Um dos nossos posts mais visitados, mas, infelizmente (para ele) não pelo nosso visitante mais assíduo, sendo visitado como se constata por outros estudiosos de mais valor, e sobretudo movidos por verdadeiro interesse científico*. Esse post que escrevemos em Julho de 2013, e continua a ser objecto de grande curiosidade está em Iconoteologia, com este título:
Quando foi escrito, já estávamos razoável e infelizmente convictos que não íamos poder contar com o nosso Orientador, pois tantas tinham sido as vezes em que, indirectamente, nos mostrou o quanto não estava interessado em constituir qualquer equipa de investigação. Ou como as suas preocupações profissionais estariam sempre à frente das nossas, e até mesmo --------> é este o ponto que se quer relevar, da qualidade da investigação cientifica feita no país.
Já sabemos que dos fracos não reza a história (menos ainda dos desistentes), depois, FABP anos antes - apesar de uma constante falta de organização e profissionalismo - já nos tinha «presenteado» (melhor dizendo: disponibilizado) com óptimas informações! Como foi por exemplo, o aparecimento do Arco (de volta inteira) e das Abóbadas na Cultura Etrusca.
Mas, e porque em 2012 ainda «iria ler» o que lhe fomos entregando desde 2006, provavelmente também não percebeu a importância, que reportámos, de alguns escritos de Marie-Françoise Baslez em Bible et Histoire.
Seja como fôr, neste lamaçal que é a vida científica portuguesa**, e o que passa (ou não passa para os alunos e para o Conhecimento em geral, que interessa isso?) - os IDEOGRAMAS de Villard de Honnecourt - são o registo do que há muito estava instalado sobre a representação do Céu e da Terra, quer a duas dimensões, quer ainda na tridimensionalidade que a Arquitectura é.
E tal como se transcreveu para o post anterior, seja isso consciente - como fez Tomás Taveira e o expressou - ou inconscientemente (de um «inconsciente colectivo» que, de modo sistemático e organizado não se tem procurado conhecer?!), desde muito antes de Villard de Honnecourt; há milhares de anos que o Céu e os valores a ele associados - até por Platão - constam nas obras Arquitectónicas***.
Sendo que no Gótico (ainda antes do registo e da sumarização anotada/riscada por Villard de Honnecourt no seu caderno), com as Ogivas - ogivas que também foram Órbitas e depois Armilas; então, com as referidas ogivas transformadas em Escada para AUGERE ao Céu; com esta ideia que Hugues de Saint-Victor transmite tão claramente nos desenhos do seu Tratado, depois disso criou-se nos tectos de igrejas e catedrais góticas a enorme apoteose:
o que, conceptualmente (e claro que é só a nossa opinião), é bonito de mais!
Exemplo de Assis, Capela superior: clic na imagem para legenda sobre anagogia, compromissos e comportamentos éticos (que a religião sempre propagou). É que mesmo que as imagens da Arquitectura (como as que estão acima), ou ainda toda a História da Arte Ocidental - como ficou registado nas Actas de Niceia II, em 787, tenham deixado de ser tropos morais - a verdade é que ninguém pode hoje invocar o desconhecimento da Lei; nem passar a redigir novos códigos para fazer acreditar na sua in-imputabilidade...Devendo acrescentar-se que a Arte como produtora de mnemónicas visuais e metáforas também permite isto que acabámos de escrever: extrapolações e transposições para contextos específicos
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*E para quem, em grande parte este primeiro blog foi feito. Tendo em conta as suas imensas ignorâncias - além de um doutoramento que não lembra um careca (quanto mais a dois...). Esse alguém a quem, diga-se em abono da verdade, para além de inúmeras cartas enviadas - tudo fizemos para o ajudar a compreender o valor daquilo que descobrimos. Assim como as mais valias, cientificas (potencialmente atractivas de alunos estrangeiros) das sucessivas descobertas que estávamos a fazer.
**E como se é envolvido nele, sem a menor vontade, simplesmente por se ter feito um trabalho honesto...
***Pois trata-se de uma questão Cultural-Antropológica, imensa, que interessaria estudar. Porém, como entre nós Bolonha serviu para dividir em 2 etapas o que antes se chamavam Licenciaturas, passando a chamarem-se Mestrados (e em muitos casos, apesar da mudança de nome, baixando o nível do que eram antes as normais licenciaturas); ou seja, face a estas manipulações redutoras - que alguns doutoramentos provam «chelentemente» (não sendo preciso ir buscar as histórinhas dos próprios para provar que se tratam de «doutoramentos combinados») o nosso ensino dito superior, tornou-se muitíssimo inferior,... Mas este é também o país em que certas instituições (inferiores) são verdadeiras amostras, microcosmos/cadinho que retrata na perfeição o país.