, porque já houve um outro,  anterior.

 

Porque não há como abrir portas, e agora lembrar que determinados temas já os percorremos (aqui ou em trabalhos já publicados), talvez de forma pioneira. Apesar de, por exemplo, existirem desde há muito tempo, as várias dúvidas e questões colocadas por Christopher Alexander (e também por exemplo por Rudolph Arnheim...) em várias das suas obras escritas. Dúvidas que um dia - dizemos nós... - as Neurociências poderão explicar de forma muito concreta. Se, às «ditas ciências»  lhes ocorrer trabalhar de forma interdisciplinar. Ou, quem sabe, se acontecer a alguém fazer como fizemos: notas em margens de livros e apontamentos, que um dia se revelam e mostram como ajudaram a pensar... 

Porque a Arte, e a Arquitectura muito concretamente, foi (e muitas vezes não parece ser hoje, pelo menos como era antes) uma linguagem muito específica.

Uma linguagem que também faz lembrar as colecções de informação detectadas (e já trabalhadas ou «semi-compiladas») por Manuel Lima. E num outro pólo, idem, também por Laurent Gervereau.

Por fim fica uma imagem que nada tem a ver com as lógicas que estão inerentes à redacção deste post.

Street Art

Assunto que pertence a outra categoria, embora tenha em comum, só isso, o seu autor, tal como os temas que temos abordado, estar na moda!


25
Jul 16
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... talvez apelativos porque, muito propositadamente, parece (?) nunca estão resolvidos.

 

Talvez que pensar seja uma maneira (mais) útil de passar o tempo? De apurar lógicas e raciocínios: de se saber melhor e ir aferindo aquilo que se anda a fazer?

Pois então entretenham-se, não é negócio, é mesmo a sua negação: é o Otium fecundum*:

