Ficou escrito logo em 2004, num trabalho que alguns acham - dizem esses... - que não tem conclusões (!)
"Caso se tivesse explicado “cada centímetro quadrado” da casa e das paredes de Monserrate (tarefas que devem ser feitas para elaboração dos cadernos de encargos do projecto de conservação e restauro), sem termos detectado o verdadeiro fundo histórico em que surgiu (...) nesse caso o nosso trabalho teria sido muito menos proveitoso."**
Portanto, mesmo que o IHA da FLUL entenda que não deve explicar (nada) a ninguém, ainda e por enquanto, aquilo que a arquitecta Azevedo Coutinho lhes deixou e descobriu***.
Que apenas foi importante, como registou Marta Ribeiro, o facto de ter mostrado a influência italiana patente no Palácio de Monserrate... Ou ainda mais especificamente, como escreveu Maria João Baptista Neto (orientadora dos estudos realizados na FLUL), o contributo de demonstrar que a cúpula de Monserrate vem do Duomo de Florença.
Mesmo que todos esses continuem calados e não expliquem ao IADE (à FCT, ao MEC, à OA...) a importância da continuidade das nossas investigações, - como deveriam tê-lo feito há 10 anos - já que para «as bandas de Santos» não há milagres de compreensão, e deste ponto de vista eles são todos muito pior do que lentinhos e burrinhos...
Mesmo que tudo isto continue a acontecer, pela nossa parte ainda bem que fizemos sempre o melhor que podíamos e sabíamos. A ponto de hoje podermos ver alguém - a própria orientadora dos estudos de mestrado (e quem em teoria, saberia do verdadeiro valor dos nossos contributos) - a tomar para si (ou como seu?) aquilo em que nem sequer tocámos em 2004, por termos tido (encontrado) outras prioridades e outros fascínios: muitíssimo maiores.
Em resumo, nós ao termos tido a percepção do que foi/é, e com que ingredientes se produziu, durante milhares de anos, a Arquitectura que hoje é vista como histórica, preferimos essoutro tema!
Por isso a obra victorian que está em Sintra nos deu imenso: centenas de vezes mais do que aquilo que é, como já foi explicado, para outros exemplos, por Carol A. Hrvol Flores [desejam-se Bons Estudos].
O que leva às últimas perguntas de hoje: será que Maria João Baptista Neto, que não quis constituir uma equipa como deveria ter sido feito, logo em 2002, vai continuar a seguir os nossos passos?
Ou, como «pobre, nuínha e descalça», sem gota de criatividade, preferirá calçar-se, roubando os meus queridos e tão confortáveis sapatinhos? Se acontecer (?), há-de-se mandar a dita senhora para junto dos feirantes do terreiro de Santa Clara:
i. e., para a própria da Feira da Ladra...?
http://primaluce.blogs.sapo.pt/171882.html
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*Ou será que não está na hora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e os seus agentes compreenderem a História à maneira de Jacques Le Goff?
Or, about beeing in someone's shoes?
**Monserrate uma nova história, Livros Horizonte, Lisboa 2008, ver p. 160.
***E que como temos registado interessa a todas as Universidades, à Cultura (e ao Saber do Ocidente), a qual segundo escreveu Eduardo Côrte-Real - em 2015, "é optocêntrica"...