http://primaluce.blogs.sapo.pt/172093.html

~~~~~~~~~~~~~~

*Que nunca, por nunca «certas pessoas muito telúricas» hão-de querer conhecer...

Ou, bem pelo contrário, estão a contribuir para que certa literatura dirigida aos que têm a mania de que há segredos e teorias da conspiração, continue a encher as livrarias, as gráficas, e as mentes que assim gostam de viver?

 


23
Jul 16
publicado por primaluce, às 00:59link do post | comentar

... quando é isso que imobilismo reaccionário quer!

 

Um texto de PRD, ao qual se chega por aqui, alude a uma Lisboa em que – para os turistas – se puseram em prática ideias que vinham de trás: de há muito faladas nas Escolas, para tornar a cidade mais confortável (caso dos elevadores da R. dos Fanqueiros para a R. da Madalena; para aproveitar recursos que se sabiam existir (uma vista soberba no cimo do Arco da R. Augusta); em suma para mostrar e valorizar toda a parte histórico-cultural de uma cidade de génese antiga, que o Terramoto de 1755 e a Reconstrução Pombalina, transformaram numa das cidades mais originais da Europa.

Foi precisa a Crise, foi precisa uma geração cada vez mais completamente desligada da anterior, para se conseguirem concretizar ideias que há muito vinham a ser debatidas pelos estudantes de arquitectura e urbanismo; ideias que finalmente passaram a bailar nas mentes dos decisores autárquicos como se tivesse sido apenas nessas «cabecinhas» que as muitas ideias surgiram… E por fim lá puseram em prática o que uma ou duas gerações sonharam**

Mas o 1º assunto deste post, combina-se já com outro. Com o que (ainda agora) alguns continuam a pensar fora da caixa. Os que lêem e estudam não por manuais e livros únicos, mas que recolhem informações nas fontes que lhes parecem as mais informadas e adequadas: i. e., os que sabem onde matar a sua sede de beber água fresca, em vez de irem às águas paradas (ou as “cheias de limos e tifos”) que a propaganda lhes quer impingir.

E a metáfora hidrológica vem a propósito do texto seguinte, extraído de um artigo dedicado ao Ensino Secundário, que se pode ler na Revista Escola nº 273, maio-junho 2016 (SPGL). E tal como aí, mas agora “à laia de questão”, pergunta-se quando será que um mestrado ou um doutoramento conseguem ter valor, no caso do aluno não ter estudado pelo manual escolar, ou pelo livro único que o seu orientador lhe indicou***? Ou, de outro modo:

Quando será que a Universidade reconhece que pela «cartilha» de orientadores impositivos, o conhecimento estaciona, e não avança?  
Depois, cruzando os dois temas pergunta-se: Quanto tempo será preciso para que uma investigação de sucesso e com resultados relevantes - mas também arrasadores para as faculdades, para as universidades e seus papagaios oficiais (os autores e defensores dos livros únicos…) - quando será que as gerações mais novas podem contactar e aprender aquilo que os mais velhos, por teimosia e estupidez, não lhes deram a conhecer? Para que, com essa sua atitude, levasse tempo, muito tempo - o máximo de tempo - a vislumbrar-se a validade, a lógica e a evidência das novas ideias, que são alternativas dessas suas (de águas paradas)?

Dessas suas ideias paupérrimas, nascidas (há seculos) em livros únicos, não contestados, não reflectidos, não postos em causa... 

à laia de pergunta-2.png

(ler excerto maior aqui)

*Incluindo, entre várias outras ideias, as de que nas instituições de Ensino Superior, os «supostos doutores», são todos (sem excepção) tão honestos como têm sido tão honestíssimos todos os agentes que viraram de pantanas a banca, a finança e a economia portuguesas...

**Mais ou menos emborrachado (e com losangos) como passou a ser o pavimento do que antigamente se chamou Terreiro do Paço   

***Cada vez que lembro de ter tido que ler, fechada numa minúscula cela do Covento de S. Francisco (da FBAUL) 48 pp sobre “narratividade visual”… Cada vez que me lembro de algumas das imensas banalidades que esse texto contém, então (ocorre mesmo), coro de vergonha por quem as escreveu! Então pergunto-me, mas o dito alguma vez foi ao cinema? Será que alguma vez lhe ocorreu, que a narratividade visual está todos os dias à nossa frente? Pelo menos à frente de quem sabe ver? Que essa narratividade visual é um dado a priori, incontestado e básico, numa qualquer escola de design?


22
Jul 16
publicado por primaluce, às 11:00link do post | comentar

... nos remete para as informações (ou equipamento mental) que, previamente, temos adquirido:

http://www.platform-blog.com/london-floors/?n=14-16


18
Jul 16
publicado por primaluce, às 00:00link do post | comentar

... e sua ICONOGRAFIA TRADICIONAL

 

Não é que sejamos monotemáticos, obsessivos, ...

Mas, o que é verdade é que vale a pena ensinar a ver aquilo que as pessoas não têm visto. E que a nós nos fascina!

O mesmo fascínio que resulta sempre que as obras são entendidas. Claro que as obras têm sempre múltiplas leituras como Umberto Eco explicou. Porém, quando entramos no âmago de alguma dessas leituras - ou alguém nos faz perceber o programa iconográfico subjacente - é normal sentir «uma certa alegria», um vislumbre (luz) que a explicação nos traz/trouxe.

Esta exposição faz-nos também lembrar as Sete Saias das mulheres da Nazaré, em que uma dessas saias teria que ter quadrados numa barra inferior (semelhante à blusa da primeira fotografia*).

Sim, sim é a mesma iconografia, ou a sua raiz e formas derivadas! Porque, ... afinal a tal obsessão existe, mas é de outros. O que fazemos é detectá-la

DSCN7963.JPG

E entendido isto, é impossível não sair maravilhado de uma exposição como esta (já referida em http://primaluce.blogs.sapo.pt/sobre-o-meu-melhor-amigo-e-sua-334055).

DSCN8001.JPG

DSCN7978.JPG

Ainda bem, pois é para isso que servem as exposições: acrescentar cultura e informação, darem-nos a alegria de poder desfrutar da dádiva

~~~~~~~~~~~~~~~~

*Todas as fotos têm reflexos e podem estar um pouco desfocadas, como é normal em situações deste tipo. Particularmente, a última imagem - escolhida aliás para o cartaz de divulgação - é uma óptima prova da presença da Iconografia Tradicional (antiquíssima de origem religiosa) nas referidas blusas da Roménia.

Guardar


16
Jul 16
publicado por primaluce, às 16:00link do post | comentar

"Isto anda tudo ligado"!

 

E nós de concordarmos, sem qualquer dúvida. Até porque, é a «mesma pessoa», com mais ou menos bom humor (conforme, e às vezes com péssimo humor - e não sem razão ... ) que gasta tempo e energias, suas, em prol do que ainda lhe parece útil ensinar:

Do que em tempos foi uno - e esteve ligado na cabeça de polimaths (como Caramuel Lobkowitz e outros) - mas que hoje todos desligaram, cortaram e depois se queixam de não entenderem*.

A mesma que felizmente escreveu isto (em http://iconoteologia.blogs.sapo.pt/dos-quadrifolios-e-outras-figuras-84202): "...a percepção de uma "estrutura divina", de que já escreveu Mark Gelernter «trabalhou» na mente dos projectistas (ou na dos que terão sido chamados Architectores...".

E ainda a mesma pessoa que escreveu isto: http://primaluce.blogs.sapo.pt/porque-maria-joao-baptista-neto-nos-deu-278676

E assim, consequentemente, poder ter percebido - em Portugal e em Portalegre - que a designação Architectore se usou e teve sentido. Mais, sem precisar de enormes complexidades, ou justificações esotéricas. No que foi um outro «privilégio»  da mesma pessoa (a tal que liga tudo..., como antes estava ligado, pela filologia e pelo «pensamento»**).

Palácio Amarelo Portalegre

~~~~~~~~~~~~~~~~

*Mas não entendem - tenham paciêncinha e trabalhem para evitar isso - por essa falta de «equipamento mental/intelectual»

**E George Hersey explica, sobre «Ornamento»

E hoje, para o Facebook se revisita e acrescenta: http://www.jornaleconomico.sapo.pt/noticias/poli-que-polimatas-vao-ser-os-profissionais-mais-procurados-do-futuro-252402


13
Jul 16
publicado por primaluce, às 10:00link do post | comentar

é a prova de que ainda há quem pense!

 

Ou, dito de outra maneira, curioso muito curioso, e inesperado, o que Fernando Santos proferiu.

A surpresa quando alguém introduz na linguagem geral e comum, ideias e referências que são antiquíssimas, e que para a maioria hoje se tornaram démodées ou até incomodativas.

No mundo da História da Arte, ideias que impedem e bloqueiam a maioria dos historiadores impedindo-os de pensar...

Por nós vamos "curtindo", neste caso uma exposição dedicada à mulher romena e às suas blusas, inspiradas (como para o seleccionador português...) em ideias antigas, cuja origem se perde nos confins dos tempos, no inconsciente colectivo.

Ou, quem sabe, na vontade de ignorância (militante?) de vários «doutores da mula russa» que fizeram o favor de se atravessar no nosso caminho... Bem hajam, apesar de tudo, porque das suas parvoeiras conseguimos filtrar e aproveitar o lado bom.

Habilidades que ainda vamos conseguindo concretizar, graças aos nossos amigos:

Amigos que nos ensinam a ver e a interpretar

E, ... entretanto tem havido visitas que muito nos honram. É bom sinal:

é que há vida para além dos contra-sensos!

Por fim, sobre "o meu melhor amigo e sua mãe" fica este link


11
Jul 16
publicado por primaluce, às 12:15link do post | comentar

... novos espaços (e novas interrogações) se abrem

http://carpe.pt/


05
Jul 16
publicado por primaluce, às 12:00link do post | comentar

Neste tempo que vivemos estamos a funcionar ao contrário...

 

De propósito, não simplesmente porque sim, mas porque, como está no post anterior, as repetições e uma maior materialização do pensamento (como as Artes Visuais em geral são); esssas repetições e reflexões estão mais à velocidade da mente, e adaptadas ao tempo de compreender, do que aquilo que o computador em geral permite.

Estamos a funcionar ao contrário em diferentes «vertentes» da nossa vida, mas gozando-as plenamente!


mais sobre mim
Julho 2016
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
12
14
15

17
19
20
21

24
26
29
30

31


arquivos
pesquisar neste blog
 
tags

todas as tags

subscrever feeds
blogs SAPO